A Associação Internacional de Estivadores (ILA), sindicato de trabalhadores portuários dos Estados Unidos, e a Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX) chegaram a um acordo sobre um novo contrato trabalhista, resolvendo um imbróglio que durava meses.
Caso seja ratificada, a negociação evitará uma nova greve nos portos das costas Leste e do Golfo, que estava anunciada para o próximo dia 15. A paralisação, que seria a segunda em três meses, poderia ter um relevante impacto nas indústrias americanas, incluindo o comércio de grãos.
“Temos o prazer de anunciar que a ILA e a USMX chegaram a um acordo provisório sobre um novo Contrato Master ILA-USMX de seis anos, sujeito à ratificação, evitando assim qualquer paralisação em 15 de janeiro de 2025”, declararam as entidades em comunicado conjunto.
O acordo marcaria o fim de uma disputa acirrada entre o sindicato dos trabalhadores portuários e seus empregadores sobre como certas tecnologias podem ser implementadas nos portos, que movimentam cerca de metade de todo o volume de contêineres dos Estados Unidos.
Em outubro de 2024, uma greve de três dias, iniciada após impasses nas negociações, paralisa os portos da Costa Leste e da Costa do Golfo, incluindo o Porto de Nova York e New Jersey e o Porto de Savannah, na Geórgia.
As cargas marítimas brasileiras exportadas para os Estados Unidos entram principalmente pelos portos da Costa Leste, que também são os mais utilizados nas remessas norte-americanas para o Brasil.
Isso significa que uma paralisação duradoura afetaria diretamente a corrente de comércio entre os dois países.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. De acordo com dados da Logcomex, em 2024, foram US$ 40,3 bilhões (FOB) em cargas brasileiras exportadas para os americanos e US$ 40,6 bilhões em importações.
Os números representam alta de 9,2% nas exportações e de 6,9% nas importações, em relação ao mesmo período de 2023.