Você que trabalha no comércio exterior já sabe que o transporte marítimo é o principal modal de transporte utilizado nas transações comerciais internacionais. Neste contexto, cabe ressaltar a importância de compreender as tendências do frete marítimo para os próximos cinco anos. Afinal, nem a fábrica nem o planejamento de importação podem parar!
Mas, como é impossível abordar tendências de frete sem considerar fatores econômicos, neste artigo, faremos uma breve contextualização do cenário econômico atual de forma a relacioná-lo com as tendências evolutivas da logística a nível mundial.
Acompanhe nosso ponto de vista nas próximas linhas e tenha uma excelente leitura.
Digitalização e automação
Tudo indica que, até 2030, a integração tecnológica será um dos pilares mais fortes do setor logístico. Por isso, plataformas de rastreamento em tempo real, uso de inteligência artificial para prever gargalos e contratos digitais baseados em blockchain ganharão ainda mais espaço.
Para importadores e exportadores, a automação de processos se tornará indispensável. Isso porque a evolução digital do mercado internacional exigirá um nível elevado de transparência, especialmente diante das oscilações econômicas que já enfrentamos.
Nesse contexto, a digitalização e a automação funcionam como formas de reduzir riscos. Além disso, aumentam a capacidade das empresas de reagirem rapidamente às variações do mercado, que serão cada vez mais evidentes.
Sustentabilidade
Considerando que a busca por práticas ESG abre espaço para startups e armadores regionais, a logística internacional alcança novos patamares de excelência.
Podemos entender que a tomada de decisão de importadores e exportadores quanto à contratação de fornecedores sustentáveis também passará por mudanças. Afinal, a pauta da sustentabilidade vem ganhando protagonismo no comércio exterior e, até 2030, deve se consolidar como um critério decisivo na escolha de serviços logísticos.
De acordo com a matéria publicada na Sustainability Magazine, a agenda ESG (Environmental, Social and Governance) já é uma realidade no transporte marítimo global. A companhia marítima Maersk Lines, por exemplo, está à frente nesse tema e definiu metas ambiciosas para alcançar zero emissões líquidas até 2030.
Estima-se que a maioria dos operadores logísticos adote abordagens last mile. Além disso, companhias marítimas devem ampliar o uso de combustíveis alternativos de baixa emissão, como GNL, metanol verde e até hidrogênio. Este movimento, embora necessário, impactará nos custos operacionais, de forma a transformar os padrões de custos que hoje trabalhamos. Em outras palavras, certamente, a sustentabilidade definirá novas tendências para o frete marítimo até 2030.
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O que esperar dos custos do frete marítimo até 2030?
O foco na redução de emissões de CO₂, bem como o uso de combustíveis alternativos e a eficiência energética dos navios, possivelmente também impactarão as tendências do frete marítimo nos próximos cinco anos, visto que nos próximos anos as tarifas ambientais serão um dos principais custos do cálculo de viabilidade das operações logísticas internacionais.
Os custos do frete marítimo até 2030 devem permanecer em um patamar elevado e volátil, resultado da combinação entre pressões ambientais, geopolíticas e tecnológicas.
A transição energética das embarcações para combustíveis de baixo carbono exigirá investimentos bilionários, que serão repassados aos embarcadores por meio de tarifas adicionais. Ao mesmo tempo, crises regionais, mudanças cambiais e a crescente demanda por rotas alternativas podem aumentar os tempos de trânsito e reduzir a oferta, pressionando ainda mais os preços.
Para importadores e exportadores, isso significa que o planejamento financeiro e a diversificação logística serão essenciais para diluir riscos e preservar a competitividade em um mercado cada vez mais instável.
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Novos players e rotas
Dentro de um cenário em que sustentabilidade e inovação ganham prioridade, novos participantes logísticos emergem com estratégias diferenciadas, impulsionados pelo apelo ESG e pela necessidade de rotas alternativas mais eficientes.
De acordo com a notícia publicada no portal oficial de notícias do governo brasileiro, Brasil e Noruega avançam na criação de corredor marítimo sustentável.
A criação desse corredor é um importante sinalizador do futuro do transporte marítimo, uma vez que o acordo prevê navegação com combustíveis de baixo ou zero carbono entre portos selecionados.
Tal iniciativa leva a crer que, futuramente, rotas verdes poderão estabelecer novos critérios de seleção de rotas e operadores logísticos para embarcadores.
De maneira simplificada, podemos entender que as tendências de frete marítimo serão amplamente modificadas, tendo em vista que armadores tradicionais terão que competir com aqueles que oferecem valor agregado além do transporte, como por exemplo, garantias de menor pegada de carbono, transparência de dados de emissões, uso de rotas ecoeficientes e integração com logística terrestre sustentável.
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Nichos estratégicos
Esses novos players podem ocupar nichos estratégicos, especialmente em rotas que ainda não são saturadas pelos gigantes do setor, assumindo papel de ponta em trechos de média distância ou em hubs regionais.
Novas rotas também serão esperadas em função de novos critérios ambientais e novas tensões geopolíticas, que impactam diretamente no preço do frete marítimo internacional e na viabilidade das operações.
Atualmente, o mundo já vem enfrentando desafios imensos quanto à este tema em decorrência de conflitos regionais, como a guerra na Ucrânia e os ataques no Mar Vermelho. Esses eventos obrigam transportadoras a desviar embarcações, aumentar tempos de viagem e reduzir a capacidade global disponível, o que pressiona tarifas para cima.
Além disso, embargos e sanções comerciais que restringem mercados também poderão ser mais frequentes nos próximos anos de forma a impactar o futuro do transporte marítimo.
Para importadores e exportadores, as tensões geopolíticas até 2030 exigirão estratégias de diversificação de fornecedores, contratos logísticos mais flexíveis e monitoramento constante do cenário internacional.
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