Fontes de dados públicas e publicamente acessíveis são essenciais para o mercado de comércio exterior

Fontes de dados públicas e publicamente acessíveis: qual é a diferença?

A gestão e uso estratégico de dados é um diferencial competitivo relevante para empresas que atuam com comércio exterior. Assim, é necessário entender, com certa profundidade, alguns conceitos, como saber diferenciar o que são fontes de dados públicas e publicamente acessíveis.

Esse nível de conhecimento é importante para compreender como obter determinados dados de práticas de mercado, comportamento de usuários, demografia entre outras informações valiosas para criar planos de ação e campanhas.

Além disso, você consegue se alinhar aos regulamentos legais e melhorar as políticas de compliance da sua empresa. O aprofundamento nas práticas e nomenclaturas do universo dos dados permite-lhe saber se há alguma violação durante a obtenção deles, mantendo em compliance com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a Lei de Acesso à informação (LAI).

Neste artigo, detalharemos mais sobre a diferença entre essas duas palavras-chave: fontes públicas de dados e fontes de dados publicamente acessíveis. 

Bônus: também listamos algumas fontes públicas governamentais e uma plataforma ideal para empresas adotarem uma postura data driven.

Boa leitura!

O que são fontes públicas de dados?

Fontes públicas de dados são organizações oficiais da administração pública que disponibilizam dados em seus sites e plataformas. A principal função deles é oferecer transparência e acesso facilitado às informações para empresas e membros da sociedade civil.

Esses órgãos representam todos os setores e recortes da economia e demografia brasileira. Ou seja, eles virtualmente concentram as informações mais confiáveis sobre aspectos da nossa população, seus hábitos e até suas informações financeiras

Para o comércio exterior não é diferente. 

Os dados fornecidos por essas fontes têm função estratégica mais do que relevante para importadores e exportadores. Com eles, sabe-se o status da balança comercial brasileira com outros países, o status do embarque e desembarque de cada ativo por sua NCM.

A introdução do Siscomex nos anos 90 – e agora com a nova versão do Portal Único Siscomex – fortaleceu essa frente. Permitindo a centralização e organização das atividades das empresas do setor.

O que são fontes publicamente acessíveis?

Fontes de dados publicamente acessíveis são todas aquelas que estão disponíveis para serem acessadas, mas você não tem, necessariamente, o direito de utilizá-las. Exemplos são redes sociais ou sites na internet. Essas plataformas obtêm dados por meio canais não oficiais com a concessão do próprio titular.

Por exemplo, quando preenche um formulário online ou autoriza o uso de cookies para mapear sua navegação em um website, você está permitindo que a empresa use, armazene ou até negocie esses dados (idealmente seguindo os parâmetros de segurança e compliance estabelecidos pela legislação).

Pensando nas aplicações práticas, a mais conhecida é a das plataformas de anúncios de redes sociais, como Facebook Ads e Google Ads.  Usando os dados preenchidos por usuários, seus comportamentos nas plataformas (como pesquisas e conteúdos consumidos) e padrões de navegação e pesquisa, essas plataformas os agrupam para que os anunciantes possam afunilar quem os receberá.

Essencialmente, é por isso que você recebe ofertas de produtos depois de ter pesquisado por eles no Google, por exemplo. Também, esse é o motivo de você não visualizar ofertas desconexas de regiões distantes do país.

Por fim, isso não se restringe às redes sociais. Empresas que realizam pesquisas e fornecem dados ao mercado também estão nessa categoria. Alguns exemplos são os dados sobre dívidas e inadimplência regularmente atualizados pelo Serasa Experian ou as pesquisas comercializadas por grandes empresas como a consultoria McKinsey.

Quais são as principais diferenças entre os dois tipos de fonte?

Ambas são valiosas para a operação estratégica de uma empresa que opera processos aduaneiros, de importação ou de exportação. No entanto, deve-se entender que, normalmente, cada uma pode ser aproveitada de forma diferente.

