Imagem de um navio pegando fogo representando os ataques no Mar Vermelho e a instabilidade atual do frete internacional marítimo

Ataques ao Mar Vermelho: impactos no frete internacional marítimo

O cenário global do transporte enfrenta novos desafios com os recentes ataques dos rebeldes Houthi a navios comerciais. Esses eventos resultantes da guerra Israel-Hamas, têm impactos diretos no frete internacional (especialmente no marítimo), adicionando incertezas ao modal e às cadeias de suprimentos em geral. 

Guerra Israel-Hamas

A região do Oriente Médio há muito é marcada por conflitos históricos e, entre esses, a guerra de Israel contra o Hamas se destaca como um dos mais intrincados e de longa data. Com origens que remontam a disputas territoriais e tensões étnicas, o conflito evoluiu ao longo do tempo, apresentando desafios significativos para a busca de uma solução.

Origens históricas e disputas territoriais

Esta guerra remonta ao século 19, quando a comunidade judaica, sobretudo a europeia, começou a idealizar um retorno ao que considerava seu território “bíblico”, perdido durante o Império Romano. As disputas territoriais se acirraram com a divisão da região entre franceses e britânicos após a 1ª Guerra, culminando na criação do Estado de Israel em 1948.

Desde então, a região testemunhou uma série de tensões, incluindo a Guerra da Independência em 1948 e os conflitos com nações vizinhas. Em 1987, o grupo político palestino Hamas surgiu. Ligado à Irmandade Muçulmana, ele não aceita a presença de judeus na região e defende a aniquilação do Estado de Israel.

De lá para cá, ocorreram várias tentativas de alcançar acordos de paz, incluindo o Acordo de Oslo em 1993. Contudo, as negociações sempre esbarram em impasses, com ambas partes reivindicando direitos sobre os territórios. Sendo Jerusalém — cidade sagrada para árabes, judeus e cristãos — a questão central nas negociações.

Intensificação recente 

A 7 de outubro deste ano, membros armados do Hamas romperam barricadas entre Gaza e Israel, atacando um festival de música e assentamentos rurais, gerando prontamente uma resposta militar israelense. Os ataques iniciaram-se simultaneamente em diversas regiões de Israel, envolvendo parapentes armados, drones e foguetes. 

Um efeito ainda mais recente da guerra foram os ataques do movimento rebelde iemenita Ansar Allah (conhecido também como Houthis) aos navios comerciais na rota entre os Mares Mediterrâneo e Vermelho. Segundo o grupo, os ataques só cessarão quando a ação militar israelita na Faixa de Gaza palestina terminar.

A organização militar xiita apoiada pelo Irã impõe ainda outra condição para interromper seus ataques contra os navios com destino a Israel: que os israelitas liberem a distribuição dos alimentos e medicamentos, que segundo eles, a população presente na Faixa de Gaza palestina tanto precisa nesse momento.

Frete internacional em foco

O frete internacional desempenha um papel vital nas transações comerciais globais, conectando continentes e facilitando o intercâmbio de bens. Dentre os métodos de transporte, o marítimo é particularmente crucial, sendo uma escolha eficiente para grandes volumes de carga. 

No entanto, os recentes ataques dos Houthi aos navios comerciais na rota entre os mares Mediterrâneo e Vermelho coloca em xeque a estabilidade do modal marítimo. Afinal, como efeito das ofensivas, as maiores transportadoras marítimas do mundo estão suspendendo seus embarques para estas águas.

Impactos dos ataques no Mar Vermelho

Apesar de estratégica para o frete internacional marítimo, esta rota tornou-se uma área de crescente instabilidade devido aos ataques dos Houthi. Tanto que as maiores empresas de transporte de contêineres, incluindo MSC, Maersk, CMA-CGM e Hapag-Lloyd, optaram por evitar o canal que conecta os Mares Mediterrâneo e Vermelho. 

