Como é a economia e comércio internacional do Japão?

O Japão está localizado no leste da Ásia e é uma cadeia de ilhas entre o Oceano Pacífico Norte e o Mar do Japão, a leste da Península Coreana. Por conta disso, não possui fronteiras terrestres. É composto por quatro ilhas principais, Hokkaido, Shikoku, Kyush e Honshu (a maior e mais populosa), e mais 6.848 ilhas menores.

O país possui uma área de 377,930 km² e a sua capital é a cidade de Tóquio, que significa “capital oriental” em japonês. Anteriormente, a cidade se chamava Edo e foi em 1868 que recebeu o novo nome.

A sua área litorânea é vasta, representando um total de 29.751 km. Por conta de sua localização, o clima é tropical no Sul e temperado frio no Norte.

Assim sendo, muitos portos compõem a infraestrutura do país. Um dos mais importantes é o de Yokahoma, que começou a operar em 1859. Ele fica localizado na região metropolitana de Tóquio e, com sua arquitetura moderna, é uma bela porta de entrada para a capital. O Porto de Yokahoma também se destaca pela alta tecnologia e eficiência, estando no topo do ranking dentre os portos mais eficientes do mundo em termos de movimentação de contêineres.

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O Aeroporto de Tóquio, mais conhecido como Aeroporto de Haneda, foi inaugurado em 1931 sendo hoje o mais importante do país e o quinto mais movimentado do mundo. Além disso, foi eleito como o terminal mais limpo do mundo.

O país possui um grande número de vulcões, mas boa parte deles se encontram adormecidos. Também conta com alto risco de ocorrência de terremotos e tsunamis: registra-se cerca de 1.500 abalos sísmicos por ano. 

O principal motivo dessas incidências se dá pelo fato do país estar localizado no Círculo de Fogo, uma região às margens do Oceano Pacífico, que tem muitos vulcões ativos e é um epicentro de terremoto. 

Cerca de 90% dos terremotos registrados no mundo acontecem no Círculo de Fogo. 

O Japão é dividido em 47 prefeituras, que possuem função semelhante à dos estados brasileiros. Cada uma dessas prefeituras abrange uma quantidade de cidades, vilas e aldeias.

Aspectos históricos do Japão

A guerra civil do Japão teve fim em 1603, o que marcou o início de um grande período de estabilidade política e isolamento da cultura estrangeira. 

Foi somente em 1854, após a assinatura do Tratado de Kanagawa com os EUA, que o Japão abriu seus portos e iniciou seu período de modernização e industrialização.

Entre o final do século XIX e o começo do século XX deu-se início a um forte período de expansão, quando o Japão ocupou a Coreia, Taiwan e o sul da ilha Sakhalin. De 1931 a 1932, ocupou a Manchúria e, cinco anos depois, começou uma longa expansão em direção à China. Em 1941, o Japão atacou as forças estadunidenses, o que desencadeou a entrada dos americanos na Segunda Guerra Mundial. Após isso, logo ocupou grande parte do Leste e Sudeste Asiático.

Apesar da perda de grande parte dos territórios ocupados e das cidades devastadas após os atentados nucleares ao fim da Segunda Guerra, o Japão logo se recuperou e tornou-se uma grande potência mundial aliada dos Estados Unidos.

Quais são as características demográficas do Japão?

Segundo dados do Banco Mundial divulgados em 2023, a população do Japão é de aproximadamente 124,5 milhões de habitantes.

Você já ouviu falar que o país enfrenta um grande problema quando o assunto é demografia? Vamos entender qual o problema demográfico do Japão!

Mais de 10% dos japoneses possuem mais de 80 anos e quase 30% da população já passa dos 65. Há anos, o número de nascimentos do país vem diminuindo, enquanto a quantidade de mortes aumenta, superando assim os nascimentos por mais de uma décadas. Com isso, a economia do país sofre com a elevada quantidade de idosos em relação à população trabalhadora. Estima-se que a taxa de fertilidade de um país precisa ser de 2,1 para que a população se mantenha estável, no entanto, a japonesa gira em torno de 1,3 desde a década de 1980.

No Japão, a expectativa de vida ao nascer é de 86 anos, segunda melhor taxa no ranking mundial, atrás somente de Mônaco.

Cerca de 70% da população é xintoísta e 69% é budista, segundo estimativas de 2015 – o número ultrapassa os 100% pois há praticantes tanto de um quanto do outro. Também há presença do cristianismo entre a população, cujo percentual de praticantes é de 1,5%. Além disso, cerca de 7% é praticante de outra ou nenhuma religião.

