A saber, a produção de pneus no Brasil iniciou em 1930 e se concretizou em 1936 com a fabricação de 29 mil unidades. Atualmente, a produção brasileira no segmento é de aproximadamente 40 milhões por ano. Sobretudo com a implantação de multinacionais do setor, o país ganhou ainda mais representatividade na importação de pneus.
São diversos os tipos de pneus, sendo que o maior do mundo pesa em torno de 5 toneladas, utilizado no caminhão basculante de mineração.
Além disso, com a expansão dos carros elétricos surge uma nova categoria, já que os veículos são mais pesados, exigindo pneus mais resistentes.
Sem dúvida, as maiores empresas do mundo na fabricação de pneus são: Bridgestone, Continental, Goodyear e Michelin. Todas são multinacionais e possuem fábricas instaladas no Brasil.
Por isso, é importante falarmos sobre a importação de pneus no Brasil. Nesse artigo, você irá conferir:
Até o momento, a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) projeta um crescimento de 2% nas vendas totais de pneus em 2023, com leve alta na venda de produtos nacionais (de 56,5 milhões para 57,6 milhões de unidades).
De acordo com as projeções da Anip, somente dois segmentos têm possibilidade de fechar o ano no azul: pneus de passeio (com incremento esperado de 5,6% e comercialização de 32 milhões de unidades) e o de motocicletas (com aumento de 1,3%, alcançando a marca de 9,3 milhões de unidades comercializadas).
Outro agravante para o cenário de pneumáticos é, sem dúvida, a queda nas vendas devido à redução no volume de safra agrícola. Fator que, por si só, certamente já poderá causar recuo de 9,7% nos pneus para o segmento de agro — para 809 mil unidades.
Já o segmento de cargas, espera-se queda de 6,5% (ou seja, para 6,9 milhões de pneus), enquanto que, para comerciais leves, a queda poderá alcançar os 3,3%, representando 8,2 milhões de unidades.
Assim, levando em conta o mercado total de pneus, o resultado esperado para 2023 é um recuo de 2%, batendo as 77,1% milhões de unidades. Afinal, a parcela dos importados, prevista para 19,6 milhões de unidades, deve encolher 12,6%.
Para a importação de pneus no Brasil é imprescindível ter, antes de mais nada, a certificação pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que acompanha desde o início o processo produtivo.
Enfim, todo o detalhamento das informações solicitadas está disponível no portal da instituição.
Qualquer procedimento na importação deve ser analisado minuciosamente, e aspectos como impactos ambientais e certificação Inmetro, por exemplo, são pontos a serem avaliados.
Seja como for, para facilitar e reduzir custos e prazos na importação, é possível importar de algum fornecedor com produto já homologado e certificado.
Algumas indústrias exportadoras para o Brasil já o possuem, facilitando assim os trâmites aduaneiros.
A saber importação de pneus possui particularidades que devem ser analisadas com cautela, tais como:
Apesar de os pneus utilizados para transportes de cargas terem tido o Imposto de Importação (II) zerado em 2021, a importação destes voltou a ser tributada em 2023, porém com redução em relação à antiga tarifa.
Assim sendo, para carros de passeio e pneus de carga o II é de 5%. Já o IPI é de 15%, o PIS é de 2,68% e o Cofins é de 12,35%. Enquanto que o ICMS varia de estado para estado.
O antidumping é uma forma de protecionismo estabelecida pelo Governo, com a finalidade de não prejudicar a indústria nacional, aplicando uma sobretaxa na importação para manter a competitividade.
Nos termos da Resolução GECEX 452/2023, com o intuito de aplicar o direito antidumping às importações brasileiras de pneus agrícolas de construção diagonal originárias da China, implica-se o dever de recolhimento dos montantes abaixo especificados:
Origem | Produtor/exportador | Direito antidumping definitivo (em US$/t) |
China | Guizhou Tyre Co.,Ltd./Guizhou Tyre Import and Export Co.,Ltd | 345,37 |
China | Qindao Aonuo Tire Co.,Ltd. | 2.028,06 |
China | Qindao Qihang Tire Co.,Ltd. | 0 |
China | Zhongce Rubber Group Co.,Ltd. | 1.446,61 |
China | Carlisle Asia Pacific | 2.332,55 |
China | Chongping Diligence General Machinery Co Ltd. | 2.332,55 |
China | Gripmaster Rubber Ltd. | 2.332,55 |
China | Hongkong Huaxing International Shipping Co., Limited | 2.332,55 |
China | Jiangsu Jiangdong Group Imp & Exp Co., Ltd. | 2.332,55 |
China | Leina Tyre Industry Limited | 2.332,55 |
China | Lindsay (Tianjin) Industry Co., Ltd. | 2.332,55 |
China | Qingdao Hanguan Tyre Co., Ltd. | 2.332,55 |
China | Taizhou Taiyangfeng Rubber Co., Ltd. | 2.332,55 |
China | Weifang Lutong Rubber Co., Ltd. | 2.332,55 |
China | Weima Agricultura Machinery Co., Ltd. | 2.332,55 |
China | Wenling Tianyi Machinery Com., Ltd. | 2.332,55 |
China | Xuzhou Armour Rubber Company., Ltd. | 2.332,55 |
China | Zhejiang Wheel World Industrial Co., Ltd. | 2.332,55 |
China | Empresas identificadas no anexo I | 624,32 |
