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DUIMP em foco: Como otimizar as estratégias no Comércio Exterior

Written by Redação Logcomex | 29.10.2025

Entenda os impactos da DUIMP no processo de importação no Brasil e o que sua empresa precisa fazer para se adaptar ao novo modelo e otimizar a logística.

A DUIMP (Declaração Única de Importação) e o NPI (Novo Processo de Importação) vêm consolidando uma das transformações mais relevantes no Comércio Exterior brasileiro nas últimas décadas. A adoção de um modelo de processo unificado e digital representa não apenas uma mudança operacional, mas uma reformulação estratégica da lógica de importação no país.

Neste artigo, você entenderá como a DUIMP se insere nesse novo cenário, quais vantagens ela oferece e por que o Catálogo de Produtos se tornou um elemento fundamental para garantir eficiência, previsibilidade e conformidade.

O que é a DUIMP e qual seu papel central no Novo Processo de Importação (NPI)??

A DUIMP é o novo documento eletrônico que centraliza as informações necessárias para o despacho aduaneiro de mercadorias importadas.

Ela foi criada para:

  • Substituir a Declaração de Importação (DI) e a Declaração Simplificada de Importação (DSI).

  • Trazer mais fluidez, padronização e rastreabilidade ao processo de importação no Brasil.

Este documento faz parte do Novo Processo de Importação (NPI) – iniciativa que integra o Programa Portal Único de Comércio Exterior, coordenado pela Receita Federal (RFB) e pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). O objetivo do NPI é modernizar os fluxos de importação por meio de digitalização, integração entre sistemas e eliminação de etapas redundantes, aproximando o Brasil das melhores práticas internacionais de trade facilitation.

Leia também:  O futuro do despacho aduaneiro: mais automação e eficiência

Como a DUIMP centraliza e padroniza os dados de importação?

Uma das inovações mais importantes da DUIMP é a centralização de informações aduaneiras, fiscais, administrativas, financeiras, logísticas e comerciais em um único documento eletrônico.

  • Modelo Anterior: Exigia o preenchimento e o cruzamento de diversos documentos e formulários ao longo da operação, com elevado risco de inconsistências, retrabalho e atrasos.

  • Com a DUIMP: Esses dados passam a ser inseridos uma única vez, de forma padronizada e interligada com outros módulos do Portal Único Siscomex.

Essa centralização facilita tanto o preenchimento por parte dos importadores e despachantes quanto o trabalho de análise dos órgãos anuentes e da Receita Federal, promovendo maior transparência, rastreabilidade e segurança jurídica.

Quais módulos do Portal Único Siscomex são integrados à DUIMP?

A DUIMP está diretamente integrada ao Portal Único de Comércio Exterior (Siscomex), que funciona como hub central de gestão. Essa integração permite que a declaração compartilhe dados com outros módulos essenciais do processo, como:

  • Catálogo de Produtos: Estruturação de dados dos itens importados.
  • LPCO (Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos): Gestão de anuências.
  • CCT Importação (Controle de Carga e Trânsito): Rastreamento e acompanhamento logístico.
  • Pagamento Centralizado do Comércio Exterior (PCCE): Gerenciamento e efetivação de pagamentos.

Tal nível de interoperabilidade garante que todas as etapas da operação estejam conectadas em tempo real, otimizando o tempo de resposta e facilitando o acompanhamento da carga por todos os departamentos da empresa (compras, logística, financeiro e tributário), o que gera maior previsibilidade.

Quais são as principais vantagens competitivas da DUIMP para a logística?

Mais do que uma obrigatoriedade, a DUIMP representa uma oportunidade para modernizar a estratégia logística e tornar o processo de importação mais competitivo. Isso se deve aos seguintes benefícios:

Registro antecipado e redução de prazo

A DUIMP permite o registro antecipado da declaração, mesmo antes da chegada da carga ao país. A realização prévia de análises fiscais e aduaneiras impacta diretamente o tempo de liberação. 

Estudos da Receita Federal apontam que, com a DUIMP, o tempo médio de importação caiu de 17 para 9 dias. Isso representa um avanço significativo em eficiência operacional e libera o importador de gargalos tradicionais na cadeia logística.

Otimização de custos e burocracia

A redução de etapas e a eliminação de redundâncias documentais diminuem os custos operacionais. A DUIMP permite o desembaraço parcial (liberação antecipada de mercadorias que não dependem de licença). A automatização do processo minimiza a necessidade de retrabalho e reduz erros manuais, diminuindo autuações e atrasos.