Não é segredo para ninguém que o sistema educacional do país é exemplar: uma pesquisa feita em 2015 pelo próprio governo japonês, com o intuito de estipular a taxa de analfabetismo, apurou que apenas 0,5% da população é considerada analfabeta. 

Além disso, 100% dos estudantes com até 15 anos de idade (considerado período obrigatório) estão matriculados.

Sistema político do Japão

O sistema político do Japão foi construído sob o princípio de divisão de Montesquieu. Nesse sentido, as atividades do governo são divididas em três níveis: executivo, legislativo e judiciário. 

O imperador é o símbolo do Estado e algumas de suas funções são a promulgação de leis e a dissolução do Congresso. Por ser uma monarquia constitucional, a nomeação do executivo é hereditária. O atual imperador é Naruhito, que assumiu o poder em 01 de maio de 2019, após abdicação de seu pai, Emérito Akihito.

No sistema japonês, é o imperador quem indica quem ocupará os cargos de primeiro-ministro e juiz da Suprema Corte. Dessa forma, por haver a presença de um imperador e um primeiro-ministro, o sistema de governo é o parlamentarista, situação em que se tem um representante de Estado e um representante de governo, respectivamente.

No país, temos, então:

  • Imperador, representante do executivo;
  • Suprema Corte, representante do judiciário;
  • Dieta, responsável pelo legislativo. 

Uma curiosidade sobre o Japão, é que a Dieta tem poder sobre o executivo, o que faz com que a divisão não seja igualitária.

Essa instância está dividida em duas câmaras: a inferior, Câmara dos Representantes, e a superior, Câmera dos Conselheiros. Essa divisão também é semelhante à que encontramos no Brasil, onde há presença da Câmara dos Deputados e do Senado.

Como é a relação comercial entre os 2 países?

Em 2025,  Brasil e Japão celebram 130 anos de relações diplomáticas. Ao longo desses anos, diversos acordos e memorandos foram assinados promovendo a cooperação bilateral. Setores como tecnologia, energia, educação, saúde e segurança fazem parte de alguns acordos, além da questão imigratória presente em ambos os países. O Japão é um dos países com o maior número de brasileiros, aproximadamente 212 mil.

Em 2024, o Brasil recebeu a visita do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e 38 memorandos de cooperação foram assinados, sendo 36 no setor privado e dois entre empresas brasileiras e japonesas, estimulando as relações econômicas bilaterais.

Quais são os produtos mais exportados ao Brasil pelo Japão?

O Japão está no top 10 dentre os principais parceiros comerciais do Brasil. Em 2024, o Brasil exportou mais de US$5,5 bilhões ao país asiático enquanto as importações totalizaram US$5,4 bilhões, aproximadamente.

Dentre os principais produtos que o Japão exporta para o Brasil, destacam-se as partes e acessórios de veículos automotivos, responsáveis por quase 1/5 do montante.

Em seguida, outros diversos produtos da indústria de transformação compõem a lista, como máquinas e aparelhos elétricos, instrumentos de medição, motores de pistão, medicamentos, produtos farmacêuticos e muito mais.

Quais são os produtos mais importados pelo Japão do Brasil?

Já no ponto de vista das exportações brasileiras para o Japão, destacam-se commodities como minério de ferro, café, milho e soja. Outros produtos, como carnes de aves e suína, alumínio, celulose e sucos de frutas também fazem parte dos nossos embarques para o país asiático.

Dados econômicos do Japão

É a terceira maior economia do mundo, atrás somente de Estados Unidos e China. O PIB do Japão em 2019 foi de 5,75 trilhões de dólares (Investopedia), 1% maior que em 2018. 

O valor é surpreendente levando em consideração o desafio de se reerguer após dois acontecimentos que abalaram o país: a crise econômica de 2008 e o terremoto de 2011.

Em 2019 a taxa de desemprego entre a população foi de 2.29% e a de inflação foi de 0,48%, meio por cento menor que no ano anterior (Macrotrends).

A moeda japonesa é o iene, que equivale, em média, a R$ 0,05. Nessa proporção, um real corresponde a cerca de 19 ienes.

A dívida pública do Japão em 2019 era de 1,91 quatrilhão de ienes, cerca de R$ 35,7 trilhões, o valor corresponde a mais de 230% de seu PIB (Trading Economics).

Contudo, apesar do alto valor, o país tem chances improváveis de passar por uma grande quebra, isso porque cerca de 90% da dívida não está na mão de organizações internacionais, mas sim de investidores do Japão, que poderiam comprar ativos estatais para aliviar a dívida.

