Entenda tudo sobre Inteligência Artificial no comércio exterior!

A Inteligência Artificial (IA) está no dia a dia de qualquer cidadão mesmo ele não sabendo. E, diferente das interpretações catastrofistas dos filmes e séries, essa tecnologia veio para ajudar a melhorar a rotina de pessoas e empresas.

O termo artificial intelligence nasceu nos anos 50, fruto de um histórico de pesquisas que vai desde considerações na Grécia antiga, passa pelos estudos de Alan Turing e chegam no time interdisciplinar que inaugurou a área na Dartmouth Conference.

“Desde aquela época se estuda inteligência artificial, mas o que estamos vivendo nesses últimos 10 anos é muito animador”, destaca Almir Neves, fundador e CEO da Hubkn, em palestra no Logcomex Summit de 2021

Por exemplo, você sabia que a Inteligência Artificial de uma empresa canadense previu a pandemia de Covid-19? No dia 31 de dezembro de 2019, os clientes da empresa foram notificados sobre o iminente surto de uma doença.

E, claro, suas aplicações também estão no comércio exterior, desde as bases de dados do Governo Federal até soluções acessíveis para empresas, importadores e despachantes aduaneiros.

Neste artigo, explicaremos tudo sobre Inteligência Artificial, Machine Learning e seus impactos no setor de comex. Aproveite!

O que é Inteligência Artificial?

A Inteligência Artificial é uma área da tecnologia que estuda e cria soluções para simular a inteligência e o comportamento humano. Ela é considerada uma das disciplinas-chave para a quarta revolução industrial.

De forma mais objetiva, Almir Neves explica que “IA é aquele momento que o computador pensa igual ao cérebro humano. Um exemplo prático é o jogo de xadrez”.

Basicamente, a IA é uma tecnologia com a qual se objetiva substituir tarefas repetitivas e desnecessárias na rotina de pessoas e empresas. 

Dessa forma, os indivíduos não precisarão fazer cálculos complexos e atividades manuais nos computadores em seus dias a dia. Eles poderão se concentrar no pensamento na análise, pensamento estratégico e relações humanas.

A Inteligência Artificial na cultura popular

Apesar do termo ter sido cunhado em 1956, como mencionado no início do artigo, a ideia geral de que o comportamento humano poderia ser simulado já existe há milênios. Isso mesmo, desde Aristóteles se imagina que algumas atividades humanas poderiam ser substituídas por autômatos.

Porém, o imaginário de máquinas ativamente pensantes na sociedade ganhou força nos anos 20, com a peça teatral R.U.R., de Karel Čapek – que também foi responsável por criar o termo “Robô”.

Outro responsável por estabelecer os autômatos na cultura popular foi Isaac Asimov. O autor russo, em sua novela “Eu, Robô” criou as Leis da Robótica, que são tidas como verdadeiras até hoje.

Leia também: Como ter processos inteligentes em portos e terminais? 

O que é Machine Learning?

Machine Learning (ML), ou Aprendizado de Máquina, é uma tecnologia, dentro dos estudos de IA, que na qual computadores conseguem aprender de acordo com respostas programadas a séries diferentes de dados. Esses dados podem ser textos, imagens, números ou qualquer outra coisa que a máquina puder reconhecer.

Diferente da estrutura tradicional de programas de computador, em que se criam regras para gerar uma resposta a partir do processamento dos dados, no Machine Learning os algoritmos são criados a partir dos dados que serão analisados e as respostas esperadas.

Diferença entre Inteligência Artificial e Machine Learning

Apesar de muitos confundirem, IA e ML não são sinônimos. Machine Learning é um componente da área de Inteligência Artificial e, por consequência, parte dos estudos de Ciência de Dados.

“A grosso modo, você tem um dado, uma informação, e uma máquina que aprende a ler esse dado. Isso é o que chamam de Machine Learning”, explica o CEO da Hubkn.

Ele ainda completa.  “Tem também a máquina que aprende a ler esse dado e fazer correlações mais robustas que é o Deep Learning. Essa seria a ‘escadinha’ até chegar na Inteligência Artificial, que é quando ela domina tudo isso e consegue criar suas ‘conexões neurais’, como o cérebro humano, e fazer, por exemplo, um movimento no tabuleiro de xadrez.”

Como a Inteligência Artificial aparece no nosso dia a dia?

A Inteligência Artificial e seus derivados aparecem constantemente no dia a dia do brasileiro, ainda mais com o amplo uso de smartphones e aplicativos.

Se você usa plataformas de streamings de música, filmes e séries, redes sociais, aplicativos para delivery de comidas e bebidas ou motoristas por aplicativo, você está aproveitando os recursos dessa tecnologia. Isso tanto para os usuários, quanto para os profissionais que se remuneram por eles.

Um exemplo, Jonas Vieira, mediador do Logcomex Summit, é a experiência dos usuários do Youtube. A tecnologia por trás das recomendações usa densos algoritmos de Deep Learning, para indicar os próximos vídeos com base no gosto do usuário.

Almir Neves também cita o Tik Tok, a rede social de origem chinesa que cresceu exponencialmente no ocidente. A rede social se apoia na mesma área para recomendar vídeos de acordo com os gostos dos usuários.

Ainda, é possível citar as práticas de marketing, que utilizam as plataformas de anúncios, ricas em dados de seus usuários para ofertar produtos e serviços.