Maior previsibilidade e controle

A integração da DUIMP com o Catálogo de Produtos e o CCT Importação (Controle de Carga e Trânsito) proporciona rastreabilidade em tempo real da operação. Isso favorece o planejamento, o controle financeiro e o alinhamento entre os departamentos de logística, compras e financeiro, por exemplo. A visibilidade sobre cada etapa é um diferencial em mercados voláteis.

Licenciamento unificado (LPCO) e flexibilidade: 

Com a DUIMP, o Licenciamento de Importação é substituído pelo LPCO (Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos), que possibilita o uso de uma única autorização para múltiplas operações e diferentes embarques. 

Essa flexibilidade permite ao importador adaptar sua estratégia de recebimento e distribuição com menor rigidez documental.


Catálogo de Produtos e DUIMP: Por que a estrutura de dados é indispensável?


Para que uma empresa possa registrar a DUIMP no Portal Único Siscomex, é obrigatório que ela possua seu Catálogo de Produtos devidamente estruturado e ativo. Esse módulo é o ponto de partida do NPI e funciona como a base de dados que alimenta automaticamente a declaração, evitando retrabalhos e inconsistências.

O que é o Catálogo de Produtos e quais atributos ele exige?

O Catálogo de Produtos é um banco de dados eletrônico no qual o importador cadastra previamente, de forma padronizada e detalhada, todos os itens que pretende nacionalizar. Ele substitui as descrições livres, que eram uma das principais causas de erros e atrasos no modelo anterior (DI).

Atributo do Produto

Detalhe Requerido

Finalidade no Processo

Código NCM

Nomenclatura Comum do Mercosul.

Classificação fiscal e tributária.

Descrição Completa

Detalhamento técnico e comercial.

Análise e auditoria dos órgãos anuentes.

Unidade de Medida

Unidade de medida estatística.

Base para cálculos e estatísticas de Comex.

Marca e Modelo

Informações de identificação comercial.

Diferenciação e rastreabilidade do item.

País de Origem

Local de produção do item.

Determinação de regras de origem e acordos.

Operador Estrangeiro

Fabricante ou exportador.

Rastreabilidade da cadeia e validação de LPCO.

Outras Informações

Exigências específicas dos órgãos anuentes.

Compliance e liberação de mercadoria.

Por que o saneamento de dados no Catálogo é crucial para a conformidade?

A estruturação do Catálogo de Produtos exige mais do que o simples preenchimento. Ela demanda saneamento de dados, validação cruzada com classificações fiscais e alinhamento com os parâmetros de risco da Receita Federal.

  • Risco de Erro: Informações como NCM, descrição comercial e vinculação com operadores estrangeiros devem estar corretas, completas e sem duplicidade. Erros de classificação ou digitação podem gerar exigências fiscais adicionais ou autuações.

  • Gestão de Risco: Com a gestão de risco orientada por dados, o Catálogo é uma fonte primária de análise para os órgãos de controle. Produtos com descrições genéricas, inconsistentes ou fora do padrão tornam-se alvos de maior escrutínio e ficam mais sujeitos a inspeções ou bloqueios

Qual a importância da vinculação do Operador Estrangeiro no Catálogo?

Outro aspecto fundamental do Catálogo é a exigência de vincular cada item ao Operador Estrangeiro responsável (fabricante, exportador ou fornecedor direto). Este vínculo possui duas funções principais:

  1. Rastreabilidade e combate à fraude: Reforça a rastreabilidade da cadeia logística internacional, facilitando auditorias e o combate a fraudes.

  2. Flexibilidade do LPCO: Permite o uso de Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos (LPCOs) por produto ou por operador, o que confere mais flexibilidade ao importador e evita retrabalho documental.

Na prática, um produto só poderá ser declarado na DUIMP se, além de estar corretamente cadastrado, estiver associado a um operador estrangeiro previamente validado e ativo no sistema.

Leia também: Erros comuns na adaptação à DUIMP: como evitá-los

Implementação da DUIMP: Qual o status atual e os critérios para registro?

A adoção da DUIMP é um processo de transformação progressiva. Desde 2018, a Receita Federal implementa a nova declaração por meio de grupos piloto e ampliação gradual. Em 2025, o projeto entrou em uma fase decisiva, com expectativa de substituição completa da DI nos próximos ciclos.

Quem pode registrar a DUIMP atualmente (Outubro de 2025)?

Apesar de a DUIMP já estar operacional no Portal Único Siscomex, seu uso ainda não é obrigatório para todas as operações. O uso está condicionado a critérios técnicos definidos pela Receita Federal e Secex, e o processo de desligamento da DI/DSI está sendo feito de forma gradual, por modal logístico, tipo de operação e órgãos anuentes envolvidos.

