Você conhece alguns dados e a importância da importação e exportação de milho para o Brasil?
De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) foram produzidas 87.4 milhões de toneladas do grão na safra 2021/2022.
Esse valor representa, a saber, uma alta de 6,2% com relação à colheita 2020/2021.
Contudo, quando falamos de milho, estamos nos referindo a uma grande variedade de grãos e tipos disponíveis para finalidades, produções e cultivos diferentes.
Por isso, é essencial que as partes interessadas na importação e exportação de milho se atentem às características de cada tipo.
Hoje veremos quais são esses tipos, bem como alguns dados do comércio exterior do Brasil sobre o produto.
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A história do milho no Brasil
O milho era cultivado pelos indígenas desde antes da chegada dos Europeus ao território que hoje conhecemos como Brasil, no fim do século XV.
Antes da chegada europeia, o grão era um dos principais itens da dieta, sobretudo dos guaranis.
Porém, a vinda dos colonizadores fez aumentar o consumo e, naturalmente, a produção, já que o grão passou a fazer parte da alimentação também das pessoas que vinham e ficavam no Brasil.
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Esse aumento aconteceu pois os europeus logo aproveitaram a usabilidade do grão, que pode ser consumido tanto cozido quanto na forma de farinha.
Além disso, junto da mandioca era o principal alimento ao qual os escravos tinham acesso.
Essa popularização do grão aumentou exponencialmente, passando a ser utilizado na fabricação de diversos produtos. Atualmente, está presente no amido, azeite, combustível, edulcorantes etc.
Os primeiros registros históricos de cultivo do milho datam de mais de 7.000 anos, na América Central, principalmente em terras próximas ao Golfo do México.
Seu nome, a saber, deriva do latim millium, que se refere ao número mil, justamente devido à diversidade de grãos.
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Os 5 tipos de milho
Agora, vamos conhecer os 5 tipos mais comuns do grão no Brasil, para depois conferir informações sobre importação e exportação de milho.
Essa é uma das culturas de maior variedade de espécies do país. No mundo existem diversas cores do grão: amarelos, brancos, vermelhos, roxos, azuis e pretos.
Só para exemplificar, na safra 2021/2022, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) afirmou que no mercado de sementes havia 259 cultivares disponíveis do grão.
Caso você esteja se questionando qual dessas variações é a melhor, saiba que a resposta é “depende”.
São diversos os fatores que podem influenciar na safra do milho, não apenas geográficos ou de clima e temperatura, como também qualidade da terra.
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1. Milho Flint ou duro
Primeiramente, podemos falar do milho Flint ou duro, originado na Argentina e que possui diversas colorações: branca, amarela, roxa, preta, marrom ou vermelha.
Esse grão possui um tecido duro e não apresenta uma fenda como as outras variedades.
Trata-se, afinal, de uma cultura de alta qualidade e rendimento, colhida na fase adulta para servir como nutrição não só humana, mas também animal.
Algumas de suas utilidades, por exemplo, são fabricação de farinha e amido de milho, os famosos snacks e cervejas, dentre outros.
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2. Milho de pipoca
Em segundo lugar este que certamente é muito popular no Brasil: o milho de pipoca.
Suas características o diferem pelo tipo de coloração, que varia entre o amarelo e o laranja, bem como por suas espigas que são menores e têm menos quantidade de grãos.
Essa é uma das variedades mais exportadas pelo nosso país, o grão é moído e possui forma de gota.
Em virtude de seu baixo teor de umidade (algo entre 12% e 16%), esse milho é fechado, resistente, duro, seco e expansivo.
A propósito, são essas características que o transformam na famosa pipoca.
Quando o grão é aquecido a pouca água, cria uma pressão que rompe a casca, com o amido se solidificando em contato com o ar. Esse amido lhe confere a cor esbranquiçada tão popular.
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3. Milho doce
Em terceiro lugar, temos o milho doce ou verde, que apresenta grãos irregulares e possui gosto adocicado – dessa característica é que advém um de seus nomes.
Nós, brasileiros, o conhecemos bem: é o milho que normalmente consumimos direto na espiga, com coloração branca e amarela.
Sem dúvida, sua principal vantagem é seu cultivo durante todos os meses do ano e requerer um baixo investimento para isso.
No entanto, considerando que esse tipo passou por um processo de mutação, ele exige um plantio, manejo e pós-colheita diferenciados.
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Foi a mutação genética, inclusive, que lhe concedeu o sabor adocicado: no lugar de produzir amido, ele produz açúcar com alto valor nutritivo.
Faz-se sua colheita antes que o milho esteja maduro lhe conferindo maior maciez e quantidade de açúcar.
4. Milho dentado
Vejamos agora o milho dentado, que possui esse nome pois seu tecido mole confere uma espécie de “dente” ao grão.
Esse tipo, bem presente nos EUA, deve ser colhido maduro e é utilizado, por exemplo, para nutrição animal e produção de álcool e de xaropes.
Além disso, possui coloração entre o branco e o amarelo, além de tons que remetem à terra.
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5. Milho farináceo
Por fim, temos o milho farináceo, que possui tecido mais mole e, por isso, pode-se moê-lo mais facilmente.
Colhem-se os grãos após sua maturação e possuem coloração branca – usada para preparar canjica – amarela ou azul – usada para produzir farinha de milho.
