A gestão portuária desempenha um papel crucial no comércio internacional, coordenando processos complexos desde a chegada até o transporte de mercadorias nos portos. Este artigo explora detalhadamente o que é essa gestão, os tipos de logística envolvidos e a estrutura da operação.
Além disso, discutiremos também os principais desafios enfrentados pela sua infraestrutura no Brasil. Finalmente, examinaremos as principais iniciativas e tendências que moldam o futuro da gestão portuária, incluindo a automação, a integração e as práticas ESG.
Para quem ainda não sabe o que é gestão portuária, trata-se de uma das atividades mais difíceis no país, pois requer conformidade aos órgãos regulamentadores suas exigências, ao enorme número de dados necessários e a como empresas podem refletir diretamente no trabalho como um todo, afetando prazos e custos.
Na gestão portuária é preciso considerar que, resumidamente, trata-se do conjunto de processos relacionados a aspectos como transporte, uso e recebimentos de produtos que chegam em um porto. Além, é claro, do armazenamento — uma palavra simples, mas que faz diferença para quem atua no segmento de comércio exterior.
Há vários tipos de logística, mas a grande questão é entender os departamentos responsáveis por cada processo. Nesse sentido, o principal propósito da logística portuária é executar as tarefas e transportar cargas de forma ágil e com o menor custo possível. A logística é responsável por algumas etapas. Sendo elas:
Para que esse engrenagem funcione, é preciso que a gestão logística seja executada seguindo todos os trâmites. Principalmente porque esse é um setor que envolve uma série de desafios — alguns vindos das características das cargas e volumes e outros até mesmo pelas limitações de entrada e saída de carga nos portos brasileiros.
Dados da Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) apontam que 80% do comércio mundial, em volume, é representado pela utilização do transporte marítimo. Isso representa mais de 11 bilhões de toneladas de mercadorias por ano, reforçando a importância da gestão portuária.
Por fim, os principais itens transportados pela água são petróleo, minério de ferro, carvão, grãos e os contêineres. Até 2042, o Plano Nacional de Logística e Transporte de 2015 prevê aumento de 92% da movimentação nos portos brasileiros. Com isso, a movimentação pode chegar a 1,8 bilhão de toneladas comercializadas.
É através da logística portuária que as conexões entre diferentes regiões são feitas. É preciso estrutura para que o transporte de mercadorias seja feito porto a porto. Com o passar do tempo, esses espaços passaram por modernizações e evoluíram para serem adaptados às demandas e necessidades do comércio internacional.
Toda mudança do setor deu origem a diversos tipos de portos. Isto é, ambientes portuários projetados para atender as diferentes necessidades e condições geográficas. Por exemplo, temos em funcionamento desde os marítimos tradicionais a fluviais e intermodais.
De forma geral a estrutura portuária é composta pelo conjunto de instalações e serviços necessários para o funcionamento do porto e da atividade portuária. As condições e especificações são elaboradas em projetos feitos por profissionais especializados em engenharia civil voltadas para a área. Várias instalações compõem essa estrutura:
No princípio, os portos eram permitidos apenas para entrada e saída de embarcações portuguesas e inglesas. Foi o Rei Dom João VI que mudou as relações internacionais e os abriu para nações parceiras, estabelecendo um outro tipo de relação. Podemos dizer que foi os primórdios do comércio internacional.
Um salto temporal para 1846, época em que o Visconde de Mauá fundou a Companhia de Estabelecimento de Ponta da Areia, no porto de Niterói. Foi então que os navios que praticavam cabotagem ‘nasceram’. Eles faziam itinerários regulares para Europa e América do Norte, expandido as linhas comerciais brasileiras para outros continentes.
As concessões para construção e exploração de um porto vieram no final do século XIX e começo do século XX. Por consequência, leis precisaram ser criadas para regular o sistema portuário e o setor como um todo no Brasil. Hoje, cerca de 95% do comércio exterior brasileiro ocorre via porto.
A maioria das exportações nacionais são de commodities, como soja, minério de ferro e petróleo. A saber, de janeiro a abril de 2023 o setor portuário movimentou 279,5 milhões de toneladas no país. O que representa um crescimento de 1,91% comparado ao mesmo período do ano anterior.
Por fim, no Brasil, existem mais de 40 unidades portuárias marítimas e 219 Terminais de Uso Privado em uma costa marítima que ultrapassa os 7.500 km. Além disso, a exportação brasileira cresceu mais de 4% na comparação entre os mesmos períodos. Sendo que os maiores em solo brasileiro são:
Para entender completamente a gestão portuária, é essencial mergulhar nos três pilares que sustentam suas operações: a saber, são o complexo fixo, a administração e a operação. Abaixo, detalhamos melhor cada uma das etapas dessas modalidades do transporte aquaviário de cargas:
O complexo fixo é a espinha dorsal da logística portuária, compreendendo uma ampla gama de instalações cruciais. Entre elas, podemos citar os terminais portuários, que são basicamente os locais especializados para manipulação e armazenamento de diferentes tipos de carga, desde contêineres até granéis sólidos.
