O comércio exterior é extremamente ligado à inovação, tecnologia e competitividade. Por isso, é vital atentar a cada novidade ou mudança de mercado que seja relevante. É o caso do milk run: como ele funciona e como implementá-lo, por exemplo, são estratégias úteis que podem fazer a diferença. Afinal, é mais uma opção para assegurar posicionamento da empresa e crescimento diante dos concorrentes.
O que é o milk run?
Em tradução literal, “milk” significa leite e “run”, corrida. Logo, podemos considerar milk run como ‘Corrida do leite’. Mas não é algo tão direto assim. Esse é o nome para o processo logístico relacionado ao abastecimento de suprimentos. Também pode ser um termo utilizado para indicar a distribuição de materiais.
Logo, podemos considerar que esse é um sistema logístico de materiais ou, até mesmo, uma forma de gerir o transporte e o estoque. Tudo feito por um único veículo, responsável por diferentes coletas e pontos pré-definidos com objetivo de melhorar o controle de operações. Assim, quando pensamos “o que é milk run”, é esse conceito que precisa estar em mente.
Onde surgiu o milk run?
O termo “milk run” surgiu na Inglaterra. O nome e origem vem de anos atrás. Para entender o conceito, precisamos voltar ao início do século XX. A associação foi inspirada no processo de coleta e entrega de garrafas de leite. Como, naquele tempo, as fazendas eram bem pequenas e as entregas sairiam muito caras, produtores se reuniram e criaram uma rota para entrega única das garrafas com a bebida.
O caminhão era responsável por levar o leite em determinados horários nas casas, recolher as garrafas vazias de dias anteriores e, depois do percurso completo, voltava para o ponto de partida. O processo era eficiente, já que economizava — tanto em custo logístico como em giro de estoque.
Como funciona o milk run?
A logística milk run funciona da seguinte maneira: utiliza trajetos e horários agendados e, através de um único veículo, faz coletas em determinados pontos pré estabelecidos na rota. Após concluir essa primeira etapa — a de coleta — leva toda a mercadoria para o destino. É um sistema considerado simples, mas funcional e econômico.
A saber, o grande objetivo desse processo é sincronizar todas as demandas com a oferta do fornecedor. Isso, é claro, seguindo um padrão de entrega e com tudo muito bem organizado com antecedência. Como, por exemplo, quantidade, horário, endereço e momento combinado entre ambos.
Por isso, esse recurso é diferente dos processos mais convencionais que conhecemos, onde o fornecedor entrega as mercadorias ao cliente que, por sua vez, depende da colaboração de todos os envolvidos. Por isso, esse formato demanda mais sincronia e planejamento, afinal de contas, são mais pessoas envolvidas em diferentes situações logísticas.
Exemplos do milk run
Um dos exemplos de milk run e que pode, tranquilamente, ser observado no dia a dia de quem trabalha com armazéns é a compra de produtos. O veículo próprio sai em um determinado dia do mês, já roteirizado, e faz a coleta de suprimentos em diferentes fornecedores que prestam serviços ao responsável do armazém. Ao longo do dia, por meio da logística já estabelecida, segue para diferentes pontos.
Dessa maneira, os produtos coletados são armazenados em lotes dentro do veículo. Então, após a finalização do roteiro do dia, o motorista volta para o armazém, considerado o ponto de partida. Lá, ele descarrega todos os insumos coletados durante o percurso para o estoque.
Esse serviço pode ser feito de forma mensal, quinzenal, mensal — enfim, a rotina varia de acordo com a necessidade do contratante. Isso porque é um recurso diferente do sistema tradicional, onde o fornecedor espera até o momento em que a carga de um veículo esteja cheia para realizar os envios.
Quais os benefícios do milk run?
Vários benefícios estão incluídos quando se opta pelo sistema milk run. Como, por exemplo, a vantagem de utilizá-lo para controlar melhor a carga e até agilizar o carregamento e descarregamento. Abaixo listamos alguns outros dos inúmeros benefícios proporcionados pelo método. Confira:
- Agiliza o carregamento das docas, já que os horários são pré-agendados
- Aumenta o giro do estoque
- Baixa a taxa de erro com estoques
- Dispensa investimentos com infraestrutura de estoques, funcionários ou manutenção
- Economia no espaço de cargas
- É possível programar o embarque de mercadoria de acordo com a necessidade do cliente
- Iguala volumes de recebimento de mercadorias
- Maximiza a capacidade dos veículos utilizados no transporte
- Reduz custos e níveis de estoque e
- Reduz o tempo de operação.
Quando usar o milk run?
Especialistas recomendam fortemente usar o milk run quando a empresa em questão trabalha com um tipo de produto mais específico. É um serviço recomendado quando existe um determinado tipo de mercadoria visada e uma carteira de clientes que já possuem rotina de compras. Assim é possível programar horários de coleta e entrega que atendam as demanda.
Como aplicar o milk run?
O sistema milk run é muito útil quando o quesito é economizar recursos e otimizar entregas, mas se vai aplicá-lo na sua empresa, é preciso muito planejamento para que tudo saia dentro dos conformes e tenha efeitos positivos. Antes de mais nada, deve-se traçar uma rota que atenda as necessidades logísticas e passe por todos os clientes e fornecedores.
Além disso, é preciso elaborar um percurso que considere os mínimos detalhes. Nesse sentido, é vital levar em consideração ponto de partida, destino, as principais ruas e avenidas percorridas, melhores horários para o veículo passar em cada ponto e períodos de agendamento. O custo-benefício precisa ser bom, reduzir os gastos e otimizar a coleta e entrega.
O que considerar ao implementar o milk run?
Ao considerar a implementação do milk run é preciso entender que a filosofia deste sistema é focada no ‘just-in-time’. Isto é, seguindo pontos de atuação que consistem em redução do estoque, maior frequência de abastecimento de suprimentos e mais integração entre as partes envolvidas, por exemplo.
Além disso, para o sucesso da operação, é preciso que todo o sistema esteja integrado. Portanto, o alinhamento e a comunicação são extremamente importantes. Afinal, nessa abordagem, o foco está em diminuir o desperdício e a estocagem, já que a produção é feita a partir da demanda. Afinal, com a programação da coleta, o fornecedor já sabe o quanto precisa produzir.
Vale a pena investir no milk run?
Sim, vale a pena investir no sistema milk run — principalmente se sua empresa atua com produtos perecíveis (o tipo de insumo para o qual ele é o ideal). O conceito base é aproveitar a rota da melhor forma possível. Assim, etapas serão diminuídas e o processo logístico, através do veículo, vai ser melhor explorada.
O investimento é válido, inclusive, para que sejam revistos métodos já adotados para a empresa. É necessário que sejam compreendidos pontos que podem ser gastos e prejuízos desnecessários, como combustível, tempo e horário dos funcionários. Nesse sentido, o sistema milk run pode ser uma oportunidade de otimizar o negócio.
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