Em outubro de 2025, estão aptas a registrar a DUIMP as empresas que atendem aos seguintes critérios

Categoria

Critérios Atendidos (Outubro/2025)

Habilitação

Radar Ilimitado

Tipo de Carga

Contêiner, Granel

Modal

Marítimo, Aéreo

Local de Despacho

Zona Primária, Zona Secundária

Regime Aduaneiro

Adm. Temporária, Recof, Repetro, Drawback, Entreposto

Situação Especial

Adm. em regime, transf. de regime, nacion. de regime

Anuência

Sem anuência, Anvisa, Exército, Ibama, Mapa, demais anuentes integrados

Quando a DUIMP ainda não pode ser utilizada?

Existem casos específicos em que a operação ainda deve ser registrada via DI/DSI:

  • Operações rodoviárias ou por remessa expressa (ainda não migradas).
  • Importações via Zona Franca de Manaus (que seguem cronograma específico).
  • Embarques com anuência de órgãos ainda não integrados à nova estrutura (Suframa).
  • Casos em que há ausência ou inconsistência no Catálogo de Produtos.

Observação Importante: Mesmo que a empresa esteja apta, o registro via DUIMP ainda é opcional para muitas operações. É recomendável a adesão para antecipar o aprendizado e a adaptação. Importadores certificados como OEA (Operador Econômico Autorizado) têm vantagens adicionais, como análise antecipada.

Como o importador deve se preparar para a obrigatoriedade da DUIMP?

Com a DUIMP deixando de ser opcional, as empresas que ainda não se adequaram precisam agir rapidamente. A transição depende de esforço técnico, qualificação de dados, revisão de processos e treinamento de equipes.

Os pontos críticos de atenção para antecipação são:

  1. Revise e estruture seu Catálogo de Produtos: Erros em NCM, descrições ou atributos são os principais responsáveis por entraves no registro da DUIMP. A qualidade da base de dados é crítica.

  2. Capacite os times internos e despachantes: É fundamental que todos os envolvidos conheçam o novo fluxo e saibam utilizar o Portal Único com eficiência.

  3. Alinhe compras e planejamento: O novo modelo permite registro antecipado e desembaraço parcial, elementos que impactam diretamente o lead time logístico e a gestão de estoque.

  4. Garanta a vinculação de operadores estrangeiros: É crucial que fabricantes e exportadores estejam corretamente associados a cada item no Catálogo.

  5. Monitore o cronograma oficial: Acompanhe a Receita Federal para saber quando sua operação se tornará obrigatoriamente DUIMP.
Leia também: Cronograma atualizado: fases de implementação 2025-2026


Qual a perspectiva de obrigatoriedade da Declaração Única de Importação?

A substituição total da DI pela DUIMP está prevista para ocorrer nos próximos ciclos, e o avanço da digitalização é uma tendência irreversível. Embora não haja uma data exata para a extinção completa da DI, a perspectiva é que, assim como ocorreu com a DU-E (Declaração Única de Exportação), a DUIMP se torne exclusiva e obrigatória para todas as importações.

As empresas que adiam a adaptação podem enfrentar riscos operacionais, fiscais e logísticos. Quanto antes o importador se adaptar, maiores serão os ganhos em:

  • Previsibilidade;
  • Compliance;
  • Competitividade, especialmente em um cenário de margens apertadas e pressão por eficiência logística.

Conclusão: da obrigação ao ganho estratégico

A implementação da DUIMP representa uma virada estrutural na forma como o Brasil conduz suas operações de importação. Agora, tudo começa com dados qualificados, integrados e fiscalizados antes mesmo de a carga chegar ao país.

Para as empresas de Comércio Exterior, essa mudança impõe uma nova postura. É preciso deixar para trás o modelo reativo da DI tradicional e adotar práticas ativas de compliance, gestão de dados, controle logístico e integração sistêmica. Quanto antes essa adaptação for feita, maiores serão os ganhos em velocidade, previsibilidade e competitividade fiscal e operacional.

Quer avançar com confiança no Novo Processo de Importação? A Logcomex oferece soluções específicas para apoiar importadores na transição para a DUIMP, como o Catálogo de Produtos.

Com ele, sua empresa consegue centralizar e organizar as informações técnicas e comerciais exigidas pelo Portal Único, com validações automáticas, padronização por NCM e gestão facilitada de atributos. A ferramenta garante 95% dos atributos preenchidos em menos de 60 segundos com apoio de IA.

Além disso, o Catálogo de produtos da Logcomex é totalmente integrável com o Siscomex via API, permitindo uma sincronização fluida com sistemas internos (ERP, TMS) e promovendo mais eficiência no relacionamento com despachantes, operadores logísticos e áreas fiscais.

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