Também abrange os portos — que são as áreas portuárias propriamente ditas, onde ocorre o atracamento de navios e o intercâmbio de mercadorias — e armazéns, que são estruturas dedicadas ao armazenamento temporário de cargas, proporcionando eficiência nos processos de movimentação.
Outra instalação do complexo fixo são os cais — plataformas de atracação, permitindo o carregamento e descarregamento eficaz de embarcações. Por fim, também podemos citar os maquinários e equipamentos, que incluem desde guindastes para elevação de cargas e até veículos especializados para movimentação interna.
Na administração portuária, várias entidades são vitais na governança e gestão. Entre elas, as docas — que administram a área portuária — garantindo a ordem e eficiência operacional. Também se destaca a GEMPO (Gerência de Movimentação Portuária), que supervisiona e coordena operações, otimizando recursos e processos.
O OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra) é outro pilar da administração, envolvendo a gestão portuária, incluindo a alocação de mão de obra, garantindo força de trabalho qualificada. Finalmente, a CAP (Companhia Docas do Brasil) — que regula e fiscaliza, garantindo conformidade com as normas — completa este aspecto.
A operação mantém a gestão portuária em movimento, representada por várias partes interdependentes. Como, por exemplo, os rebocadores, que auxiliam no deslocamento seguro de embarcações no porto. Também é válido citar os operadores portuários, que executam diretamente as operações, incluindo carregamento e descarregamento.
Outra parte importante da operação portuária são os pilotos marítimos — profissionais qualificados para navegação segura nas águas portuárias. Por fim, o Sindicato dos Trabalhadores Avulsos também merece menção, pois garante uma força de trabalho flexível e qualificada, essencial para as demandas dinâmicas do setor.
Atualmente, cerca de 90% de tudo que entra no nosso país vem pelo mar, através do transporte marítimo. Para atender a demanda e a necessidade de cada produto que chega ou sai, diversos tipos de portos foram criados. Abaixo separamos um resumão sobre cada um deles. Veja:
Os mais variados produtos chegam e também são despachados por meio dos numerosos portos brasileiros. Entretanto, alguns tipos se destacam — seja pela importância econômica ou até mesmo pelo volume de movimentação. Entre os principais deles estão:
Com o passar do tempo, os portos ganharam novas atividades e desenvolveram novas funções. Sempre voltados para atender a demanda de mercado e necessidades do comex. Independente do tipo de porto, existem três atividades consideradas fundamentais para todos eles:
É uma das principais atividades existentes no setor. Ao contratar um agenciador, o armador tem à disposição um representante responsável por cuidar de serviços e facilidades portuárias. No caso, ele vai agir em nome do contratante frente às autoridades. É um responsável legal.
Este é um trabalho que cria conexão entre a necessidade de movimentação de cargas e a oportunidade aos transportadores. Lembrando que é uma atividade diferente do trabalho realizado pelas transportadoras, que ficam limitadas a deslocar os produtos por meio do transporte adequado.
Atracação é o processo de manobra de chegada de um navio, enquanto se faz a desatracação quando o navio deixa o porto após a movimentação da carga. Aqui temos um exemplo de trabalho minucioso e que requer cuidado. Afinal de contas, existem riscos à segurança, tanto da tripulação, quanto das cargas. Por isso, apenas um Piloto Prático que esteja no navio pode realizar tais manobras.
Essa atividade consiste em gerenciar e oferecer os devidos cuidados aos produtos armazenados em locais específicos dentro dos portos. Geralmente, esses itens ficam até o dia do transporte. Requer a presença de especialistas em gestão de estoque, porque alguns itens podem deteriorar com o passar do tempo ou por ficarem expostos a danos.
Segurança no trabalho é outro detalhe extremamente importante nessa etapa. É uma exigência, na verdade, já que é onde ocorre a movimentação das cargas e há riscos. Esse serviço depende ainda da estrutura física do porto. É preciso avaliar a disponibilidade do espaço para a execução.
Apesar de sua importância, o setor enfrenta limitações que impactam seu pleno potencial. Incluindo a infraestrutura portuária. Esses desafios impactam a eficiência operacional, aumentam custos e dificultam a competitividade. Superar esses obstáculos requer investimentos, modernização de processos e revisão de políticas.
A falta de planejamento e desenvolvimento adequado nas áreas portuárias é inegavelmente prejudicial. Afinal, alguns dos problemas mais comuns como, por exemplo, congestionamentos no trânsito, além da falta de segurança e de acessibilidade comprometem fortemente a eficiência das operações.
