O agronegócio é um dos pilares de sustentação da economia brasileira. Os vários cultivos espalhados por diferentes regiões do país movimentam a exportação e complementam as importações necessárias. Há anos, o cenário do agro é positivo e a tendência é que o título seja mantido mesmo diante de dificuldades. O segundo semestre tem boa expectativa, mas alguns desafios fazem parte do caminho.
Quando falamos em economia brasileira, um dos primeiros setores que nos vêm à mente é o agronegócio. O Brasil é responsável por grande movimentação mundial – em termos de importação e exportação – em diferentes cultivos. Justamente por esse cenário, a engrenagem gira a favor do agro.
O setor produtivo cresceu principalmente no primeiro trimestre de 2023, época da colheita da safra de verão.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), ano passado, nosso país exportou o equivalente a 165 bilhões de dólares. O número corresponde a 20% de todas as vendas feitas do Brasil ao exterior.
2023 foi um período muito positivo, conforme especialistas do setor. Apesar dos bons números, o primeiro semestre de 2024 ainda conseguiu se destacar na comparação entre os mesmos períodos. O superávit acumulado foi de US$ 32,23 bilhões – crescimento de 2,8%.
Neste ano, as exportações somaram US$ 36,83 bilhões, enquanto o número das importações fechou em US$ 4,60 bilhões. Crescimento de 2,9% e 3,7%, respectivamente, acima dos mesmos faturamentos do período em 2023.
Considerando todos os setores e os produtos, o saldo da balança comercial também foi positivo na comparação entre os trimestres: superávit em US$ 19,08 bilhões. O fechamento soma US$ 3,47 bilhões a mais em relação ao registrado no mesmo período do ano anterior.
Na economia nacional, o agronegócio é o principal segmento. O setor representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB). Ou seja, representa um quarto do todo. Traduzindo de forma mais simples: a cada quatro reais recebidos, um real vem do campo, referente às atividades do agro.
Segundo a divulgação mais recente do IBGE, o PIB brasileiro cresceu 2,9% em 2023. O resultado ficou acima das expectativas projetadas por especialistas do setor. A agropecuária, especificamente, foi um dos segmentos que impulsionou o número, já que também houve 15% de aumento.
Neste ano, o valor calculado para o PIB foi de R$ 10,9 trilhões. Se não fosse pelo setor agropecuário, o avanço da economia teria sido apenas de 1,6%. A afirmação veio do coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
Ainda de acordo com a CNA, o PIB do agro, em 2024, pode cair de 0,5% a 1% devido aos problemas climáticos que afetam o país e, consequentemente, causam perdas de produção no campo. Além de aumentar custos do consumo intermediário.
Especialistas no agro não acreditam que o cenário atual deve ser tão positivo, mas não deve chegar a ser negativo. Considerou-se o recuo econômico como normal, visto que o ano passado tem uma base de comparação muito alta.
O agro impulsionou grande parte das movimentações econômicas do primeiro trimestre brasileiro. No acumulado dos três primeiros meses, as exportações e importações do setor fecharam em saldo positivo. Foram US$ 36,83 bilhões e US$ 4,60 bilhões respectivamente. Saldo em superávit: US$ 32,23 bilhões.
Segundo projeções do setor para 2024, as perspectivas para o cenário agrícola – considerando as principais culturas – devem seguir assim:
café – a produção estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de 58,08 milhões de sacas, 5,5% a mais que ano passado. Como resultado, cerca de 29 milhões de sacas devem ser colhidas em Minas Gerais, com aumento previsto de 0,6% nesta região, abaixo do esperado por conta do clima.
cana de açúcar – a Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul (Orplana) estimam que a safra 23/24 no Centro Sul, principal região produtora, deve fechar em recorde com 650 milhões de toneladas. Além disso, O volume esperado para a nova temporada – que começou em abril – é de 620 milhões de toneladas. Assim, a queda deve ser consequência das condições climáticas.
