Saiba o que é, benefícios, como habilitar-se e as NCMs enquadradas no Repex

Saiba tudo sobre o Repex: Regime Aduaneiro Especial de Importação de Petróleo Bruto e seus Derivados

Você sabia que o Repex é muito importante para a indústria de petróleo e gás no Brasil? Isso porque esse Regime beneficia às empresas proporcionando isenções fiscais e a simplificação dos procedimentos aduaneiros. Assim, economia de dinheiro e de tempo nos seus processos de importação e exportação facilita a realização de negócios e garante competitividade no mercado global. 

Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), a produção, importação e exportação de petróleo têm um impacto significativo na economia brasileira.

Nos últimos anos, o Brasil se tornou um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Em 2020, por exemplo, registrou-se uma produção média diária de 2,9 milhões de barris.

Continue conosco para aprender tudo o que você precisa saber sobre o Repex. 

Importação brasileira de petróleo 

Apesar de ser um grande produtor, o país ainda precisa importar petróleo para atender à sua demanda interna. Só para ilustrar, entre janeiro e maio de 2023, o Brasil importou 9.205.141 milhões de quilos do insumo. 

Ao mesmo tempo, exportou 7.794.845 milhões de quilos. Isso certamente gerou e gera receitas significativas para o governo e as companhias de petróleo que operam no Brasil. 

Afinal, a indústria do petróleo é crucial para a economia brasileira, respondendo por uma parcela significativa do PIB do país, receitas fiscais e geração de empregos.

Assim, é fundamental contar com processos de importação eficientes e eficazes, como o Repex, para apoiar esse setor vital da nossa economia. 

Leia mais: Importação de petróleo: por que o Brasil importa o produto?

Contudo e como tudo, há desafios a se enfrentar na importação de petróleo. Como, por exemplo, cumprir regulamentos e normas, gerenciar os riscos associados ao transporte e garantir o controle de qualidade adequado.

Por isso, é uma atitude estratégica trabalhar com parceiros experientes e confiáveis para superar esses desafios e garantir a eficiência de todo o processo. 

Em suma, a importância do planejamento estratégico e das parcerias para otimizar o processo e obter os melhores resultados são cruciais para quem se dispõe a importar petróleo e preza por fazer isso de forma robusta e assertiva. 

Regimes Aduaneiros Especiais 

Os Regimes Aduaneiros Especiais são um conjunto de procedimentos que permitem às empresas usufruir de vantagens fiscais e aduaneiras especiais na importação ou exportação de mercadorias. Eles foram criados para estimular o comércio exterior, reduzir a carga tributária das empresas e promover o desenvolvimento econômico. Existem vários tipos deles, tais como Drawback, Repetro, Recof e Recof-SPED.

Um dos Regimes Aduaneiros Especiais mais importantes é o Drawback, que permite às empresas importar matérias-primas, insumos e componentes para, assim, serem utilizados na produção de produtos de exportação sem pagar impostos.

Esse Regime é amplamente utilizado por empresas dos setores automotivo, eletroeletrônico, têxtil, por exemplo.

Outro exemplo é o Repetro, que visa facilitar a importação e exportação de bens e equipamentos para exploração e produção de petróleo e gás.

Esse Regime, por sua vez, permite que as empresas importem mercadorias sem pagar impostos, desde que sejam reexportadas dentro de um determinado prazo. 

Em síntese, os Regimes Aduaneiros Especiais são uma ferramenta importante para empresas que buscam reduzir sua carga tributária e agilizar suas operações internacionais.

Entender os requisitos e benefícios de cada Regime é fundamental para que as empresas possam aproveitá-los de forma eficaz e obtenham uma vantagem competitiva no mercado internacional.

Leia mais: Regimes Aduaneiros Especiais.  

O que é Repex no comércio internacional? 

O Repex é o Regime Aduaneiro Especial de Importação de Petróleo Bruto e seus Derivados. Trata-se de uma modalidade que isenta de Impostos de Importação as mercadorias importadas para utilização em processos industriais e posteriormente exportadas.

