O Porto de Rio Grande é um dos complexos mais importantes do Brasil. Ele engloba as instalações portuárias e terminais aquaviárias dos municípios de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, sendo o terceiro maior do país em termos de infraestrutura, profundidade do canal e berço de atração.
Tal porte o torna uma alternativa interessante aos outros dois portos de administração pública (Santos e Paranaguá). Não por coincidência, as principais unidades federativas atendidas por ele são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Além disso, a sua localização estratégica lhe deu o apelido de porto do Mercosul, graças a sua proximidade ao Uruguai, Argentina e Paraguai.
Neste artigo, você vai conhecer mais a fundo sobre esse importante porto brasileiro, sua história, estrutura e os principais produtos movimentados nele.
O complexo de Rio Grande e Pelotas tem mais de 100 anos de história. A atividade portuária na região é registrada desde o século 18, sendo que a primeira estrutura formal iniciou em 1872 (Porto Velho) e ainda foi reinaugurada em 1915 (Porto Novo).
O porto tem acesso estratégico aos caminhos fluviais do Rio Grande do Sul, sendo o Lago dos Patos e o Lago Guaíba os principais. Além disso, tem acesso rodoviário pela BR-392, alcançando a BR-471 (ligando ao extremo sul do estado) e BR-116 (que liga Fortaleza-CE e Jaguarão- RS, passando por São Paulo.
Apesar da versatilidade das cargas transitadas pelo porto, o principal movimento é o de embarque, representando cerca de 69% do tráfego de cargas, segundo os dados apresentados no Plano Mestre do Ministério da Infraestrutura.
Também, destaca-se a proporção alta das navegações de longo curso (80% em 2018) que partem e chegam ao porto (o que pode ser explicado pelo tipo de carga e os principais países contemplados).
Uma das razões da disparidade entre embarques e desembarques pode ser explicada pelas altas taxas de trânsito rodoviário das estradas gaúchas. Os custos para uma operação de exportação podem se tornar muito caros ao fim, mesmo que o complexo bem gerido seja atrativo.
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Como parte das projeções e planejamento do Ministério da Infraestrutura, o Plano Mestre para potencialização das atividades do Porto de Rio Grande foi revisado. A nova versão foi publicada ainda em janeiro de 2020.
No documento são feitas projeções para até 2060, sendo que no cenário mais otimista visa-se a transação de mais de 80 milhões de toneladas de carga no complexo.
As instalações são administradas pela Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul (SUPRG) e por Terminais de Uso Privado (TUP). Em termos práticos, existem duas instalações públicas, o Porto de Rio Grande e o Terminal Logístico de Pelotas.
Já os TUPs são cinco, todos com exploração autorizada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ):
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O Porto de Rio Grande é conhecido pela variedade de carga transitada em seu complexo, desde grãos a automóveis. Entretanto, os três principais produtos importados e exportados são:
O Grão de Soja, especialmente, é um dos “carros-chefe” do complexo, representando mais de 30% do peso total movimentado.Ele é seguido pelos contêineres e fertilizantes.
Com a expansão das plantações de soja para a região sul do estado, espera-se que o granel sólido de soja, farelos e seus derivados mantenham uma relevância alta nas projeções futuras.
Entretanto, além desses dados é necessário acompanhar informações e estatísticas regularmente para saber como lidar com as movimentações no Porto de Rio Grande. Confira as estatísticas levantadas pela Logcomex – recortes de janeiro a outubro de 2021.
Confira abaixo os produtos importados pelo Porto de Rio Grande com o maior valor transacionado (e suas nomenclaturas do Mercosul).
Nomenclatura Comum do Mercosul | Valor Importado (em dólares) |
3105.40.00 DIIDROGENO-ORTOFOSFATO DE AMÔNIO (FOSFATO MONOAMÔNICO OU MONOAMONIACAL), MESMO MISTURADO COM HIDROGENO-ORTOFOSFATO DE DIAMÔNIO (FOSFATO DIAMÔNICO OU DIAMONIACAL) | $515.569.455,14 |
3104.20.90 OUTROS CLORETOS DE POTÁSSIO | $496.017.344,03 |
3102.10.10 UREIA, MESMO EM SOLUÇÃO AQUOSA, COM TEOR DE NITROGÊNIO (AZOTO) SUPERIOR A 45 %, EM PESO, CALCULADO SOBRE O PRODUTO ANIDRO NO ESTADO SECO | $391.560.132,75 |
2709.00.10 ÓLEOS BRUTOS DE PETRÓLEO | $196.823.560,63 |
3103.11.00 SUPERFOSFATOS, QUE CONTENHAM, EM PESO, 35 % OU MAIS DE PENTÓXIDO DE DIFÓSFORO (P2O5) | $148.732.571,41 |
3105.20.00 ADUBOS (FERTILIZANTES) MINERAIS OU QUÍMICOS, QUE CONTENHAM OS TRÊS ELEMENTOS FERTILIZANTES: NITROGÊNIO (AZOTO), FÓSFORO E POTÁSSIO | $146.540.859,16 |
3105.59.00 OUTROS ADUBOS/FERTILIZANTES MINERAIS QUÍMICOS, COM NITROGÊNIO E FÓSFORO | $146.319.084,52 |
1005.90.10 MILHO EM GRÃO, EXCETO PARA SEMEADURA | $135.589.970,22 |
3105.30.00 HIDROGENO-ORTOFOSFATO DE DIAMÔNIO (FOSFATO DIAMÔNICO OU DIAMONIACAL) | $113.900.914,69 |
2710.19.21 GASÓLEO (ÓLEO DIESEL) | $63.670.804,06 |
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Além dos produtos, é fundamental conhecer os principais países envolvidos nas movimentações pelo complexo portuário. Dado o destaque das exportações de toneladas de grãos, químicos e fertilizantes, potências como China, Estados Unidos e Rússia lideram a lista, além de notórios pelo embarque de granéis sólidos com Marrocos, Arábia Saudita e Catar.
Outro destaque fica para a Argentina, que tem proximidade estratégica e ligações além das fluviais para com a estrutura portuária.
País | Valor transacionado (em dólares) |
CHINA | $1,020,545,173,16 |
ESTADOS UNIDOS | $482,616,308,80 |
MARROCOS | $349.942.474,31 |
RÚSSIA | $344.487.838,70 |
ALEMANHA | $317.366.203,57 |
ARGENTINA | $266.110.614,36 |
ARÁBIA SAUDITA | $243.730.508,38 |
ITÁLIA | $192.526.409,84 |
CANADÁ | $167.855.631,71 |
CATAR | $131.072.982,14 |
Um dos maiores portos do mundo, o Porto de Santos é essencial para o comércio exterior brasileiro. A Logcomex preparou um guia completo sobre o complexo portuário, com dados detalhados sobre sua origem, funcionamento, operação e movimentação. Quer conferir? Preencha o formulário abaixo e leia o material na íntegra gratuitamente.