Por isso, a infraestrutura inadequada é uma barreira significativa. Afinal, os portos brasileiros muitas vezes carecem de investimentos suficientes, resultando dessa maneira em terminais obsoletos, bem como em dificuldades de acesso, além da falta de capacidade para atender plenamente à demanda.
Outros obstáculos comuns aos portos do Brasil são, sem dúvida, os processos burocráticos complexos e morosos. Afinal, fatores como, por exemplo, trâmites alfandegários, documentação extensa e regulamentações rígidas podem não apenas aumentar os tempos de espera como também os custos operacionais.
Apesar de existirem mais de 175 terminais no Brasil, muitas vezes sente-se a limitação da diversidade de opções. Isso porque, infelizmente, nem todos os portos atendem a absolutamente todos os tipos de carga. O que acaba não apenas criando restrições como também aumentando os custos logísticos — que já são bastante significativos no segmento.
Para superar cada um dos desafios que vimos acima sejam, o setor portuário vem passando não somente por atualização, como por inovação e modernização. A implementação de muitas dessas iniciativas tem como propósito melhorar a infraestrutura e eficácia dos serviços nas instalações, assim como reduzir a burocracia e custos. Algumas das alternativas são:
Aqui no país, o programa de concessões vem com o objetivo de atrair investimentos privados. É uma ferramenta que tem se mostrado bem sucedida por ter atraído investimentos significativos para o segmento, impulsionando a modernização e expansão dos portos no Brasil.
A implantação de sistemas de gestão integrada nos portos permite, de maneira geral, uma gestão portuária mais eficiente e ainda integrada aos diferentes atividades e processos portuários. Com o sistema em atividade, é possível reduzir a burocracia e diminuir os custos operacionais e, consequentemente, aumentar a eficiência do setor.
Tecnologia e inovação para a área portuária também surgem como dois pontos de investimento. O objetivo é melhorar a eficiência e segurança dos serviços prestados. Entre as tecnologias implementadas estão sistemas de automação, monitoramento e controle e sistemas de segurança.
Já entre as principais iniciativas de inovação previstas estão a implementação de tecnologias de Inteligência Artificial e Internet das Coisas.
É vital antecipar-se às tendências que moldam o futuro do segmento portuário. Nesse contexto, destacam-se a automação, a integração, a tecnologia e o compromisso com iniciativas ESG (ambientais, sociais e de governança) como pilares fundamentais para a evolução do setor. Esses fatores otimizam operações presentes e preparam o terreno para um futuro inovador e sustentável no segmento.
A implementação eficaz da automação e digitalização de processos portuários aumenta a eficiência operacional e contribui para melhorar a experiência do cliente, promovendo um fluxo mais ágil e confiável de mercadorias. Ou seja, é ideal para enfrentar os desafios, garantindo uma movimentação de cargas mais eficiente, segura e alinhada às demandas do mercado global.
A integração de sistemas e processos logísticos une diferentes elementos e procedimentos do ambiente portuário, promovendo uma gestão mais fluida e coordenada. Envolve a sincronização ao longo de toda a cadeia logística, desde a chegada das mercadorias até sua movimentação nos terminais portuários.
Interconectando sistemas, como por exemplo os softwares e as plataformas tecnológicas, é possível unificar dados e processos, facilitando a comunicação entre os diversos agentes, como por exemplo transportadoras, operadores portuários, agências aduaneiras e autoridades responsáveis pela regularização.
Essa abordagem integrada otimiza a visibilidade e o controle sobre as operações, reduzindo redundâncias e erros, além de proporcionar uma resposta mais ágil a imprevistos. Permite, ainda, uma análise abrangente e em tempo real das atividades portuárias, gerando insights valiosos para uma tomada de decisões estratégica.
O alinhamento às iniciativas Environmental, Social and Governance (ESG) – em português, ‘Ambiental, Social e de Governança’ – é uma tendência vital, refletindo o compromisso do setor portuário com práticas éticas, sociais e ambientais. O que não apenas atende às demandas crescentes por responsabilidade corporativa, mas também impulsiona a eficiência e a competitividade no mercado global.
Em um cenário dinâmico, onde a eficiência operacional é crucial, a gestão portuária enfrenta desafios significativos. No entanto, as iniciativas em curso, como concessões, sistemas integrados e investimentos em tecnologia, apontam para um caminho de modernização e melhoria.
Antecipar as tendências de automação, integração e aderência às práticas ESG é fundamental para garantir um setor portuário sustentável e eficiente. Para otimizar sua gestão portuária, explore as soluções avançadas Logcomex para uma integração eficaz e automação de processos em terminais portuários.
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