O Japão no comércio internacional

O Índice de Liberdade Econômica leva em consideração os mercados abertos, a eficiência regulatória e o estado de direito. Em 2020, o índice japonês é de 73.3%, posição número 30 no ranking global (Heritage). 

O Global Competitiveness Index, publicado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial, mede a competividade de determinado país com base em seus índices de educação, infraestrutura, macroeconomia etc.

No relatório de 2019 que coletou dados de 2018, o Japão estava na sexta posição entre 141 países.

Seus principais parceiros no ramo comercial são (Jetro): 

  • China
  • Estados Unidos
  • Coréia do Sul
  • Hong Kong e
  • Taiwan.

Dos blocos que o Japão faz parte, podemos citar a Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), o Grupo da Austrália, o Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), além do G-7, G-8, G-10 e G-20.

O país também é parceiro da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) e da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

O Japão sediou o Protocolo de Quioto em 1997, um acordo internacional onde diversos países assumiram compromissos rígidos de reduzirem suas emissões de gases que produzem o efeito estufa, entre eles o carbono.

O Protocolo de Quioto contou com 192 Estados signatários e entrou em vigor a partir de 2005, quando o número mínimo de países mais poluentes do mundo passou a fazer parte, tendo expirado em dezembro de 2012 e sido sucedido pelo Acordo de Paris.

Principais portos e aeroportos

Por ser um arquipélago, o Japão não possui fronteiras terrestres com outro(s) país(es). Por conta disso, a presença de portos e aeroportos são de suma importância.

Em 2011, 22 portos do país foram nomeados “portos de reciclagem”. Eles são utilizados para transportar os recursos recicláveis por meio de navios graneleiros. Além destes, seis portos são considerados super-hubs portuários (Embaixada do Japão).

Os aeroportos, que atuam tanto com voos domésticos quanto internacionais, também estão muito presentes: cerca de 100 por todo o país (Embaixada do Japão). Entre eles, há o aeroporto mais limpo do mundo (falaremos dele adiante).

Principais portos

Um dos portos mais importantes é o de Tóquio, classificado como 32º maior do mundo em movimentação de contêiner, com 4,25 milhões de TEU em 2016 (AAPA).

Está localizado na Baía de Tóquio, capital do Japão e lar da família imperial, o que faz com que ele apoie uma movimentada indústria de turismo.

No lugar onde hoje é o porto havia uma pequena vila de pescadores chamada Edo, que em 1392 já era porta de entrada e saída de navios. 

No século XVII, Edo se tornou a capital do Japão e logo foram sendo construídos vários berços e instalações portuárias ali. Em 1868, a cidade passou a se chamar Tóquio e o seu castelo tornou-se o Palácio Imperial

O porto passou por dois grandes processos de reconstrução

O primeiro após o terremoto de Kanto, em 1923, e o segundo após bombardeios da Segunda Guerra Mundial; apenas em 1941 o Porto de Tóquio foi proclamado Porto Internacional.

Outro porto importante é o de Yokohama, que começou a operar em 1859 para tráfego doméstico e estrangeiro. 

Foi um dos cinco portos abertos pelo estadunidense Matthew Perry após a assinatura do Tratado de Amizade e Comércio EUA-Japão e logo se tornou o primeiro porto de entrada para o Japão, de muitas influências estrangeiras.

O porto está localizado a 23 km do porto de Tóquio e, com sua arquitetura moderna, é uma bela porta de entrada para a capital. Atualmente, o Porto de Yokohama gerencia a Importação de matéria-prima para a zona industrial e uma variedade de Exportações. 

No ano de 2016, este porto foi classificado como 48º mais importante do mundo em movimentação de contêineres, com 2,78 milhões de TEU (AAPA).

Os portos de Tóquio e Yokohama, somado ao de Kawasaki, fazem parte da Zona Industrial de Keihin e juntos movimentaram 7,98 milhões de TEU em 2017 (World Shipping).

O hub abriga construtores de navios e fabricantes de produtos químicos, metais primários, maquinários, automóveis, produtores petrolíferos e produtores de metal, além de indústrias de biotecnologia e semicondutores.

Principal aeroporto

O aeroporto mais importante do Japão é também o quinto mais movimentado do mundo, tendo movimentado 85,505 milhões de passageiros em 2019 (ACI).

O Aeroporto de Tóquio, mais conhecido como Aeroporto de Haneda, foi inaugurado em 1931 como o primeiro aeroporto internacional do país

Entre 1978 e 2010 foi utilizado somente para voos domésticos, mas após a construção da quarta pista na década passada, voltou a operar com voos internacionais.

Em 2019, o Aeroporto de Haneda foi eleito o terminal mais limpo do mundo.

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