Portos provisórios asseguram importações durante seca no Amazonas

Com a seca histórica que atinge o Amazonas em 2024, a utilização de portos temporários é o que tem garantido o aumento nas importações do estado, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti).

Conforme dados da Logcomex, o total de importações em outubro de 2024 chegou a US$ 1,38 bilhão (FOB), uma alta de 128% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando entraram no estado um total de US$ 604 milhões em cargas de outros países.

No acumulado de janeiro a outubro deste ano, o estado importou US$ 13,7 bilhões em cargas, superando o total importado durante todo o ano de 2023 (US$ 12,6 bilhões).

A projeção do governo estadual é que as importações cheguem ao patamar de US$ 16 bilhões até o fim de 2024, o que configura recorde nos últimos sete anos.

As estruturas provisórias, projetadas para operar em áreas de baixa profundidade, foram instaladas por empresas privadas entre o município de Itacoatiara e a enseada do Rio Madeira e desde setembro funcionam 24 horas por dia, todos os dias da semana.

A operação já permitiu o transporte de mais de 25 mil contêineres e o desembarque de 21 navios, assegurando a continuidade das atividades industriais e comerciais na região.

O primeiro porto tem 277,5 metros de comprimento e serve como ponto de transbordo de contêineres de navios para balsas, eliminando a necessidade de áreas de armazenagem.

A descarga parcial de contêineres é por meio de guindastes capazes de realizar 10 movimentos por hora nos complexos portuários. Após o transbordo, as balsas fazem o transporte até Manaus, com tempo médio de viagem de 24 horas.

O segundo porto tem 240 metros de comprimento e 24 metros de largura, contando com três guindastes alimentados por quatro geradores de energia.

Além dos guindastes, a operação conta com plataformas elevatórias, empilhadeiras e todos os equipamentos necessários para as atividades de manutenção e operação.

As instalações temporárias fazem parte de um plano para mitigar os impactos da seca, especificamente no abastecimento de mercadorias e insumos para a Zona Franca de Manaus. 

No ano passado, a baixa no nível dos rios afetou diretamente o transporte de produtos, causando um desabastecimento de 30% no comércio, segundo o governo do estado.