Dia do Mercosul: dados da importação e exportação

Você sabe o que é o Dia do Mercosul e o que se comemora nessa data?

Como você certamente conhece, o Mercado Comum do Sul (nome que deu origem à sigla) é um bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Um dos principais blocos econômicos da América do Sul, o Mercosul se localiza na porção sul do subcontinente, assim como seu nome evidencia.

Apesar dos desafios enfrentados pelo bloco, como a pandemia da COVID-19 e as divergências políticas entre os países=membros, este segue tendo grande importância regional.

Hoje, conhecemos um pouco mais sobre o bloco, entenderemos o que é o Dia do Mercosul e olharemos para alguns números expressivos. 

Além disso, discutiremos os principais desafios e vantagens na importação ou exportação intrabloco.

O Dia do Mercosul

Antes de tudo, vamos conhecer o que é o Dia do Mercosul.

Comemorado no dia 26 de março, ele celebra a criação do Mercado Comum do Sul, ocorrida em 26 de março de 1991.

Trata-se de um processo de integração regional do Cone Sul, com o objetivo de aprofundar tal integração e promover o desenvolvido econômico de seus países-membros.

O Mercosul, a saber, foi formalmente criado por meio do Tratado de Assunção, assinado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Em novembro de 2023, contudo, o bloco deu o último passo rumo a sua expansão com a aprovação da entrada da Bolívia pelo Senado Brasileiro.

Na Cúpula do Mercosul seguinte à aprovação, ocorrida em 07 de dezembro de 2023, foi promulgado o protocolo de adesão do país andino (Folha).

Apesar de ter nascido com objetivos econômicos, o bloco atualmente está abrangendo aspectos que vão além do comercial, como: educação, trabalho, direitos humanos e saúde.

Quais produtos mais importados e exportados no Mercosul Em 2023?

Logo após, vamos conferir alguns dados das operações de comércio exterior realizadas dentro do bloco (Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Mercosul). 

Os dados a seguir são de 2023 e, portanto, não incluem a Bolívia.

Só para exemplificar, em 2023 as exportações intrabloco representaram um total de US$ 48,7 bilhões, enquanto as importações representam um valor de US$ 47,4 bilhões.

Em ordem decrescente, os principais países exportadores foram: Argentina (44,1%), Brasil (35,2%), Uruguai (10,5%) e Paraguai (10,3%).

Ao mesmo tempo, os principais importadores foram: Brasil (48,8%), Argentina (30,6%), Paraguai (14,6%) e Uruguai (6%). 

Por fim, quanto aos produtos, as principais importações e exportações intrabloco foram de:

  • Soja, mesmo triturada, exceto para semeadura: US$ 5,38 bilhões (11,1%);
  • Outros veículos automóveis com moto diesel, para carga menor ou igual a 5 toneladas: US$ 2,83 bilhões (5,8%);
  • Energia elétrica: US$ 2,14 bilhões (4,4%);
  • Automóveis com motor explosão: US$ 1,54 bilhões (3,2%).
(Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Desafios de importar ou exportar no Mercosul?

Em seguida, conheceremos os desafios enfrentados pelos importadores ou exportadores que escolhem utilizar o Mercosul para expansão de sua atuação internacional.

É válido observar que cada operação de comércio exterior possui características e dificuldades próprias, portanto, os desafios que veremos a seguir serão os mais enfrentados.

Assimetrias entre os países membros

Em primeiro lugar, temos as assimetrias econômicas, populacionais e de mercado observadas entre os países membros do bloco.

Conforme dados do Banco Mundial (2022), o Produto Interno Bruto (PIB) de cada um dos países-membros do Mercosul, em ordem decrescente, é de:

  1. Brasil: US$ 1,920 trilhão;
  2. Argentina: US$ 631,13 bilhões;
  3. Uruguai: US$ 71,18 bilhões;
  4. Bolívia: US$ 44,01 bilhões; e
  5. Paraguai: US$ 41,72 bilhões.

Como resultado, podemos dizer que o Mercosul como bloco, atualmente, possui um PIB de US$ 2,70 trilhões.

Com esses dados, podemos observar as assimetrias entre as capacidades econômicas dos países, visto que o Brasil detém cerca de 71% do PIB do bloco.

Em outras palavras, um país, sozinho é responsável por quase 75% de toda a riqueza do Mercosul. 

Por consequência, as trocas comerciais tornam-se mais comuns entre Brasil e Argentina, as maiores economias do bloco, que usufruem mais das vantagens do bloco regional.

Dificuldades na harmonização de políticas

Em segundo lugar, mencionamos as dificuldades na harmonização de políticas, não apenas de cunho econômico, como também de cunho social.

