Atualmente, a exportação de carne do Brasil representa cerca de 25% da produção nacional, que é negociada para centenas de países do mundo todo, seguindo os mais rigorosos padrões de qualidade para atender às demandas do mercado. Abaixo, um panorama da produção conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
Números do setor | |
Cabeças de gado | 202.78 milhões |
Cabeças de gado abatidas | 42.31 milhões |
Toneladas de carne bovina (TEC) produzidas | 10.79 milhões |
Toneladas de carne bovina (TEC) no mercado interno | 7.78 milhões |
Toneladas de carne bovina (TEC) exportadas | 3.02 milhões |
O Brasil registrou queda de 25% na exportação de carne. Segundo levantamento da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), realizado a partir da compilação dos dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), o país também apresentou redução na receita acumulada do ano.
Ainda assim, a carne bovina é um dos principais produtos da pauta exportadora brasileira, ocupando a 4ª posição do ranking de produtos mais vendidos para o exterior. A saber, no Brasil, as principais NCMs da exportação de carne bovina são as que listamos a seguir:
A receita obtida com a exportação de carne ficou na casa dos US$ 6 bilhões. O que representa um peso total exportado de quase 1,3 milhões de toneladas, conforme podemos ver no gráfico abaixo — com dados atualizados extraídos do NCM Intel Exportação, plataforma da Logcomex:
Mato Grosso segue em primeiro lugar como principal exportador de carne brasileira (com quase pouco mais de 1,4 bilhão das exportações), seguido por São Paulo (com 1,2 bilhão), Goiás (com pouco 914 milhões), Mato Grosso do Sul (com 604 milhões) e Minas Gerais (com quase 600 milhões).
Já entre as principais unidades de desembaraço, o top 3 é composto pelo porto de Santos), movimentando +3 bilhões das importações; o de Paranaguá (no Paraná) movimentando +1 bilhão e o de Itajaí (em Santa Catarina), que movimentou quase 230 milhões da carne bovina exportada.
A exportação de carne para a China segue em alta, apesar da queda em relação ao ano passado. O Brasil alcança países em todos os continentes — por exemplo, Chile e EUA na América; Malásia, Hong Kong e Filipinas na Ásia; Egito, Israel, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita no Oriente Médio, além da Rússia (cujo território ocupa Europa e Ásia).
Enquanto, por um lado, os EUA reduziram suas importações de carne brasileira, Malásia e Chile, por outro lado, tomaram o caminho inverso, aumentando suas compras do insumo. Segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) em nota oficial ao Poder 360:
“O resultado do desempenho do gigante asiático vem impactando decisivamente no desempenho total das vendas de carne bovina deste ano. […] Além disso, a valorização do real em relação ao dólar também foi outro fator que impactou nas receitas dos exportadores”
Em relação aos modais de transporte, a maior representatividade é do marítimo — transportando 92,67% da exportação de carne — e o rodoviário, 7,28%. Sendo que o aumento deste último se deve, sobretudo, ao aumento das importações chilenas da carne bovina brasileira.
O futuro da exportação de carne bovina brasileira é promissor, alavancado pelo aumento contínuo da demanda global e oportunidades crescentes de expansão em mercados estrangeiros. Apesar do declínio inicial nas exportações em 2023, a indústria está se adaptando às tendências do mercado e às necessidades dos consumidores globais.
O Brasil, reconhecido como o maior exportador de carne bovina do mundo, tem se destacado no fornecimento de carne ingrediente, que é posteriormente industrializada nos países de destino. A demanda crescente da China, em particular, representa uma oportunidade valiosa.
Aliás, o país asiático que atualmente é o maior mercado para a exportação do Brasil, está em busca de alternativas, impulsionando a procura pela carne bovina brasileira. Afinal, a China depende em grande parte das importações, criando uma oportunidade substancial para o Brasil expandir suas exportações.
Outra conquista notável é a abertura do mercado mexicano para o Brasil, oferecendo acesso não só ao México, mas também aos EUA e Canadá — uma região com cerca de 500 milhões de habitantes. A Indonésia, um mercado com grande potencial, também aumentou sua importação de carne bovina brasileira, impulsionando as exportações.
Apesar dos avanços, existem desafios a serem enfrentados. A questão da segurança alimentar, por exemplo — especialmente em relação a surtos de doenças como febre aftosa e encefalopatia espongiforme bovina, continua a ser uma preocupação. O que requer cuidados especiais.
Nesse sentido, manter um sistema de defesa robusto e transparente é essencial para garantir a confiança dos compradores internacionais. Estratégia esta que, por sua vez, não apenas sustentará, como também aumentará a demanda por carne bovina brasileira no mercado global.
A rastreabilidade da cadeia de suprimentos e a implementação de padrões governamentais também são cada vez mais cruciais. Nesse sentido, empresas e órgãos estão trabalhando juntos para fortalecer a transparência e reduzir os riscos associados à produção de carne bovina.
Afinal, é fundamental que cada um dos elos da cadeia produtiva estejam envolvidos nesse esforço conjunto para ampliar a presença do Brasil no mercado global. Inclusive compartilhando responsabilidades não apenas para garantir uma produção sustentável, como também socialmente responsável.
O Brasil — com seu vasto potencial e investimentos em inovação e melhoria da cadeia de suprimentos — tem tudo para se manter como maior exportador de carne bovina do mundo. Enfrentando desafios de frente, o país consolidará sua posição e estabelecerá padrões elevados para o setor, servindo como modelo para outras nações.
A produção de carnes no Brasil está em constante transformação, com números impressionantes divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Estima-se que a produção dos principais tipos de carnes atinja aproximadamente 29,6 milhões de toneladas, marcando o auge histórico para aves, suínos e bovinos.
As exportações também devem bater recordes — com previsão de superar os 9 milhões de toneladas, gerando dessa maneira um excedente extremamente significativo no mercado interno, estimado em nada menos do que impressionantes 20,44 milhões de toneladas.
Segundo projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), haverá um crescimento notável na produção de carne bovina brasileira, alcançando a marca dos 11,16 milhões de toneladas por carcaça equivalente em 2023, um 8% a mais do que em 2022.
Essa expansão é impulsionada por uma série de fatores, incluindo aumento dos abates de fêmeas, levando a uma oferta maior de carne no mercado. Esse cenário também é favorecido pelas melhores condições econômicas para os consumidores, além de uma demanda externa firme, especialmente oriunda da China.
As projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos também indicam que o país deve negociar aproximadamente 3,35 milhões de toneladas em 2023 e 3,40 milhões em 2024. O que é reforçado pelo fato de que o Brasil também está explorando novos mercados e expandindo sua presença global para se consolidar entre os maiores exportadores de carne bovina do mundo.
Apesar das previsões promissoras, este mercado também enfrenta desafios. A concorrência externa, mesmo em declínio em alguns países, ainda deve ser considerada. Além disso, diversos fatores podem afetar a volátil demanda global, incluindo mudanças nas preferências dos consumidores e instabilidade econômica global.
A indústria de carnes no Brasil continua a se adaptar e evoluir através da busca por métodos sustentáveis, bem como pela rastreabilidade e pelos padrões de qualidade elevados, fatores inegavelmente cruciais para manter sua competitividade no mercado internacional.
Além disso, com o apoio de políticas eficazes, da inovação contínua e de uma abordagem estratégica para os desafios, o país está bem posicionado para se manter como líder na produção e exportação de carne nos próximos anos e obter ainda mais destaque no mercado global.
Leia mais: Como a exportação de carne influencia no consumo, na política e na balança comercial brasileira
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