Aviões estacionados em aeroporto.

Dia da indústria aeronáutica: dados da exportação e importação de aviões

Em 17 de outubro comemora-se o voo inaugural do Muniz M-7, em 1935. Desenvolvido em 1934, este monomotor de dois assentos capaz de fazer acrobacias, era usado para treinar os pilotos e foi o 1º avião a ser fabricado em série no Brasil. Para celebrar esse dia, traremos um panorama da importação de aviões.

Inegavelmente, o processo de importação de aeronaves é complicado e bastante burocrático, exigindo dedicação das partes envolvidas. Além disso, os custos de importação de aviões são altos, representando de 18% a 150% de seu preço, dependendo do modelo do equipamento, do transporte, da forma de pagamento e muitas outras variáveis.

Por isso, os níveis de exigência são altos e envolvem questões que dizem respeito ao contrato de compra e venda, desembaraço aduaneiro e a homologação da autoridade aeronáutica. Contudo, mesmo tudo isso tornando o processo mais demorado, não chegam a causar um impedimento.

E como veremos mais adiante, o Brasil possui um grande fluxo de importação de aeronaves, tendo os Estados Unidos e o Canadá como principais países de origem da mercadoria. Vamos entender melhor?

Qual a classificação fiscal para aviões?

A saber, as Nomenclaturas Comuns do Mercosul (NCM) utilizadas para classificar as aeronaves são, basicamente, as do grupo 8802 — mais especificamente as que detalhamos na lista abaixo:

  • NCM 8802.20.10 Aviões e outros veículos aéreos, a hélice, de peso não superior a 2. 000 kg, vazios
  • NCM 8802.40.90 — Outros aviões e outros veículos aéreos, de peso superior a 15. 000 kg, vazios
  • NCM 8802.30.29 — Aviões e outros veículos aéreos, 7 toneladas < peso <= 15 toneladas, vazios, a turboélice
  • NCM 8802.30.21 — Aviões turboélice, multimot. P<=7000kg,vazios
  • NCM 8802.20.90 — Outros aviões e veículos aéreos, de peso menor ou igual a 2000 kg, vazios
  • NCM 8802.30.31 — Aviões e outros veículos aéreos, a turbojato, de peso inferior ou igual a 7. 000 kg, vazios
  • NCM 8802.20.21 — Aviões e outros veículos aéreos, a turboélice, de peso não superior a 2. 000 kg, vazios, monomotores
  • NCM 8802.20.22 — Aviões e outros veículos aéreos, de peso não superior a 2. 000 kg, vazios, a turboélice, multimotores. 

Importação de aviões nos últimos 8 meses

É possível analisar o fluxo de importação de aviões nos últimos 8 meses utilizando a plataforma de análises do comércio global da Logcomex. Para essa pesquisa, foi utilizado o filtro de meses entre janeiro e agosto de 2023 e os resultados obtidos ao pesquisar as NCMs do tópico anterior podem ser conferidos abaixo.

Nos últimos 8 meses, o total de operações de importação de aviões das NCMs analisadas representaram um valor de quase USD 653 milhões e o valor pago em frete para o transporte dessas mercadorias foi de USD 550 mil. Já o peso líquido desses registros foi superior a 900 toneladas.

Total em peso e valor FOB pago na importação de aviões

Outras informações da importação de aeronaves, como por exemplo o preço de seguro, além da quantidade comercializada e a estatística, podem ser vistas na imagem abaixo.

Resumo dos valores de importação de aviões entre janeiro e agosto de 2023

Entre as NCMs, a 8802.40.90 é a principal da importação aérea, representando mais de USD 176 milhões do total. Logo em seguida está a 8802.30.31, responsável por mais de USD 156 milhões, a 8802.30.29 com 111 milhões e a 8802.30.21, com 103 milhões.

Tabela do NCM Intel Logcomex com as principais NCMs da importação de aviões
Total importado por NCM

Países de origem

O principal país de origem da importação de aviões é os Estados Unidos, responsável por 75% do total, seguido do Canadá (9%), da Suíça (6%) e da França (4%). Alemanha , Áustria, Itália e Israel também são fornecedores de aeronaves para o Brasil, representando, respectivamente, 1%, 0,8%, 0,4% e 0,3%.

Captura de tela da tabela da plataforma Logcomex apresentando os principais países de origem da importação de aviões
Principais fornecedores dos aviões brasileiros

Modais de transporte

O modal mais utilizado para a importação de aviões foi, obviamente, o aéreo, responsável por 79%: um total de aproximadamente 168 registros. Também figuram no ranking dos modais de transporte “outros” (19%) — abrangendo entrada/saída ficta e meios próprios — o marítimo (0,67%) e o rodoviário (0,03%).

Captura de tela da plataforma Logcomex apresentando gráficos em rosca dos modais da importação de aviões
Principais modais da importação de aviões

Unidades de desembaraço

As aeronaves, ao chegarem no Brasil, foram nacionalizadas principalmente no Aeroporto Eduardo Gomes. Seguido por Boa Vista, pelo aeroporto internacional de Belém, pelo aeroporto internacional Pinto Martins, o Porto de Vitória e o aeroporto internacional dos Guararapes. Outras unidades de desembaraço com grande participação na importação de avião são o aeroporto internacional de Confins, Macapá e São Paulo.