Importância econômica do milho no Brasil
Agora que conhecemos os principais tipos, vamos olhar para a importância econômica do grão de milho para o país e, depois, para os seus registros de importação e exportação.
Podemos destacar sua grande relevância para outras cadeias do agronegócio brasileiro.
Só para ilustrar, usa-se o milho para nutrição de aves e suínos, espécies essenciais da indústria de proteína.
Ou seja, o grão possui grande importância no agronegócio como um todo, um dos motores da economia brasileira, principalmente durante a pandemia da COVID-19.
De modo que o milho está para o agronegócio assim como o agronegócio está para a economia brasileira.
Outro de suas destinações, a propósito, é ser amplamente utilizado para produção de etanol. A saber, 10% desse combustível produzido não possui origem na cana-de-açúcar, mas sim no milho.
Outro destaque é no comércio exterior: o Brasil é o segundo maior exportador de milho, atrás apenas dos EUA.
Essa posição certamente recebeu mais destaque em 2022, com os problemas climáticos enfrentados pelos norte-americanos e os reflexos da Guerra na Ucrânia, quarta maior exportadora.
Só para exemplificar, apenas nas duas semanas de janeiro de 2023, o Brasil exportou 2,95 milhões de toneladas de milho.
O valor, a saber, é maior que toda a exportação do grão em todo o mês de janeiro de 2022 (Canal Rural).
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Por que o Brasil importa milho?
O Brasil importa milho para suprir a demanda interna do produto, o que é bastante comum com diversos produtos.
Explicando: já sabemos que nosso país é um grande produtor do grão, mas o alto volume de exportações diminui a oferta ao mercado interno brasileiro.
Os produtos que conhecemos aqui (e que são produzidos utilizando milho) são amplamente consumidos no Brasil.
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Dessa forma, o Brasil precisa importar grandes quantidades do grão para suprir o consumo interno para alimentos e para produção de proteína animal.
A principal origem do milho importado pelo Brasil é o Paraguai, seguido da Argentina, ambos países membros do MERCOSUL, conforme apontam dados do Comexstat.
Vejamos então os dados das operações de importação e exportação de milho no Brasil.
Exportação de milho do Brasil
O milho não moído, exceto milho doce, representou US$ +12 milhões das exportações brasileiras — apresentando uma variação positiva de 190% em relação a 2021, segundo dados do ComexStat.
O Brasil exportou +43 milhões de toneladas de milho exportadas, representando um aumento de 111% em comparação com 2021.
Além disso, o milho representou 3,65% das exportações totais em 2022, ocupando o 5º lugar no ranking de exportações totais de 2022. Tendo uma representatividade de 16,3% de participação nas exportações do setor agropecuário, o grão foi o segundo colocado no ranking das exportações brasileiras do setor.
Em agosto de 2022, o milho alcançou um pico nas exportações brasileiras, tendo caído pouco de lá para cá — sendo comprado principalmente pelos seguintes países:
- Irã — 2 bilhões
- Japão — 1,36 bilhão
- Espanha — 1,34 bilhão
- Egito — 1,070 bilhão.
Em se tratando de estados exportadores, os principais são Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Maranhão.
Sendo que as principais unidades de desembaraço da exportação brasileira de milho, segundo dados da plataforma Logcomex são: Porto de Santos, Alfândega de Belém, IRF São Luis, Porto de Paranaguá, Santarém, Porto de São Francisco do Sul, Porto de Manaus, Porto de Rio Grande, Porto de Vitória e IRF Imbituba.
Importação brasileira de milho
Dados do ComexStat apontam queda de 16% na importação de milho não moído, exceto milho doce, de janeiro a dezembro de 2022. Segundo a plataforma, a importação do cereal totalizou pouco mais de US$ 600 milhões, a um peso total de aproximadamente 2.637 milhões de toneladas (17% a menos do que em 2021).
A importação representou 0,2% da participação nas importações totais em 2022, ocupando o 94º lugar no ranking das importações totais e 10,8% nas importações do setor agropecuário, ocupando a 4ª posição no ranking no setor.
O último pico de importações do vegetal foi em novembro de 2021, apresentando queda significativa em 2022, com leve recuperação este ano.
Os principais países fornecedores do milho importado pelo Brasil são nossos vizinhos, Paraguai e Argentina. Enquanto que os principais estados brasileiros importadores são: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Na plataforma da Logcomex, analisamos as seguintes NCMs para obter os dados da importação de milho:
A partir da pesquisa, descobrimos que os principais países de origem e aquisição são: Paraguai (84% das importações), Argentina (15% das importações) e EUA (1% das importações). Sendo que o milho em grão, exceto para semeadura, sozinho, representa 98% das importações.
Os estados brasileiros que mais importam o grão são Paraná (61% das importações), Santa Catarina (19% das importações) e Rio Grande do Sul (17% das importações). Também figuram no ranking Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Rondônia, São Paulo e Alagoas.
Quanto às unidades de desembaraço, as principais são: IRF Santa Helena, Alfândega de Foz do Iguaçu, IRF Guaíra, Porto de Rio Grande, IRF Porto Xavier, Porto de Paranaguá, Alfândega de Mundo Novo, Porto de Santos.
Por fim, o principal modal utilizado para transportar o milho importado é o rodoviário, representando 89% das importações, seguido do marítimo (10% das importações).
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