Durante o ano de 2025, o comércio exterior brasileiro passou por uma série de transformações que afetaram diretamente as operações das empresas. Ao analisarmos a retrospectiva Comex 2025, percebemos que alguns aspectos foram fundamentais, não apenas para quem atua nos processos aduaneiros, mas também para quem precisa garantir previsibilidade operacional em toda a cadeia logística.
Essa análise ficou ainda mais clara quando observamos como plataformas integradas auxiliaram as equipes a gerenciar requisitos regulatórios e, ao mesmo tempo, monitorar a movimentação da cadeia de suprimentos com mais controle e precisão.
Essa digitalização, consolidada em 2025, representou mais que a substituição de documentos em papel por versões eletrônicas. O movimento foi profundamente estratégico: tratou-se da criação de um ambiente integrado, capaz de organizar, cruzar e analisar informações.
A partir dessa visão geral, expomos, abaixo, os principais marcos de 2025 e a forma como eles se relacionam com o planejamento para 2026.
O que muda com a consolidação da DUIMP e do Catálogo de Produtos?
A migração da DI para a DUIMP representa uma mudança estrutural no Comex brasileiro. Trata-se de um novo documento eletrônico que centraliza informações aduaneiras, fiscais, comerciais, administrativas, financeiras e tributárias.
Além disso, com a consolidação do Catálogo de Produtos no Portal Único Siscomex, a importação passou a operar de forma mais integrada. Como resultado, os processos antigos foram substituídos por fluxos mais ágeis, padronizados e transparentes.
Ao centralizar as informações dos produtos, o sistema:
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Reduz erros manuais e aumenta a confiabilidade dos dados.
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Possibilita a solicitação direta de licenças por meio do módulo LPCO (Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos).
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Torna o controle das operações mais eficiente.
Porém, essa migração demanda uma reestruturação interna das empresas, especialmente pela necessidade de unificar dados de maneira mais sólida.O processo se tornou mais organizado e a padronização proporcionou maior previsibilidade; entretanto, essa reestruturação revelou fragilidades em cadastros que, em muitos casos, estavam sendo replicados há anos, sem revisão.
Para quem lida com um portfólio extenso, manter esse volume atualizado não foi simples, mas foi mais tranquilo para quem fez uso de recursos tecnológicos voltados para o Catálogo de Produtos, como a Solução da Logcomex que possibilita o preenchimento de 95% dos atributos vinculados a cada código NCM em menos de 60 segundos com o apoio de IA.
Saiba mais: Catálogo de Produtos e DUIMP: como a integração transforma sua importação
Onde vem surgindo a maior pressão na operação prática?
Em termos operacionais, a estruturação da DUIMP e do Catálogo de Produtos ampliou as responsabilidades das equipes de importação e compliance.
Um erro no registro dos itens no Catálogo de Produtos ou no preenchimento da DUIMP pode gerar consequências diretas:
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Atrasos no despacho aduaneiro.
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Aumento das exigências da fiscalização.
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Bloqueio de mercadorias.
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Exigência de retificações mais complexas.
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Riscos fiscais e sanitários.
Isso ocorre porque a DUIMP concentra todas as informações necessárias para o gerenciamento de riscos pela Receita Federal. Portanto, qualquer falha compromete a liberação da carga e exige correções que tornam o processo mais demorado e oneroso.
Por esse motivo, uma parte significativa das empresas se antecipou à DUIMP e ao Catálogo de Produtos. Assim, conquistaram mais segurança e tranquilidade na adaptação ao Novo Processo de Importação.
Qual o impacto da Reforma Tributária no Comex?
Uma das mudanças fiscais mais esperadas dos últimos anos foi a Reforma Tributária de 2025, que pode alterar consideravelmente o sistema de impostos do Brasil.
Essa reforma tem implicações significativas para as empresas que operam no comércio exterior, afetando desde a tributação incidente nas operações até o planejamento fiscal das atividades internacionais.
Os novos tributos IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) substituirão impostos como PIS, Cofins, ICMS e ISS, introduzindo um modelo mais simples, mas que representa um desafio para as empresas que precisam se adaptar.
Ao analisar a reforma sob a perspectiva da retrospectiva Comex 2025, observamos o seguinte:
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Complexidade da transição: Grande parte das empresas subestimou a mudança.
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Revisão de custos: Deixou de ser uma tarefa meramente fiscal e passou a envolver diversos departamentos, impactando a formação de preço e a previsibilidade de margens.
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Exportações: Houve o fim da cumulatividade de tributos ao eliminar o resíduo tributário, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros no exterior com restituição ágil de créditos.
Além de todas essas mudanças, todos os impostos começam a ser aplicados no momento do desembaraço, o que torna a base de cálculo mais clara.