Sua criação teve como objetivo tornar a indústria nacional mais competitiva, permitindo que as empresas importassem matérias-primas, bens intermediários e máquinas sem pagar altos impostos.

Repex X Repetro: qual a diferença? 

Repex e Repetro são Regimes Aduaneiros Especiais no Brasil que oferecem benefícios para empresas envolvidas no comércio internacional. No entanto, obviamente, eles diferem em seu foco e requisitos. 

O Repex destina-se às empresas que importam mercadorias para serem beneficiadas ou transformadas em um novo produto, que serão exportadas posteriormente.  

Nesse Regime a empresa fica isenta do pagamento de Impostos de Importação e outras taxas, desde ocorra a exportação do produto final dentro de um determinado prazo.

Por outro lado, o Repetro foca na indústria de petróleo e gás e confere benefícios fiscais às empresas que importam equipamentos e máquinas para exploração e produção de petróleo e gás.

Embora o objetivo de ambos seja estimular os investimentos nesse setor — essencial para a economia brasileira — e ofereçam benefícios para as empresas envolvidas no comércio internacional, eles têm requisitos e áreas de foco diferentes.

Quais NCMs podem ser importadas no Repex? 

De acordo com o Art. 2º da Instrução Normativa SRF nº 5/2001, as NCMs (Nomenclatura Comum do Mercosul) que podem ser importadas pelo Repex são específicas para petróleo e seus derivados. Os códigos e descrições são os seguintes: 

  • 2709.00.10: Óleos brutos de petróleo 
  • 2710.11.59: Gasolina para motores 
  • 2710.19.11: Querosene de aviação 
  • 2710.19.21: Combustível diesel 
  • 2710.19.22: Óleos combustíveis 
  • 2710.19.29: Outros óleos de petróleo 
  • 2711.19.10: Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) 

É importante observar que estas são as únicas NCMs que se enquadram nesse Regime Especial e, portanto, estão passíveis de importação sob o regime Repex. 

Quem pode se beneficiar do Repex? 

Qualquer pessoa jurídica brasileira que exerça atividades que requeiram a importação de mercadorias pode se beneficiar do Repex, desde que atenda aos requisitos e cumpra as normas do Regime.

No entanto, o Regime beneficia principalmente empresas do setor de petróleo e gás.

Como proceder com a habilitação no Repex? 

Para habilitar-se no Repex o importador deve se cadastrar no sistema Siscomex, obter uma licença especial e cumprir as exigências do regime. A principal delas talvez seja a apresentação de garantia financeira

Para se habilitar ao Repex, a empresa deve ter um volume mínimo de exportação de 80% de sua produção. O regime tem um prazo máximo de 2 anos, passível de prorrogação por mais 2 anos caso a empresa cumpra os requisitos.

O requerimento deve ser encaminhado à Receita Federal e o controle do Regime é realizado pelas autoridades aduaneiras.

A legislação aplicável ao Regime é composta principalmente pela Instrução Normativa RFB nº 1.291/2012, que estabelece os procedimentos para concessão e controle do regime Repex.

Admissão e prazo dos produtos 

A admissão da mercadoria no Repex deve obedecer aos requisitos do Regime, tais como importação no prazo permitido.

Também deve-se observar as condições do produto — como a obrigação de reexportar a mercadoria em prazo determinado ou o pagamento dos impostos e taxas correspondentes. 

Controle aduaneiro 

É a Receita Federal quem faz o controle aduaneiro e verifica a conformidade das mercadorias importadas perante as exigências do Repex, bem como os prazos estabelecidos para cada produto.

O importador deve apresentar a documentação necessária e permitir inspeções e auditorias por parte das autoridades. 

Extinção do Regime 

A extinção do Repex ocorre quando a mercadoria é reexportada ou quando expira o prazo estabelecido para o Regime.

Ela também ocorre pode ocorrer caso o importador não cumpra as obrigações do Regime ou descumpra os regulamentos, ficando o importador sujeito a penalidades e sanções. 

Conheça os principais incentivos fiscais da importação

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