China | Demais empresas | 3.028,62 |
ANEXO I |
PRODUTORES/EXPORTADORES IDENTIFICADOS E NÃO SELECIONADOS NA INVESTIGAÇÃO ORIGINAL |
Aeolus Tyres Co., Ltd |
Carlisle (Meizhou) Rubber Manufacturing Co., Ltd |
Cheng Shin Rubber (Xiamen) Ind. Ltd |
Chonche Auto Double Happiness Tyre Corp Ltd. |
Daytona International Limited |
Gaomi Kaixuan Tyre Co., Limited |
Hangzhou Xiaoshan Hongqi Friction Material Co., Ltd |
Hangzhou Zhongce Rubber Co., Ltd |
Hf Industrial Limited |
L-Guard Tires Corporation |
Qingdao Au-Shine Group Co., Limited |
Qingdao Golden Pegasus Industrial Trading Co., Limited |
Qingdao Honesty Best Goods Co., Limited |
Qingdao Honghua Tyre Factory |
Qingdao Koowai Tyre Co., Ltd |
Qingdao Marcher Rubber Co., Ltd. |
Qingdao Odyking Tyre Co., Ltd. |
Qingdao Power Peak Tyre Co.,Ltd |
Qingdao Qizhou Rubber Co., Ltd |
Qingdao Taihao Tyre Co., Ltd |
Qingdao Touran Co., Ltd. |
Qingdao Wangyu Rubber Co., Ltd |
Shandong Deruibao Tire Co., Ltd |
Shandong Hawk International Rubber Industry Co., Ltd. |
Shandong Huifeng Tyre Make Co,. Ltd |
Shandong Linglong Tyre Co., Ltd. |
Shandong Luhe Group Co., Ltd |
Shandong Taishan Tyre Co., Ltd |
Shandong Xindga Tyre Co., Ltd |
Shandong Zhentai Group Co., Ltd. |
Simerx China Limited. |
Taian Wecan Machinery Co., Ltd |
Tianjin United Tire & Rubber Intl Co., Ltd. |
Trelleborg Wheel Systems (Xingtai) Co. |
Triangle Tyre Co., Ltd |
Weifang Jintongda Tyre Co., Ltd |
Weihai Zhongwei Rubber Co., Limited |
Xin Bei International Co., Ltd |
Xuzhou Xugong Tyres Co., Ltd |
Yantai Wanlei Rubber Tyre Co., Lt |
A vida útil de um pneu é de aproximadamente 5 anos ou entre 50 e 60 mil km rodados, ao passo que são necessários 600 anos para a sua degradação. Atualmente, por questões ambientais é proibido importar pneus usados no Brasil.
O Inmetro está avançando nos procedimentos de liberação das importações: com a modernização implementada, então a previsão da liberação para o desembaraço aduaneiro passará de 10 dias para 36 horas.
O mercado de pneus de borracha, bandas de rodagem intercambiáveis, flaps e câmaras de ar para rodas no Brasil de janeiro a dezembro de 2022 apresentou, a saber, crescimento de 27% em relação ao mesmo período de 2021. Contudo, o Brasil apresentou um déficit na balança comercial nesse setor no período, ou seja, a importação de pneus foi superior à exportação.
Além disso, foram importados US$ 1.567,65 em pneumáticos entre janeiro e dezembro de 2022, totalizando cerca de 478 toneladas a um preço FOB equivalente a US$ 3,28/kg. Em suma, os pneumáticos representaram 0,6% de participação nas importações totais de 2022, ocupando o 41º lugar no ranking das importações totais no ano.
Já nas importações da Indústria de Transformação, os pneumáticos representaram também 0,6%, enquanto que sua posição nas importações desta indústria foi a 37ª.
Aliás, para chegar a este resultado, realizamos uma pesquisa dentro da plataforma Logcomex, utilizando as seguintes NCMs:
A borracha é a principal matéria-prima do pneu: de fato, 70% da produção mundial destina-se à fabricação deste produto.
A China é um dos maiores produtores de borracha do mundo, no entanto essa matéria-prima apresenta qualidade baixa, de modo que necessita passar por um processo produtivo de melhoria.
Analogamente, a China torna-se também um dos maiores exportadores mundiais nessa categoria. É assim, o principal fornecedor do Brasil, seguido de Índia, Vietnã, Estados Unidos, Japão e Malásia.
Como a maior parte da importação de pneus é proveniente da China, o principal modal utilizado nas importações é sem dúvida o marítimo, que representou 98% de janeiro a dezembro de 2022. Em seguida está o modal rodoviário que representou apenas 1,49%.
O modal aéreo teve pouca representatividade, com apenas 0,07% das importações, conforme informações extraídas da plataforma Logcomex.
O maior estado importador de janeiro a dezembro de 2022 foi com toda a certeza Santa Catarina, movimentando US$ 542 milhões em Itajaí, que foi a principal unidade de desembaraço do país.
Em seguida, temos o estado de São Paulo, que importou um total de US$ 238 milhões e cuja principal unidade de desembaraço foi o Porto de Santos.
Na sequência, temos o estado do Paraná, que movimentou US$ 194 milhões desta mercadoria, principalmente pelo porto de Paranaguá.
Por fim, os estados de Pernambuco e Pará também figuram entre os principais estados importadores de pneumáticos, representando um valor de US$ 95 e US$ 93 milhões, respectivamente.
Agora, mais do que analisar os dados gerais da importação de pneumáticos na plataforma da Logcomex, como países fornecedores, mercado, preços, impostos, volumes de importações (UF/cidade) e unidades de desembaraço, você pode ter uma visão ainda mais completa.
Em nossa nova plataforma, você também pode analisar informações estratégicas por produto, como, por exemplo:
Entre em contato conosco para saber como ter acesso a estas informações em cliques.