A tributação passa a não depender mais do estado de entrada da mercadoria, e os importadores poderão optar por portos e aeroportos com base na logística, sem considerar aspectos fiscais, o que diminuirá custos e incertezas.
Saiba mais: Reforma Tributária e comércio exterior: o que muda na prática para importadores e exportadores?
Quais foram os ajustes na NCM e medidas de defesa comercial?
O ano de 2025 foi marcado por ajustes técnicos na NCM/TEC (SH-2022) e por um período de intensificação da defesa comercial do Brasil, visando a proteger setores como o siderúrgico e o automotivo contra concorrência desleal, especialmente para produtos provenientes da Ásia.
O Mercosul, por meio da GECEX, prosseguiu com a atualização da NCM e TEC para se adequar ao SH-2022 e às novas demandas do mercado por meio de resoluções como a Resolução nº 771/2025 e a Resolução nº 762/2025. Esses ajustes visam a assegurar que a NCM/TEC reflita o novo padrão internacional e eventuais deliberações do bloco.
Em contrapartida, o Brasil adotou medidas antidumping mais rigorosas, conforme detalhado abaixo:
| Produto | Detalhes da Medida | NCMs Envolvidas |
| Folhas metálicas de aço carbono | Resolução GECEX nº 765/2025: Impôs direito antidumping definitivo sobre importações da China (espessura < 0,5 mm). Visa proteger a indústria de práticas de dumping. | 7210.12.00, 7210.50.00, 7212.10.00, 7212.50.90 |
| Laminados planos de aço silício (aço GNO) | Circular SECEX nº 67/2025: Iniciou investigação de interesse público sobre importações da Alemanha, China, Coreia do Sul e Taipé Chinês. | 7225.19.00, 7226.19.00 |
Essa investigação tem por finalidade verificar se a medida antidumping vigente deve permanecer, sofrer ajustes ou ser cancelada. Assim, busca-se assegurar que as importações não continuem prejudicando a indústria nacional.
A Retrospectiva Comex 2025 revelou que muitos atrasos no desembaraço não decorreram da falta de documentação. Pelo contrário, resultaram de discrepâncias simples, como o uso de NCMs revisados poucos dias antes do embarque.
Como ficou a Logística e o Frete ("novo normal" das rotas)?
Em 2025, o frete marítimo mundial começou a mostrar indícios de estabilização após as crises recentes, porém ainda lida com desafios e transformações logísticas importantes.
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Rotas: Devido a riscos e congestionamentos, rotas tradicionais (como o Canal de Suez) vêm sendo evitadas. Navios passaram a contornar a África, elevando custos e prazos.
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Valores: Após picos recentes, as tarifas sofreram ajustes, mas permanecem voláteis, exigindo planejamento cuidadoso.
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Eficiência: Portos e sistemas logísticos enfrentam obstáculos, fazendo com que a digitalização, automação e eficiência operacional se tornem vantagens competitivas.
Por que a Inteligência Fiscal foi decisiva em 2025?
Um dos aspectos mais delicados da retrospectiva Comex 2025 foi o crescimento das fiscalizações e da aplicação de multas e outras penalidades relacionadas a erros na classificação fiscal das mercadorias.
A ausência dessa inteligência afeta diretamente a competitividade e compromete a estabilidade financeira das organizações. Com as mudanças do Novo Processo de Importação e da Reforma Tributária, a inteligência fiscal passou a ser decisiva.
O que esperar de 2026?
A avaliação dos marcos de 2025 indica que 2026 tende a ser um ano de estabilização para o comércio internacional, sobretudo para as empresas que iniciarem o ano preparadas para a DUIMP, o Catálogo de Produtos e a Reforma Tributária.
A expectativa para o próximo ano envolve:
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Consolidação da DUIMP como a principal interface aduaneira.
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Novos Tributos: A implementação gradual exigirá ajustes constantes.
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Pressão Logística: Deve haver reorganização dos hubs globais e uso frequente de análises para estimar riscos.
Nesse contexto, reforça-se a importância de plataformas unificadas para ganhar previsibilidade e antecipar desafios.
Monitore as tendências de mercado com o NCM Intel
O volume de atualizações regulatórias e fiscais de 2025 deixou evidente que acompanhar as mudanças manualmente já não é suficiente.
Enquanto a evolução das exigências mostrou que o monitoramento contínuo é parte essencial do processo, especialmente quando tratamentos administrativos, tributários e barreiras não tarifárias podem mudar rapidamente.
Nesse contexto, ferramentas como o NCM Intel da Logcomex passaram a ter papel estratégico, já que a classificação tarifária das mercadorias foi o ponto central das mudanças ocorridas ao longo do ano de 2025 e continuará sendo em 2026.
Além do que, a plataforma da Logcomex possibilita otimizar as suas decisões de compra, explorar novas oportunidades de negócios e estar sempre um passo à frente no mercado.
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