Ainda de acordo com dados do Banco Mundial (2022), as populações de cada um dos países-membros do Mercosul, em ordem crescente, é de:

  1. Brasil: 215,3 milhões de habitantes;
  2. Argentina: 46,2 milhões de habitantes;
  3. Bolívia: 12,2 milhões de habitantes; 
  4. Paraguai: 6,7 milhões de habitantes; e 
  5. Uruguai: 3,4 milhões de habitantes.

Dessa forma, a população total do bloco é de 283,8 milhões de habitantes, sendo o Brasil responsável por cerca de 75% desse número.

Assim, devido a essa grande disparidade entre a população de cada um dos países-membros do Mercosul, os representantes encontram dificuldades em convergir as políticas interna.

Isso faz, por exemplo, com que determinada política seja facilmente aplicada no Uruguai, país com menor população, ao passo que seja impraticável no Brasil. 

Dessa forma, as negociações tornam-se morosas e as melhorias podem demorar a aparecer.

Questões de infraestrutura

Em terceiro lugar, temos as questões e dificuldades de infraestrutura no Mercosul.

Mesmo que os países-membros sejam vizinhos fronteiriços, as negociações comerciais enfrentam inúmeras questões de infraestrutura, que dificultam as operações logísticas intrabloco.

Isso envolve, por exemplo, a dificuldade de acesso ao mar da Bolívia e do Paraguai e a pouca oferta de modais de transporte.

Muitas vezes, os produtos comercializados dentro do Mercosul utilizando o transporte rodoviário em suas operações, pois as alternativas apresentadas são poucas.

Competição com outros blocos econômicos

Por fim, temos a competição com outros blocos econômicos.

Muitas vezes, devido aos desafios que mencionamos acima, torna-se mais vantajoso aos países negociar com outros blocos econômicos ou com países externos ao Mercosul.

Isso refere-se, por exemplo, ao aumento da participação chinesa nas importações e exportações da América do Sul.

Somado a isso, os últimos anos do Mercosul, a saber, foram marcados por divergências políticas e econômicas dos representantes dos Estados-parte.

Portanto, a combinação de fatores como preços mais acessíveis em outros países ou blocos e as divergências internas, faz com que os países busquem alternativas.

Por conseguinte, as operações de importação e exportação intrabloco tendem a diminuir.

Vantagens de importar ou exportar no Mercosul

Finalmente agora, conheceremos algumas das vantagens de importar ou exportar no Mercosul.

As proximidades geográficas e culturais, por exemplo, representam grandes oportunidades, mas iremos além disso e discutiremos pontos não tão nítidos, mas igualmente relevantes.

Negociação de acordos comerciais com outros países

Em primeiro lugar, temos a negociação de acordos internacionais com outros países.

Quando os países-membros do Mercosul se unem para negociar condições comerciais com outros países, eles se tornam mais fortes do qualquer um seria sozinho. 

O bloco, se fosse um único país, teria quase 15 milhões de km² de área e seria a 5ª economia do mundo (Mercosul).

Portanto, em conjunto, seus avanços na cooperação internacional são mais expressivos. 

Aprofundamento da integração regional

Em segundo lugar, temos o aprofundamento da integração regional.

Por sua função econômica, polícia e social, o Mercosul trabalha com diversos temas, como agricultura, assuntos trabalhistas, ciência e tecnologia, meio ambiente e saúde. 

Dessa forma, para além da facilitação econômica e comercial, o fortalecimento da estrutura do bloco promove melhorias em todas essas áreas dos países membros. 

Em suma, com seus mais de 50 projetos de integração regional executados (Mercosul), ele melhora o fluxo de pessoas, bens e mercadorias dentro do bloco.

Investimento em infraestrutura

Em terceiro lugar, temos o investimento em infraestrutura. 

Embora vimos que a infraestrutura pode ser um grande desafio nas trocas comerciais intrabloco, ela também se mostra uma grande oportunidade de investimento.

Uma vez que os países são vizinhos, é mais econômico melhorar os modais de transporte para transportar cargas a países próximos que a países distantes.

Só para ilustrar, já foram financiados mais de US$ 824 milhões pelo Mercosul em projetos de infraestrutura.

Isso evidencia que o bloco une forças para facilitar o transporte logístico entre os Estados-parte.

Ademais, com a proximidade, é possível reduzir a distância percorrida entre os países parceiros e, por consequência, o custo e o tempo de espera do frete.

Promoção da competitividade das empresas do bloco

Por fim, temos a promoção da competitividade das empresas do bloco. 

Como as condições para importação dentro do Mercosul costumam ser melhores do que as encontradas no restante do mundo, as empresas se desenvolvem mais rapidamente. 

Dessa forma, elas se fortalecem e se tornam mais competitivas, para buscar novos parceiros internacionais. 

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