Incoterms: o que são e como funcionam?

Os Incoterms, ou Termos Internacionais de Comércio, sem dúvida são uma peça fundamental no quebra-cabeça das transações comerciais globais. Estabelecidos pela Câmara Internacional do Comércio (ICC), esses termos definem as responsabilidades de frete e seguro nas negociações internacionais. 

O que é o termo Incoterms?

Para quem ainda não sabe o que é Incoterm, trata-se de uma abreviação para International Commercial Terms, são diretrizes padronizadas que regem as responsabilidades entre compradores e vendedores nas transações internacionais. Esses termos determinam quem assume despesas e riscos associados ao transporte e entrega de mercadorias, bem como a contratação de seguro.

Quem utiliza os Incoterms?

Os Incoterms são amplamente utilizados por importadores, exportadores e tradings, proporcionando uma linguagem comum para as partes envolvidas nas negociações internacionais. É importante ressaltar que seu uso não é obrigatório, sendo uma escolha facultativa pelas partes envolvidas em contratos de compra e venda de mercadorias.

Como funciona o Incoterm?

Basicamente, os Incoterms delineiam as responsabilidades de cada parte desde a origem até o destino da mercadoria. Impactam diretamente o preço final do produto, logística e os trâmites necessários para a chegada da carga ao seu destino. A escolha do tipo adequado é vital para garantir uma transação eficiente e livre de complicações.

Quais são os tipos de Incoterms?

Os tipos de Incoterms são classificados em quatro grupos fundamentais: o E, o F, o C e o D, cada um especificando o ponto em que os custos e riscos são transferidos do importador para o exportador. Confira a seguir mais detalhadamente como funciona cada grupo:

Grupo C

Os termos deste grupo envolvem o pagamento do transporte principal pelo exportador até o local de destino. Entretanto, o exportador não assume riscos pós-despacho e desembarque, com a responsabilidade terminando no destino acordado. Essa categoria oferece um equilíbrio entre o controle do exportador e a transferência de riscos.

Grupo D

Este grupo inclui termos em que o exportador é responsável até a entrega no destino. Os termos variam desde a entrega no terminal até a entrega com direitos pagos, incluindo custos alfandegários. O exportador assume a responsabilidade máxima, proporcionando ao importador menos controle, mas uma entrega mais simples e direta.

Grupo E 

Neste grupo, o exportador disponibiliza a mercadoria ao importador em suas instalações. Isso significa que o exportador tem a responsabilidade mínima, e o importador assume todos os custos e riscos a partir do local de origem. Essa categoria oferece ao importador maior controle sobre o processo, mas também implica em maior responsabilidade.

Grupo F 

Este grupo inclui termos em que o exportador não paga pelo transporte principal. Os termos variam desde a entrega ao transportador indicado até a colocação ao lado do navio no porto de embarque. O exportador assume responsabilidades até esse ponto, e a transferência de riscos ocorre com a entrega da carga ao transportador.

Quais são os 11 Incoterms?

A tabela Incoterms é composta por onze termos, cada um atendendo a diferentes necessidades e circunstâncias. Sendo que cada um dos termos tem suas nuances específicas e é fundamental selecionar aquele que melhor se alinha com as condições da transação.

  1. CIF — Cost, Insurance and Freight (Custo, Seguro e Frete)
  2. CIP — Carriage and Insurance Paid to (Transporte e Seguro Pagos Até)
  3. CFR — Cost and Freight (Custo e Frete)
  4. CPT — Carriage Paid To (Transporte Pago Até)
  5. DAP — Delivered At Place (Entregue No Local)
  6. DAT — Delivered At Terminal (Entregue no Terminal)
  7. DDPDelivered Duty Paid (Entregues Direitos Pagos) 
  8. EXW — Ex-Works (Na Origem)
  9. FAS — Free Alongside Ship (Livre no Costado do Navio) 
  10. FCA — Free Carrier (Franco Transportador ou Livre Transportador)
  11. FOB — Free on Board (Livre a Bordo do Navio). 

Quais Incoterms não podem ser usados no Brasil?

Apesar de sua ampla aplicação global, o Incoterm DDP (Delivered Duty Paid), que coloca a responsabilidade total no exportador, não pode ser utilizado no Brasil. Isso ocorre devido às restrições legais que impedem empresas estrangeiras de efetuar pagamentos de impostos para a nacionalização da carga no destino.

Qual o melhor Incoterm?

A escolha do melhor Incoterm depende das necessidades específicas de cada transação. O FOB (Free on Board — Livre a Bordo do Navio) é a alternativa mais popular pelos brasileiros por sua flexibilidade e equidade na distribuição de responsabilidades entre vendedor e comprador (ou exportador e importador). 

Contudo, é crucial considerar todos os custos envolvidos no transporte — (inclusive as despesas com seguro e frete internacional), negociar com parceiros comerciais confiáveis e, se necessário, consultar especialistas para garantir que os termos escolhidos realmente são os melhores para o seu caso.

Em resumo, entender os Termos Internacionais de Comércio é essencial, pois eles servem como alicerce para negociações transparentes, eficientes e livres de surpresas desagradáveis. Ao navegar por esses termos, você terá tudo o que precisa para conduzir transações comerciais bem-sucedidas em escala global.