milho – também deve haver queda nesse setor. Mesmo o Brasil sendo o terceiro maior produtor mundial, segundo a Conab, a colheita do grão deve ser de 117,6 milhões de toneladas. Portanto, queda de 10,9%. É provável que o clima também deve impactar os agricultores e, com isso, reduzir as áreas plantadas.
soja – a quebra de safra deve ser registrada ainda na soja devido aos problemas climáticos. A colheita, antes prevista de 162 milhões de toneladas, agora é estimada em 155,3 milhões. 4,2% a menos, de acordo com a Conab. A safra anterior foi de 160 milhões de toneladas. A quebra deve mexer com o mercado do grão no mundo todo, ainda mais que o Brasil é quem lidera a produção.
Enquanto isso, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), estima que o Brasil vai produzir 10,8 milhões de toneladas de carne bovina esse ano. Aumento de 2,6% comparado ao ano passado. Já a carne de frango deve somar 15,1 milhões, com alta de 1,3%, e a carne suína 4,7 milhões de toneladas, aumento de 4,5% na comparação.
A produtividade deve manter o Brasil em primeiro lugar no ranking de exportadores de carnes do planeta. Aproximadamente 3 milhões de toneladas de carne bovina enviadas para outros países. A exportação de frango também é liderada pelos brasileiros, são 4,9 milhões. Enquanto a terceira posição mundial é ocupada ao falarmos sobre a exportação de suínos. 1,5 milhão de toneladas.
O Brasil vem se destacando na exportação de commodities neste ano. A compra de carne bovina pelos Estados Unidos é um exemplo. Abriram-se também, pelo Brasil, 16 novos mercados em 11 países no primeiro bimestre, em fevereiro. É o maior resultado da série histórica, de acordo com levantamento do Ministério da Agricultura e Pecuária.
O agronegócio brasileiro é de extrema importância para o país, tanto que representa mais de 20% do PIB nacional. Dessa maneira, as perspectivas são de crescimento no setor e é necessário que todos aqueles envolvidos no setor acompanhem as mudanças e tendências. Entre os principais desafios estão:
É uma tendência do agro, ainda mais que a agricultura demanda cada vez mais tecnologias para melhorar a produção e a eficiência. A sustentabilidade é mais uma preocupação do setor. Neste ano, a Internet das Coisas (IoT) deve ganhar destaque já que coleta dados em tempo real, o que permite monitorar o clima e saúde da lavoura, por exemplo. A robótica também vem com força, otimizando o uso de máquinas em tarefas repetitivas ou perigosas.
IA é uma inovação que está ganhando espaço e mudando o cenário do agro. O recurso pode ser utilizado para monitoramento do campo, identificação de escalas, controle de pragas e doenças, previsões de safra e ainda para otimizar a gestão de produção.
Environmental, Social and Governance. A sigla é conhecida no Brasil por ‘Governança ambiental, social e corporativa’. Atualmente, os consumidores estão cada vez mais exigentes e preocupados com a sustentabilidade. Cada vez mais é necessário acompanhar o ESG na agroindústria. A demanda por produtos mais frescos, saudáveis e produzidos de maneira sustentável é maior dia após dia. As empresas do agro precisam se adaptar e adotar as práticas ESG até mesmo a fim de vantagens nas produções, como: redução de custos, aumento da produtividade e melhoria da imagem e reputação da empresa.
Essa é uma tendência que vem ganhando mais força a cada ano. Por isso, uma realidade que precisa ser alcançada por fatores como a demanda crescente por alimentos, necessidade de aumento na produção e escassez de mão de obra. Inclusive, essas são vantagens da mecanização. A pulverização por drones, por exemplo, a irrigação inteligente e o uso de robôs nas plantações devem ficar mais comuns esse ano.
O uso de softwares de gestão agrícola, plataformas de e-commerce e tecnologias de rastreabilidade para garantir a segurança e maior eficácia dos insumos são exemplos da tendência de digitalização. Entre os benefícios estão a redução de custos e maior eficiência dos serviços. Além disso, a possibilidade de comparar preços, facilitar pedidos, o recebimento de notificações e de status.