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Custos de importação: o que são e como controlá-los

Written by Redação Logcomex | 15.8.2025

Importação é uma atividade essencial para a economia brasileira. No entanto, como as margens de lucro variam muito de acordo com o segmento, o importador precisa conhecer detalhadamente os custos envolvidos nesse processo.

Por isso, a análise da viabilidade financeira representa o primeiro passo para qualquer operação internacional, principalmente no atual cenário econômico brasileiro, que apresenta oscilações cambiais constantes nos últimos anos.

Dessa forma, como sabemos que qualquer descuido pode comprometer a margem de lucro da operação de importação, decidimos compartilhar, neste artigo, conceitos sobre custos de importação e ainda algumas boas práticas para controlá-los de forma eficaz.

 

Quais são os custos envolvidos na operação de
importação

Quando o assunto é aplicação de impostos na importação, o Brasil é referência e somente essa fama basta para desencorajar muitos empresários. Mas, afinal: quais são os custos envolvidos em uma operação de importação?

De maneira geral, os custos de importação são compostos por uma série de detalhes e taxas, listadas a seguir:

Custos do produto

Muitos pensam que o custo de aquisição do produto se concentra no preço da matéria-prima ou insumo no país de origem. Entretanto, esse é o primeiro custo a considerar, pois a partir dele surgem todos os outros.

Impostos 

De um modo geral, o processo de importação inclui diversos impostos que surgem de distintas arrecadações. Alguns têm origem federal, outros estadual ou municipal, dentro da legalização do processo como um todo, e variam conforme o tipo de mercadoria que a empresa importa para o país. Na prática, temos os seguintes impostos:

  • Imposto de importação (II): É o único que implica especificamente ao processo de importação. Esse tributo pode chegar até 60% do valor da mercadoria a ser trazida do exterior.
  • IPI: Conhecido como Imposto sobre Produtos Industrializados, é o tributo aplicado sobre mercadorias industrializadas, nacionais ou importadas. A alíquota varia e, todo ano, é lançada na página da Receita Federal uma tabela específica.
  • ICMS: Significa Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Esse imposto também varia, mas aqui é de acordo com cada estado destinatário do item. Por ser um tributo estadual, varia de acordo com origem e destino. As atualizações constam na Secretaria do Estado da Fazenda.
  • PIS e Cofins: Geralmente a alíquota do PIS-Importação é 2,10% e da Cofins-Importação é 9,65%. Ambos são contribuições sociais federais e suas alíquotas incidem sobre o valor aduaneiro da mercadoria importada.
Frete Internacional

Esse custo se relaciona ao valor que o embarcador paga para transportar o produto de um país para outro. Por isso, as referências variam conforme o modal de transporte, tipo de mercadoria, volume e riscos envolvidos.

Dentre os modais de transporte internacional mais comuns estão: marítimo, onde o transporte por contêiner tem tido preços elevados recentemente; e também o aéreo. Existe ainda o frete doméstico, que corresponde ao valor aplicado para transportar a carga das instalações/armazém do exportador até o porto/aeroporto no país de origem e depois no país de destino, do porto/aeroporto até as instalações do importador.

Despesas Aduaneiras

Nesta categoria, estão a Taxa de Utilização do Siscomex, custos com agenciamento de carga e despachante aduaneiro, quando necessário. Se interessou em saber mais detalhes sobre esse tema? Acesse o artigo desvendando o despacho aduaneiro e confira detalhes.

Seguro da Carga

Em um contexto geral, a contratação do seguro internacional de carga não é obrigatório, exceto para casos em que o Incoterm selecionado é o CIF ou o CIP. Porém é indicado por quem trabalha com comex há muito tempo.

A recomendação existe já que os produtos importados costumam ter valor alto. Ou seja, antes garantir um possível ressarcimento em caso de sinistro, do que contar com a sorte e acabar levando prejuízo financeiro.

Leia mais: Como saber qual Incoterm usar?

Quando e como pagar cada custo

Ao contrário do que muitos empresários pensam, e por isso, desistem de importar: Os custos de importação não ocorrem todos de uma vez.

Na prática, a importação distribui seus custos ao longo das diferentes etapas da operação e, por isso, é importante entender quando e como pagar cada um para evitar atrasos no desembaraço da mercadoria, multas e sufoco de caixa.

Em linhas gerais, no momento do registro da Declaração de Importação (DI ou DUIMP), o importador já precisa quitar os principais tributos federais, que são o Imposto de Importação (II), o IPI, o PIS/PASEP-Importação e a COFINS-Importação. O importador paga todos esses valores diretamente no Siscomex, geralmente via débito automático em conta, e o sistema só permite continuar o processo de despacho aduaneiro após confirmar o pagamento.