Dados públicos geralmente abordam aspectos do mercado e demografias amplas (como os censos do IBGE). Essas fontes, então, são melhores aproveitadas para fomentar a tomada de decisão e encaminhamento do plano estratégico.

Por meio da análise dessas informações pode-se pensar em planos de ação de acordo com tendências e até possíveis previsões.

Imagine o seguinte cenário: organizando e analisando as estatísticas disponíveis, você identifica um crescimento exponencial na importação de ferramentas da China. A partir daí, é possível direcionar os esforços para as melhores oportunidades do mercado.

Já os dados publicamente acessíveis, geralmente, ajudam a tomar decisões mais afuniladas, bem como a aplicação ativa de ações.

Por exemplo, uma empresa pode usar as informações passadas pelos indivíduos que preencheram um formulário para baixar um e-book sobre os melhores modais de transporte, para lhes enviar novos conteúdos e ofertas.

O que diz a legislação?

A legislação sobre armazenamento, tratamento e disponibilização de dados é bastante nova no Brasil. O principal regulamento para esse tipo de atividade é a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD),que entrou em vigor apenas em 2020, e visa sobre dados de pessoas físicas.

Ainda há muito a se aprender e entender sobre a forma mais segura de usar dados, mas uma coisa é fixa e inviolável: a propriedade do titular sobre suas informações.

Tanto as fontes públicas, quanto as publicamente acessíveis, não podem usar os dados como bem entenderem, mesmo que um cidadão o tenha ativamente disponibilizado. A LGPD estabelece 10 bases legais aos quais as companhias (públicas e privadas) devem respeitar para poderem manter e usar as informações captadas:

  • Consentimento do titular;
  • Legítimo interesse;
  • Cumprimento de obrigação legal ou regulatória;
  • Tratamento pela administração pública;
  • Realização de estudos e de pesquisa;
  • Execução ou preparação contratual;
  • Exercício regular de direitos;
  • Proteção da vida e da incolumidade física;
  • Tutela de saúde do titular;
  • Proteção de crédito.

A legislação preserva o direito do titular de pedir a exclusão desses dados da base de um controlador ou operador. 

Isso desde que eles não precisem deles para cumprir alguma das bases legais acima. Por exemplo, as informações trabalhistas de colaboradores e ex-colaboradores podem ser enquadradas nas bases de “Execução ou preparação contratual”, “Exercício regular de direitos” e, ainda, na de “Cumprimento de obrigação legal ou regulatória”.

Leia também: LAI e LGPD: o que diz a legislação sobre dados pessoais? 

A importância de dados no comércio exterior

Atualmente, todos os principais players globais do comércio exterior utilizam as massas de dados disponíveis online a seu favor.

Mas e as empresas de pequeno, médio e grande porte fora desses espectro, como ficam? Elas também precisam se posicionar no mercado de forma estratégica e aproveitando os dados.

A sofisticação dos sistemas digitais do governo e as tentativas de reduzir processos burocráticos são uma ação concomitante às tendências do mercado.

Hoje, existem fontes públicas de dados riquíssimas, que qualquer empresa pode aproveitar. Quem já está amadurecendo nessa frente data driven sai na frente da competição, com melhores direcionamentos endossados por dados consolidados – ou seja, muito mais segurança do que achismos e o famoso feeling.

Não apenas isso, o mercado tem se movimentado de forma ativa para fornecer ferramentas e tecnologias para otimizar e popularizar o acesso das informações aos empreendedores (vide a Logcomex!).

Para te ajudar, listamos abaixo algumas das principais fontes públicas de dados, além de um serviço especial para otimizar e facilitar sua visão analítica e tomada de decisões.

Fontes de dados públicos para o comércio exterior + Bônus

Essas são algumas das principais fontes de dados atuais para o comércio exterior brasileiro:

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