Nas últimas semanas, todos os players que utilizam o dólar em suas negociações, identificaram um aumento significativo no preço da moeda comparada ao real. Com o objetivo de conter a desvalorização da moeda brasileira, o Banco Central do Brasil (BACEN) realizou uma operação, chamada de Swap Cambial (*explicação abaixo).
Mesmo assim, a moeda não se estabilizou e voltou a subir na semana seguinte. Assim que o primeiro caso do novo coronavírus foi confirmado no Brasil, o dólar comercial disparou mais uma vez frente ao real, chegando a um patamar histórico, onde US$1,00 equivale a R$4,50 . Novamente o BACEN ofereceu contratos de venda de dólares para tentar valorizar o real.
*Swap Cambial é uma técnica que o BACEN utiliza para a valorização do real, ele oferece um um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.
No início de 2020, economistas e o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmaram que haveria uma desaceleração econômica a nível mundial.
Para saber mais sobre leia o tópico 4 do artigo “POR QUE 2020 É O ANO DEFINITIVO DE MUDANÇAS NO COMÉRCIO EXTERIOR?”
Após o surto de coronavírus, essa situação se intensificou, e gerou não só a valorização do dólar, mas também a queda da bolsa de valores, redução da perspectiva do PIB brasileiro, o ouro atingiu a maior cotação em 7 anos e o preço do petróleo caiu consideravelmente.
O que o dólar alto representa para importação, exportação e mercado nacional?
Em 2019 houve uma queda na balança comercial brasileira e também na entrada de investimentos externos no país, ou seja, antes do primeiro caso de COVID-19, o real já estava desvalorizado. Isso possui impactos para os setores de importação, exportação e mercado nacional.
*Para entender como funciona as taxas de câmbio em fretes internacionais, leia o artigo da LogComex.
Uma vez que a economia melhora, os consumidores brasileiros passam a adquirir produtos importados, isso gera queda na balança comercial, mas por outro lado, gera confiança e traz investimentos para o Brasil.
Muito se fala que o dólar alto é bom para o exportador e ruim para o importador. Porém, a moeda americana alta não é sinônimo de lucratividade, pois outros valores devem ser analisados como, investimento na produção e a fidelidade de compra de demais países.
O maior problema da desvalorização do real, é a inflação que pode ocorrer para os consumidores brasileiros. Hoje muitas fábricas precisam importar insumos para concluir sua produção, muitos empresários já afirmaram que os valores serão repassados ao consumidor final.
O dólar continuará instável esse ano, portanto é importante que o importador e exportador se prepare e crie estratégias para continuar competitivo no mercado.
Artigo escrito por Kauana Benthien A. Pacheco
Kauana tem seis anos de experiência no comex, é formada em Negócios Internacionais e cursa pós graduação em Big Data & Market Intelligence. É criadora da página de conteúdo sobre comércio exterior, ComexLand, onde escreve sobre economia global e comércio internacional.