Além disso, é preciso considerar a Taxa para Utilização do Siscomex e, quando houver transporte marítimo, o pagamento do Adicional ao Frete da Marinha Mercante (AFRMM), calculado sobre o valor do frete internacional.

Durante o desembaraço da carga no porto ou aeroporto de destino, surgem outras despesas operacionais. O ICMS, por exemplo, incide sobre o valor da mercadoria somado aos demais tributos e despesas e deve ser pago ao estado de destino logo após a liberação da carga. Nesse momento, também se pagam custos com armazenagem alfandegada, capatazia e outros serviços logísticos locais, geralmente por meio de faturas emitidas pelo porto ou aeroporto de desembarque.

Se a carga exigir licenças específicas, como autorização da Anvisa, do MAPA ou de outros órgãos anuentes, o importador deve quitar essas despesas antes ou durante a análise da Declaração de Importação. Do contrário, a liberação da carga sofrerá atraso e o importador poderá arcar com despesas extras como taxa de sobrestadia de container, a famosa, Demurrage.

Leia também: Tabela de custos diretos e indiretos


Impactos financeiros de erros na precificação

Como mencionamos anteriormente, o hábito de simular o custo total de um produto é o primeiro passo para a importação, pois minimiza a chance de impactos negativos na esfera financeira e também evita erros de precificação do produto acabado, nos casos que se aplicam à importação para uso da indústria da transformação.

Alguns impactos financeiros incluem:

  • Margem de lucro negativa: se os custos da importação forem maiores do que os previstos, o preço de venda pode não cobrir todas as despesas, corroendo a margem de lucro ou até gerando prejuízo direto na operação.
  • Prejuízo por venda abaixo do custo: ao precificar sem considerar corretamente tributos, taxas, despesas aduaneiras e administrativas ou variações cambiais, há o risco de vender o produto com preço final inferior ao custo total de importação.
  • Retrabalho: a necessidade de revisar preços, renegociar pedidos ou refazer cálculos fiscais pode gerar retrabalho para as equipes de compras, fiscal e comercial, impactando produtividade.
  • Sufoco de caixa: erros de precificação podem afetar a previsão de receitas e comprometer o fluxo de caixa da empresa, dificultando o pagamento de fornecedores, impostos e despesas operacionais.
  • Riscos fiscais e multas: subestimar o valor aduaneiro ou declarar incorretamente o custo pode resultar em autuações fiscais, multas e retenções de carga pela Receita Federal.

Como o NCM Intel PRO ajuda a prever e simular custos por produto

O momento certo de pagamento dos custos de importação acompanha o avanço da carga no processo logístico e burocrático. Por isso, o planejamento da importação precisa contemplar o custo por produto com base nos tributos que mencionamos acima.

Neste sentido, o NCM Intel PRO se torna uma ótima opção, pois simula e prevê, com antecedência, os custos tributários associados a cada código NCM, considerando os regimes fiscais aplicáveis, alíquotas atualizadas e até o estado de destino da mercadoria.

Com essa visibilidade, o importador consegue estimar o valor final do item antes mesmo da formalização da negociação com o fornecedor, reduzindo riscos, otimizando a margem e tornando o processo decisório mais eficiente.

Exemplos reais de redução de perdas com uso de inteligência de dados

Um bom exemplo a ser citado é o da Suape Aditivos, que ao utilizar a nossa plataforma para mapear fornecedores, rotas de importação, portos de entrada e volumes, a empresa conseguiu negociar com mais precisão e reduzir seus gastos em cerca de 1 % em cada negociação, o que já compensou os custos da plataforma.

Outro caso de sucesso é o da Laserflex, que utilizou a solução NCM Intel da Logcomex para automatizar a classificação fiscal e o rastreamento de pedidos, elevando a eficiência operacional e diminuindo o tempo de processamento e os custos relacionados à escassez de matéria-prima.

O impacto foi observado na extinção de retrabalho que o time vinha encarando há muito tempo. Para conferir este case na íntegra, confira o artigo “Empresa Laserflex reduz o tempo operacional e os custos para contornar a escassez de matéria-prima”

Exemplos reais de redução de perdas com uso de inteligência de dados

Já deu para perceber que para manter o controle efetivo das operações de importação é preciso de controle e visibilidade completa, certo?

Pensando nisso, desenvolvemos ferramentas capazes de oferecer dados on time, que servirão de recursos para garantir a eficiência da operação.

Por meio de painéis e dashboards personalizáveis, é possível acessar os principais indicadores (KPIs) do comércio exterior, como status de embarques, prazos, custos previstos versus realizados, pendências fiscais. Além disso, conta com simulador de impacto da variação cambial exclusivo para importações, considerando a taxa de câmbio e outras variáveis.

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