Captura de tela representando gráficos em barras horizontais com as principais URFs da importação de aviões
Ranking das unidades de desembaraço da importação de aviões

Estados importadores

O top 3 da importação de avião é dominado pelo sudeste, com o estado do Espírito Santo liderando o ranking, seguido por São Paulo e Minas Gerais. Em seguida, surgem também Mato Grosso, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Captura de tela representando gráficos em barras horizontais com as principais UFs da importação de aviões
UFs importadoras de aviões de janeiro a agosto de 2023

Exportação de aviões

Em total FOB, novamente a exportação de aviões no Brasil novamente superou as importações entre janeiro e agosto de 2023 — afinal, foram mais de US$ 1,1 bilhão exportados (considerando as mesmas NCMs usadas para analisar as importações). Sendo que o peso total exportado no período foi superior a 1 milhão de toneladas, conforme podemos ver abaixo:

Captura de tela da plataforma NCM Intel Logcomex com valor FOB e peso total da exportação de aviões
Dados gerais da exportação de aviões

Países de destino da exportação de aviões no Brasil

O país que de quem mais importamos os aviões também é, surpreendentemente, o que mais compra as aeronaves do Brasil: os EUA — que adquiriram quase 450 milhões. Em seguida, temos o Canadá e os Países Baixos (Holanda) como os maiores parceiros da exportação de aviões no Brasil. 

Captura de tela representando gráficos em barras horizontais com as principais UFs da exportação de aviões
UFs exportadoras de aviões de janeiro a agosto de 2023

Modais de transporte

Assim como na importação, o principal modal utilizado para a exportação de aviões no Brasil foi o aéreo, com 55%, representando quase 615 milhões de registros, seguido pelo marítimo (0,07%) e outros (44,31%).

Captura de tela da plataforma Logcomex apresentando gráficos em rosca dos modais da exportação de aviões
Tipos de modais usados no transporte dos aviões exportados

Unidades de desembaraço

Os aviões foram internacionalizados principalmente em São Paulo, seguido pelo aeroporto Eduardo Gomes e pelo aeroporto internacional dos Guararapes. Além de São José dos Campos, a alfândega de Belo Horizonte, o aeroporto internacional de Viracopos e o Porto de Santos. Bem como Macapá, Boa Vista e o porto de Paranaguá.

Principais URFs brasileiras exportadoras de aviões
Top principais URFs da exportação de aviões no Brasil

Estados e exportadores

Por fim, entre os principais estados da exportação de aviões no Brasil, se destacam São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Outras unidades federativas com grande participação na venda de aeronaves ao exterior são Pará e Rio de Janeiro.

Ranking das UFs brasileiras exportadoras de aviões
Ranking das UFs brasileiras exportadoras de aviões

Indústria nacional de aviação

Mesmo participando com valores expressivos no comércio internacional através da importação de aviões, o Brasil também é responsável por uma grande produção de aeronaves. O principal nome na fabricação brasileira é a Embraer, a saber, um conglomerado que produz aviões comerciais, executivos, agrícolas e militares.

Além disso, a companhia fundada em 1969 também trabalha na produção de peças aeroespaciais e presta serviços e suporte na área. Ela é a terceira maior produtora de jatos do mundo, atrás somente da Boeing e da Airbus. 

Caça F-39 Gripen

Com o recente lançamento da linha de produção do Caça F-39 Gripen, fabricado pela Embraer em parceria com a empresa sueca SAAB — a tendência é que o cenário de exportação se torne ainda mais favorável. Inclusive, segundo o Tenente Brigadeiro Damasceno, no lançamento oficial do caça em 12 de maio de 2023: 

“[…]essa aeronave multimissão e o Programa de Transferência de Tecnologia avalizam […] concedem à indústria Aeronáutica Brasileira e à nossa Força Aérea, um relevante incremento no know-how tecnológico. É um marco na indústria de Defesa Brasileira, diante dos imensuráveis benefícios trazidos para as empresas do segmento […]”

Com a produção em série do F-39 Gripen, a Embraer se consolida como uma das principais empresas aeroespaciais globais, enquanto o Brasil se posiciona como um importante player na indústria aeronáutica mundial. Sobre a produção em série do caça Presidente da Embraer comentou:

“Com a linha de produção dos caças […] geramos investimento em programa de defesa, um círculo virtuoso de desenvolvimento, que leva inovação e criação de conhecimento tecnológico, criando divisas, rendas e empregos altamente qualificados, trazendo benefícios tangíveis ao Brasil” 

Outro importante ponto de vista apresentado nesse contexto foi o de José Mucio, Ministro da Defesa, que falou sobre a produção do caça em território nacional, a importância do mercado para a indústria aeronáutica e para o Brasil no geral:

“Muito mais do que uma evolução nos meios de defesa aérea, o advento do Caça Gripen permite ao país um aumento significativo de sua capacidade operativa […]. A aquisição dos Caças Gripen traz para a Força Aérea o sentido mais amplo da aquisição de novos horizontes […] , fortalecendo a […] Força Aérea, a indústria nacional e, assim, o Brasil […]”

Alavanque suas exportações com a Logcomex

Em se tratando de comex, quanto mais dados à disposição e maior controle da operação, melhores serão os resultados das decisões. Para ajudar com a leitura de mercado, gestão e planejamento, a Logcomex criou oferece soluções para importação e exportação.

Com elas, é possível realizar pesquisas completas e fazer análises aprofundadas, bem como identificar parceiros comerciais estratégicos e manter as operações de importação e exportação sob controle, reduzindo prejuízos como a demurrage/detention.

Além disso, elas permitem saber quais são os produtos importados/exportados, quais os principais fornecedores/clientes e o fluxo de mercadorias. Clique aqui e saiba mais sobre como a Logcomex pode ajudar seu negócio no comércio global.