Atualmente, 77,6 milhões de veículos são produzidos no mundo, sendo 2,3 milhões destes fabricados no Brasil. São calculadas em média 7.300 concessionárias, que, em sua totalidade, posicionam o Brasil como o 8º maior produtor de veículos no mundo. Por isso, o processo de importação de peças automotivas é essencial para quem quer ser competitivo nesse mercado.
Afinal, o setor automobilístico é muito importante para a economia do país e, ao mesmo tempo, é muito concorrido. Além disso, as operações que o compõem podem envolver diversos procedimentos, e, nesse contexto, adquirir algumas peças importadas pode garantir uma economia que beira os 80% em relação à compra de peças nacionais.
Histórico da Indústria Automobilística no Brasil
No Brasil, a indústria automobilística teve início em 1952, com a criação da “Subcomissão de Jipes, Tratores, Caminhões e Automóveis” na CDI, presidida por Lúcio Meira. Nesse contexto, surgiram o Aviso 288 e a Carteira de Exportação e Importação do Banco do Brasil (CEXIM), que restringia a importação de peças automotivas já fabricadas no país.
O Aviso 311, estabelecido em 1953, vetou a importação de veículos completos, impulsionando a mostra da indústria nacional de autopeças em 1953. Durante o segundo governo de Getúlio Vargas, a importação de veículos inteiros foi limitada, resultando na chegada de fabricantes como a Volkswagen e a Mercedes-Benz, marcando o início do crescimento contínuo da indústria automotiva no Brasil.
Cenário da Indústria Automobilística no Brasil
A McKinsey projeta o crescimento do mercado de reposição de autopeças em US$ 25 bilhões, impulsionado pelo envelhecimento da frota e a ascensão dos carros elétricos. Além disso, ela prevê que o aumento da frota, somado ao envelhecimento, resultará em significativa demanda por reposições e reparos, impulsionando o mercado de reposição.
Contudo, o estudo também apontou a transformação rumo a carros elétricos até 2040. O que apresenta desafios e oportunidades, incluindo mão de obra qualificada e custos mais elevados de manutenção. O setor de pneus, por exemplo, projeta um crescimento de 150%, refletindo as mudanças nas dimensões dos veículos mais modernos.
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Estratégias para o crescimento sustentável
A análise da McKinsey destaca também a relevância da presença online, com a Amazon nos EUA já atingindo US$ 10 bilhões em vendas de autopeças. No Brasil, espera-se que as vendas online alcancem 20% da receita total até 2027. Além disso, a transformação digital traz oportunidades inexploradas, como aplicativos que oferecem diagnóstico remoto, evidenciando a mudança no comportamento dos consumidores.
Nesse cenário de mudanças, digitalizar os canais de venda, aproveitar a analítica avançada, fortalecer o relacionamento com o cliente e criar novos negócios é crucial. Como este mercado tende a evoluir nos próximos anos, é preciso agir rapidamente, adaptando-se e tendo uma visão estratégica para garantir uma posição de destaque.
Quais peças automotivas podem ser importadas?
Como vimos anteriormente, na importação de peças automotivas existe sem dúvida uma enorme variedade de alternativas disponíveis. Entre os inúmeros artigos que são passíveis de importação para o mercado brasileiro estão, por exemplo, os produtos que listamos a seguir:
- Faróis e lanternas
- Espelhos e retrovisores
- Peças mecânicas no geral, como juntas e rolamentos
- Peças elétricas no geral, como alternadores
- Filtros de ar e ar-condicionado
- Acessórios variados, como portas, bancos e tapetes.
Uma vez que os modelos, tamanhos e especificações de cada peça são variados, o mercado mundial adotou um padrão comum, o Part Number. Ele facilita a compra, pois classifica as peças de acordo com as características do veículo, como modelo, ano e cor. Contudo, como podem acontecer erros de classificação, é interessante saber o chassi do carro no momento da compra.