A decisão de evitar o Mar Vermelho — que foi motivada pela preocupação em relação à segurança não somente da tripulação como também das mercadorias — traz implicações significativas para o tempo de entrega das cargas e também encarece dramaticamente os custos do transporte até o destino.

Lembrando que o Canal de Suez, inaugurado em 1859, é a via mais rápida entre a Europa e a Ásia. Contudo, os ataques levaram as transportadoras a optarem por contornar o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul — pois, apesar disso prolongar e encarecer a viagem, é uma medida de segurança vital diante da instabilidade na região alternativa.

Impactos econômicos da guerra de Israel e Hamas

A guerra entre Israel e Palestina desencadeou uma série de eventos que reverberam no comex, sobretudo no transporte através do mar. O apoio do Houthi ao grupo Hamas intensificou os ataques a embarcações, criando um ambiente propício a interrupções nas cadeias de suprimentos globais. Entre eles:

Alta no preço do petróleo

O preço do petróleo já sofre alta — entre outras razões — devido a interrupção do tráfego dos petroleiros da britânica BP na rota. O valor do contrato do petróleo da categoria “Brent” para fevereiro, por exemplo, passou para US$ 77,95 o barril (um aumento de 1,83%). Já o preço para o tipo “WTI” subiu para US$ 72,47 o barril (encareceu cerca de 1,46%).

Gás natural mais caro

Outra fonte energética que já está sendo diretamente impactada pelos ataques dos navios comerciais pelo grupo Houthi no Mar Vermelho é o gás natural, cujos contratos de referência europeus aumentaram 5,5%, passando a ser negociados por nada menos do que US$ 38,20 o MW/h. 

Apesar de o valor ainda estar abaixo do memorável recorde histórico de US$ 349,24 cobrados em agosto de 2022 (quando a crise energética atingiu seu auge no continente europeu), o valor indica uma fortíssima probabilidade de interrupção do fornecimento de energia.

Elevação nos valores dos seguros

A parte do Mar Vermelho considerada uma das rotas mais perigosas do mundo foi ampliada pelo Comitê Conjunto de Guerra. Com isso, aumentará o tempo que os navios nessa rota precisarão de seguro contra riscos de guerra. De fato, desde que os ataques começaram, o preço do seguro já aumentou quase 10 vezes o valor usualmente cobrado 

Todos estes impactos exigem que as empresas que dependem do transporte marítimo internacional se adaptem a essa nova dinâmica para garantir a eficiência e a segurança de suas operações. Inclusive, utilizando-se de tecnologias para analisar rotas alternativas e até a identificação de novos fornecedores ou mesmo compradores internacionais.

O poder de contar com a tecnologia como aliada

Diante dos recentes desafios devido aos ataques Houthi, a importância de contar com ferramentas especializadas no comércio exterior torna-se evidente. Afinal, em um cenário volátil, empresas que dependem do frete internacional marítimo necessitam de soluções que ofereçam flexibilidade e controle sobre seus embarques.

Identificação de rotas alternativas

A tecnologia para comex permite, por exemplo, a identificação de outras possibilidades de rotas. O que é crucial para contornar áreas de conflito como as afetadas pelos ataques. Permitindo, dessa forma, que as empresas mapeiem trajetos alternativos, assegurando a continuidade do transporte de mercadorias e evitando possíveis impactos negativos.

Descoberta de fornecedores e compradores alternativos

Além disso, a descoberta de novos fornecedores e compradores no exterior é outra opção proporcionada pelas ferramentas. O que é um fator crucial em situações como estas, visto que diversificar parceiros comerciais estratégicos pode ser uma medida preventiva, permitindo ajustes rápidos diante de interrupções nas relações comerciais habituais.

Rastreamento em tempo real das mercadorias

O monitoramento em tempo real das cargas é outra vantagem. Em um contexto de conflitos, poder rastrear as mercadorias minuto a minuto oferece maior controle e proatividade na resolução de problemas. Afinal, isso permite identificar atrasos ou alterações nas rotas imediatamente, viabilizando tomadas de decisões rápidas para reduzir prejuízos.

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