No entanto, Neves lembra que devemos sempre estar atentos para não nos fechar numa bolha de conteúdo. Afinal, a IA opera, de certa forma, dentro de uma “caixa de comandos”, e pode ser que isso o direcione para apenas conteúdos dentro dos interesses manifestados por lá (sendo que você pode ter outros.

Aplicações da Inteligência Artificial

Como citado acima, temos os exemplos de uso cotidiano, mas não para por aí. Essa tecnologia também serve para auxiliar empresas e profissionais para otimizar suas rotinas e serviços prestados.

No próprio comércio exterior são usadas tecnologias para automatizar processos, desde a gestão de cargas até o despacho das mercadorias. E não estamos falando apenas dos robôs que operam em centro logísticos, até mesmo os softwares utilizados por importadores, exportadores e despachantes aduaneiros são influenciados.

Por exemplo, existem o Siscomex e o Sisam. No primeiro, são realizados os registros de importações e exportações pelos participantes da cadeia. No segundo, há a coleta dos históricos de Declaração de Importação (DI ou Duimp). Ambos registram cargas de dados valiosas para entender o movimento do comércio exterior brasileiro.

Ainda, no Brasil, usa-se o Intelligent and Integrated Customs Transactions Analyzer (ANIITA), que extrai e analisa dados de diversos sistemas nacionais para levar informações relevantes e organizadas à liberação alfandegária.

Tecnologias aplicadas no comércio exterior

Além das aplicações na esfera governamental que citamos acima, a Inteligência Artificial participa de várias formas do cotidiano do Comércio Exterior.

O mais comumente lembrado é a gestão logística de portos, aeroportos e armazéns de carga. Almir Neves e João Vieira citam alguns exemplos como os galpões da Amazon, o sistema de automatização de cargas do aeroporto de Viracopos, entre outros.

Um exemplo que ajuda a entender a profundidade do auxílio dessa tecnologia que chega a transcender a operação crua de mercadorias é o caso do porto de Hamburgo, citado por Vieira. Nele, a cidade “tomou conta do porto” – semelhante a situação do porto de Itajaí, no Brasil – e uma das funções da IA é gerenciar o fluxo de caminhões de entrega, para evitar congestionamentos.

De modo geral, toda a cadeia já é influenciada. Empresas do setor, mais do que nunca, precisam trabalhar com plataformas inteligentes para organizar dados, ter insights de mercado e tomar decisões.

Impactos positivos da inteligência artificial no comércio exterior

Estes são alguns dos benefícios que os processos inteligentes e automatizações trazem às empresas e profissionais de comércio exterior:

  • Mais velocidade;
  • Possibilidade de conduzir atendimentos personalizados;
  • Redução de riscos em toda a cadeia;
  • Menores custos operacionais;
  • Ganho de escala e crescimento para a empresa.

Para entender mais profundamente esses benefícios, clique no link abaixo!

Leia também: A influência da inteligência artificial no Comércio Exterior

Os benefícios do uso de dados

A utilização inteligente de dados nos processos aduaneiros e de importação é fundamental. E dada a carga elevada de informações que circula entre todas as partes envolvidas, é necessário contar com tecnologias que otimizem esse processo.

Um dos elementos dessa grande área da Ciência de Dados e que se mistura ao desenvolvimento da Inteligência Artificial é o Big Data. Trata-se de práticas, com auxílio da tecnologia, para extrair, filtrar, organizar e analisar grandes quantidades de dados, que um indivíduo jamais conseguiria fazer manualmente.

O ideal é operar com dados de forma que se possa realizar tarefas e tomar decisões com mais rapidez e assertividade. Então, ferramentas como Tracking Automatizado e Search, por exemplo, podem ser um diferencial competitivo relevante nesse segmento. 

Leia também: Como funciona a análise de dados com inteligência artificial? 

Quais são as previsões para o setor em relação à tecnologia?

A opinião ampla entre líderes de negócio e profissionais de TI é que a IA terá impactos positivos nos ambientes de trabalho (82%). Mais do que otimismo, a maioria deles também a vê como importante para análises, ganho de eficiência e redução de erros manuais (83%).

Quando especificamos para o setor de comércio exterior, a visão prática do valor do avanço dessa tecnologia se mantém. De acordo com um levantamento da Thomson Reuters e a Live University, “77% dos profissionais de Comex acreditam que a Inteligência Artificial e o Machine Learning são as inovações com maior capacidade de trazer benefícios para o negócio”. 

A expectativa é que o avanço dessa e de outras tecnologias importantes para o futuro (blockchain, IoT etc.) sejam o catalisador de mudanças no mercado. Se tarefas são automatizadas, novos necessidades profissionais e empregos surgiram, como preveem 95% dos entrevistados.

E as empresas já estão se preparando para isso. 86% das pessoas entrevistadas afirmaram que suas organizações estão investindo na capacitação dos colaboradores.

E você? Como está se preparando para o futuro?

Leia também: O futuro está em dados movidos pela Inteligência Artificial

Pontos de atenção em relação ao uso da tecnologia no comércio exterior

Há um último detalhe que deve ser lembrado. As tecnologias citadas neste artigo devem ser interpretadas como ferramentas para auxiliar um processo mais rápido e eficiente.

A tomada de decisões e a análise desses dados organizados para tomar decisões sensíveis continuará sendo essencial. E, assim como falamos, o papel do ser humano na cadeia será cada vez menos operacional para ficar mais estratégico.

A Logcomex criou um guia completo sobre Machine Learning (incluindo aplicações em comércio exterior). Para ter acesso, é só fazer preencher o formulário e conferir o material gratuitamente.