O que é demurrage de contêiner? Quanto custa? Como evitar?

Não é preciso ser veterano no comércio exterior para saber que o custo de uma mercadoria importada pode triplicar. Isso ocorre porque o serviço de logística internacional é complexo e envolve muitos custos, como a Demurrage de contêiner.

Quem trabalha com importação provavelmente já ouviu histórias de demurrage. Se você está começando na área e quer entender como essa cobrança funciona, continue lendo. Neste artigo explicaremos sobre a demurrage, o impacto dessa despesa no processo de importação e boas práticas para evitar a incidência dessa cobrança. 

O que é demurrage de contêiner?

A demurrage é uma cobrança adicional que está relacionada ao atraso da devolução do contêiner para a Companhia Marítima.

Talvez você já saiba, mas vale a pena lembrar: o importador precisa alugar um contêiner para transportar as mercadorias. Esse aluguel segue regras bem explícitas no contrato de transporte internacional.

Na prática, a demurrage é devida quando o período do free time oferecido pela companhia marítima for excedido. Situações como: parametrização em canal vermelho ou cinza, congestionamento no porto e até mesmo greve de servidores da Receita Federal, podem ser a causa de uma demurrage.

É importante ressaltar que a regulamentação prevê a suspensão da contagem da sobre-estadia nos seguintes casos:

  • Fato imputável diretamente ao próprio transportador marítimo, ao proprietário do contêiner, ou ao depósito de contêineres (depot) ou;
  • Caso fortuito ou de força maior, se não houver se responsabilizado por eles expressamente.

Leia também: Free time e as taxas de armazenagem

Quanto custa a demurrage de contêiner?

Uma diária de demurrage pode variar entre US$ 50 a US$ 500 por dia. Essa brutal variação considera fatores como tipo de contêiner e o tempo excedido, chamado de período.

A saber, o primeiro período de armazenagem de contêiner no porto é o mais acessível e compreende 8º ao 14º, o segundo período que vai do 15º ao 28º conta com preços intermediários e o terceiro período que começa a partir do 29 dia, o mais caro. Para melhor compreender, acompanhe o exemplo prático a seguir:

Uma mercadoria oriunda do exterior embarcou sob o contrato de sete dias de free time, entretanto o contêiner levou 25 dias para ser devolvido para o armador. Neste caso, o contrato de prestação de serviço de transporte internacional previa a seguinte tabela de valores:

  • Entre o 8º e o 14º dia incidiria em US$ 100,00 por dia;
  • Entre o 15º e o 21º dia incidiria US$ 130,00;
  • Entre o 22º e o 28º US$ 180,00;
  • Entre o 29º e o 35º dia incidiria US$240,00.

Dessa forma, a demurrage paga pelo atraso foi de US$ 2.330,00. Apesar de ser uma prática de mercado, a Demurrage varia de acordo com a Companhia Marítima, ou seja, cada armador tem a sua própria tabela. Logo, não se trata de uma taxa e sim, de uma multa.

Outro ponto importante é que não há limite para a demurrage, e a multa pode ultrapassar o valor do frete, da carga e causar grandes transtornos comerciais e jurídicos. Para entender sobre gestão de frete marítimo, é imprescindível entender como um porto funciona. Se você quer mais esclarecimentos sobre o fluxo de um complexo portuário, clique aqui.

Como evitar a demurrage de contêiner?

Longe de ser um custo variável, a demurrage é uma despesa adicional no processo de importação, pois ela não é prevista no frete internacional, mas é considerada uma multa contratual do mesmo e pode ser evitada de forma estratégica.

A medida mais comum para evitar a demurrage é transferir o contêiner de uma zona primária para uma zona secundária, ou seja, movê-lo para um porto seco (EADI). Assim, a desova acontece rapidamente e o contêiner é devolvido dentro do free time.

Para isso, é essencial estar totalmente conectado ao fluxo do processo de importação. Além disso, usar ferramentas tecnológicas para atualização é fundamental. Acompanhe a seguir, como a tecnologia pode colaborar nesta tomada de ação.

Como a tecnologia pode reduzir custos com demurrage?

Soluções baseadas em automação inteligente, big data e análise preditiva estão em alta e são as mais indicadas para resolverem problemas como redução de custos operacionais na importação.

A automação no comércio exterior oferece possibilidades para otimizar a gestão de frete e todos os processos logísticos, bem como aquelas atividades repetitivas, como o follow-up de uma carga, por exemplo. Já tecnologias como Big Data e a análise preditiva fornecem elementos para melhorar a tomada de decisões com o objetivo de reduzir custos, como no caso acima, a transferência do contêiner do recinto alfandegado de zona primária para o recinto de zona secundária, visando a agilidade em sua desova.

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