“Por que usar metodologias ágeis? Nunca tivemos tantas fontes de dados e também tanta velocidade na troca dessas informações como temos hoje”
Na última quinta-feira (22 de outubro), a LogComex realizou o primeiro episódio da série de três webinars sobre Tecnologia e Inovação no Comércio Exterior.
O tema do primeiro bate-papo se concentrou nas metodologias ágeis e sua aplicabilidade nos universos do desenvolvimento de softwares e do comex.
Juntos, Mônica Gabriella (Product Owner na LogComex) e Marcelo Neves (Head de Produto na LogComex) repassaram todo o seu conhecimento sobre agilidade e geraram um conteúdo rico e cheio de insights para quem se inscreveu.
Se você perdeu, não se preocupe: o Blog da Log reuniu algumas das principais reflexões trazidas pelos interlocutores! Olha só:
Por que ser ágil?
“Agilidade não é sobre velocidade de entrega, apenas”
Aplicar a agilidade nos seus métodos de trabalho pode trazer muito mais vantagens do que apenas realizar entregas mais rápidas. Afinal, o mundo está em constante evolução e as empresas que não se atualizam acabam ficando para trás.
Com a utilização de metodologias ágeis é possível sim ter uma maior agilidade organizacional, mas também reduzir custos, ter um melhor desempenho e uma maior vantagem competitiva dentro do mercado.
Isso porque, com essas metodologias, pode ser mais fácil visualizar e entender o panorama como um todo, analisando o que está acontecendo e se adaptando aos mais variados cenários.
Para entender como a agilidade pode trazer benefícios para o seu negócio, antes de tudo é preciso entender o que são as metodologias ágeis. Vamos lá?
O que é a metodologia ágil?
A metodologia ágil tem como principal objetivo de otimizar entregas durante o desenvolvimento de um projeto. Diferente de um modelo cascata, em que o projeto só é entregue quando está completamente finalizado, na metodologia ágil as entregas são divididas em etapas — o que permite observar melhor sua evolução.
A utilização de etapas para a realização de entregas fracionadas possibilita uma visualização mais ampla sobre o andamento do projeto e, assim, permite que o rumo do trabalho seja mais adaptável.
Durante o webinar do último dia 22, Marcelo e Mônica abordaram alguns pontos do Manifesto Ágil, uma declaração criada em 2001 que reúne quatro valores e 12 princípios pensados para o desenvolvimento de softwares.
E, mesmo que o projeto não seja um software, esses valores são aplicáveis nos mais diversos modelos de negócio. Confira os 4 valores do Manifesto Ágil:
- Indivíduos e interações mais importantes que processos e ferramentas;
- Software em funcionamento é mais importante do que documentação abrangente — ou seja, é melhor ter mais entrega do que uma documentação rica. Afinal, o produto final é que vai gerar valor;
- Colaboração do cliente mais que negociação de contratos. Em vários projetos, perde-se muito tempo analisando o escopo e definindo exatamente o que ia ser feito, para depois serem necessários inúmeros processos para mudar a ideia inicial;
- Responder a mudanças mais que seguir um plano.
O modelo ágil, em resumo, pode ser imaginado como maratona de alta performance. Existem diversos modelos e frameworks para se trabalhar essas metodologias e explicamos um pouco mais sobre três deles:
Tipos de metodologias ágeis
Após falarem um pouco sobre o conceito de metodologias ágeis, o webinar trouxe informações sobre três utilizados na LogComex. Olha só:
Scrum
Esse método ágil utiliza o conceito de ciclos para a realização de entregas — também chamados de sprints. Uma sprint pode durar de 1 semana até 1 mês e é marcada por um conjunto de atividades a serem executadas.
Confira alguns termos comuns no Scrum:
- Sprint: períodos de entrega;
- Product backlog: lista de funcionalidades para serem desenvolvidas no projeto;
- Sprint backlog: o que será feito naquela sprint — afinal, sempre no fim da sprint há um entregável.
Ao longo dessas entregas é possível avaliar a velocidade com que elas estão sendo realizadas e, assim, analisar se aquilo que está sendo entregue de fato está fazendo sentido.
Realizar uma reunião com o time ao final de cada sprint para avaliar essas entregas e possíveis melhorias no andamento do projeto é um dos rituais do método Scrum.
Leia mais: Como o Scrum pode ajudar equipes no Comércio Exterior
Kanban
O Kanban é uma metodologia de análise e gestão de atividades que permite uma visualização ampla sobre o andamento do projeto.
Basicamente, se trata de um esquema de colunas e cartões, em que as colunas são o status e os cartões são as tarefas. As colunas são divididas, na maioria das vezes, e três etapas:
- O que precisa ser feito;
- O que está sendo feito;
- O que foi finalizado.
Assim, a visualização das atividades pode ser realizada em forma de funil e de maneira fácil por toda a equipe.
Extreme Programming (XP)
Apesar de ser muito semelhante ao Scrum, o método XP tem maior foco em práticas de engenharia.
Criado em 1997, o XP é voltado para o desenvolvimento de softwares. Possui um conjunto de práticas consideradas positivas, como por exemplo a constante realização de testes.
Case: projeto Search
Para ilustrar toda essa teoria, foi utilizado o case do projeto Search — o software de inteligência da LogComex — criado com base em um produto anterior e totalmente desenvolvido com a utilização de metodologias ágeis.
Durante a conversa, Marcelo e Mônica explicaram todas as etapas de desenvolvimento do projeto, desde a concepção da ideia (que durou aproximadamente um mês) até a entrega da primeira versão do projeto (que levou mais 3 meses).
Atualmente, o Search possui 5 meses de existência e ainda conta com a utilização de metodologias ágeis para a sua constante melhoria. Já são mais de 150 clientes utilizando a plataforma.
Comércio exterior: por que utilizar metodologias ágeis?
Mônica Gabriella, que atua há aproximadamente 11 anos no universo do comércio exterior, trouxe durante o webinar do último dia 22 de outubro alguns motivos de porquê utilizar a agilidade nos processos do comex.
O cenário de constantes mudanças na legislação foi o principal deles:
“Quando me pedem para descrever comércio exterior, sou muito direta em dizer que é uma área burocrática, com muitos processos em que é preciso estar atento a muitas coisas. E o seu processo está totalmente ligado às legislações”
Para ilustrar essa necessidade, a Mônica trouxe à lembrança a mudança nos processos de Exportação com a criação da Declaração Única de Exportação (DU-E), relembrando como a comunidade do comércio exterior apresentou grande dificuldade para lidar com a modificação. Mas como lidar melhor com mudanças como essa?
“Analise seus prazos e se pergunte: como eu vou fazer para adaptar meu processo a essa mudança e atender esse prazo?”
De acordo com Mônica, é importante eleger qual tipo de metodologia você irá aplicar nos seus processos pensando sempre em ter mais segurança nos momentos de virada de chave — ou seja, com a menor quantidade de falhas possível.
“Faça testes: pegue processos menores e teste possibilidades daquilo que melhor se encaixa para você”.
Como conclusão, as dicas para aplicar metodologias ágeis e beneficiar os processos no comércio exterior foram:
- Foque na solução do problema;
- Quebre as grandes entregas em atividades menores;
- Ajuste o que pode ser melhorado no ciclo anterior e comece novamente;
- Entenda o que tem maior valor para seus clientes;
- Entregue e inspecione periodicamente.
Leia mais: Comex Colaborativo, é possível?
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