Peças White Label e OEM
Além disso, as peças são divididas em duas categorias, conforme sua fabricação. A primeira se trata das peças White Label, que carregam os nomes das montadoras e são vendidas pelas próprias — ainda que às vezes sejam manufaturadas por outras empresas. Entre elas, podemos citar a Chevrolet, a Fiat, a Ford, a Volkswagen, etc.
Além destas, também temos as peças conhecidas como OEM (sigla para Original Equipment Manufacturer, ou Fabricante de Equipamento Original, em português). Em poucas palavras, estas são as peças que são que as indústrias especializadas no setor automotivo produzem. Porém, elas não carregam o nome de nenhuma montadora tradicional.
Dados da importação de peças automotivas
Para fornecer um panorama detalhado do setor, fizemos uma análise das peças automotivas importadas pelo Brasil na plataforma da Logcomex. O período analisado compreende os meses entre janeiro e setembro de 2023, considerando além da NCM 9401.20.00, as peças classificadas nos seguintes grupos (SH4):
- 8409 — Partes reconhecíveis como exclusiva ou principalmente destinada aos motores das posições 8407 ou 8408)
- 8511 — Aparelhos e dispositivos elétricos de ignição ou de arranque para motores de ignição por faísca ou compressão (por exemplo, magnetos, dínamos-magnetos, bobinas de ignição, velas de ignição ou de aquecimento, motores de arranque), geradores (dínamos e[…]
- 8512 — Aparelhos elétricos de iluminação ou de sinalização (exceto os da posição 8539), limpadores de pára-brisas, degeladores e desembaciadores elétricos, dos tipos utilizados em ciclos e automóveis
- 8708 — Parte e acessórios dos veículos automóveis das posições 8701 a 8705
- 8716 — Reboques e semi-reboques para quaisquer veículos; outros veículos não autopropulsores; suas partes.
Dados gerais da importação de peças automotivas
Nos primeiros 9 meses de 2023, a importação de peças automotivas representou nada menos do que +US$7 bilhões. O que representa uma queda de 4% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao peso, este ano o total importado caiu 6,9%, com um valor total equivalente a +759 mil toneladas.
Países de origem da importação de peças automotivas
A origem da importação de autopeças do Brasil vêm principalmente da Ásia — onde China, Japão, Tailândia e Índia, juntos, representam 40% das importações brasileiras. A América do Norte também se destaca, com México e EUA somados representando 20% das importações. Inclusive, empatando com a Europa, que apresenta a mesma porcentagem, juntando os valores importados da Alemanha, Suécia e Itália.
Modais da importação de peças automotivas
Sem surpresa, o principal modal de transporte da importação de peças automotivas do Brasil é o marítimo (que transportou sozinho quase 90% das mercadorias). Afinal, nossos fornecedores estão do outro lado do mundo. Aliás, justamente por isso, outro dos modais de destaque das peças importadas é o aéreo (transportando 5% dos produtos), seguido do rodoviário (que transportou pouco mais de 1%).
Estados que mais importam peças automotivas
Entre os estados que mais importaram as peças automotivas, São Paulo se destaca, adquirindo praticamente metade das peças compradas do exterior. Logo em seguida, ocupando o segundo lugar no ranking, surge o Paraná com 16% das importações. Com representação bem menor, compõem o top 10 os estados de Santa Catarina, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Espírito Santo.
Unidades de desembaraço das peças importadas
Com São Paulo como principal importador de peças automotivas e o modal marítimo como maior meio de transporte das mercadorias, não é surpresa que o Porto de Santos seja a URF que mais movimentou estes produtos no período. Falando em números, esta unidade de desembaraço foi a porta de entrada de mais da metade das importações (recebendo 59% das peças).
Compondo o top 10 do ranking também se destacam o porto de Paranaguá, o porto do Rio de Janeiro, o porto de São Francisco do Sul, Itajaí e a IRF de São Borja. Bem como o aeroporto internacional de São Paulo/Guarulhos, o porto de Manaus, o porto de Suape e o de Rio Grande.
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