Por muitos anos, os Estados Unidos foram considerados como o principal parceiro comercial do Brasil, tanto nas importações quanto nas exportações. Porém, com o crescimento da China, o gigante asiático se tornou a principal origem dos produtos importados e exportados, tanto para o Brasil quanto para a América. Neste artigo, você vai poder entender o cenário atual das importações dos Estados Unidos e identificar possíveis tendências. Vamos lá?
Cenário das importações nos Estados Unidos
No ano de 2021, as importações dos Estados Unidos para o Brasil movimentaram US$ 37,5 bilhões.
Os principais produtos importados dos EUA para o Brasil em 2021 foram:
- Gasóleo (Óleo Diesel);
- Turborreatores;
- Outros Aviões e Veículos Aéreos;
- Vacinas para medicina humana;
- Gás natural liquefeito;
- Partes de turborreatores;
- Gasolinas;
- Óleos brutos de petróleo;
- Hulha betuminosa;
- Adubos e fertilizantes minerais.
Já os principais produtos exportados do Brasil para os EUA foram:
- Obras de pedra;
- Madeira, Carvão vegetal e obras de madeira;
- Café, Chá, Mate e Especiarias;
- Borracha;
- Móveis;
- Produtos Cerâmicos.
As principais unidades de desembaraço foram Santos e Aeroporto de Viracopos:
Logística nos Estados Unidos e a influência para o Brasil
Em uma breve pesquisa no Search da Logcomex é possível observar que os principais modais utilizados das importações brasileiras. Em 2021, os modais que ficaram em primeiro e segundo lugar foram o marítimo e o aéreo.
Já se tratando de portos, os que mais se destacaram nos Estados Unidos em 2021 foram:
- Porto de Houston;
- Porto de Jacksonville-FL;
- Porto de Norfolk;
- Portos de Nova York.
Já os aeroportos americanos com maior movimentação de carga são:
- Aeroporto Internacional de Dallas / Fort Worth (DFW), Texas;
- Aeroporto Internacional JFK (JFK), Nova York;
- Cincinnati / Northern Kentucky International Airport (CVG), Ohio;
- Aeroporto Internacional de Los Angeles (LAX), Califórnia.
Desafios na logística norte americana
Congestionamentos e atrasos
Assim como ao redor do mundo, a logística portuária dos Estados Unidos também enfrenta dificuldades. Em razão da pandemia e do aumento da demanda do comércio internacional, os portos norte-americanos estão cada vez mais congestionados.
Os navios levam mais tempo para atracar, o que causa uma reação em cadeia: há muitos contêineres chegando, mas a falta de espaço nos armazéns e terminais não permite que eles sejam descarregados imediatamente.
“As chances de sua embarcação chegar a tempo são de cerca de 40%, quando era de 80% no ano passado”, afirma Bob Biesterfeld, CEO da C.H. Robinson Worldwide, Inc. (uma das maiores empresas logísticas americanas), para a CNN Business.
Além do congestionamento, há uma outra questão que piora essa situação: a falta de motoristas de caminhão para levar as mercadorias para o consumidor ou importador.
Dados da American Truck Associations (ATA) mostram que seria necessário contratar cerca de 1.1 milhão de motoristas para suprir a falta de profissionais para os próximos 10 anos.
Esse problema está afetando a distribuição de combustível, uma vez que ele não é entregue a tempo nos aeroportos e o resultado disso é o atraso e cancelamento de voos, tanto no transporte comercial como nos de carga.
Frete Internacional: China – Estados Unidos
Por muito tempo a China e os Estados Unidos viveram uma guerra comercial. Atualmente eles também são grandes parceiros comerciais e são interdependentes, por esse motivo hoje enfrentam um desafio muito maior do que as retaliações sofridas anteriormente: o valor do frete internacional.
No início de agosto, a tarifa da rota China (costa leste) – Estados Unidos (costa oeste), registrou um recorde histórico. Desde o início da história da utilização de contêineres, o valor nunca foi tão caro.
A temporada de compras americanas (Black Friday e Natal) mantém as importações ainda mais necessárias. Porém, em 2021, além do aumento nos surtos da variedade delta da COVID-19, importadores americanos precisarão enfrentar portos fechados e adversidades climáticas
Observa-se que eles já estejam buscando estratégias que variam desde aumentar o número de contratos com empresas de navegação a comunicar o cliente final uma possível falta de produtos.
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Em entrevista para CNBC (Consumer News and Business Channel), Hua Joo, consultor executivo da consultoria de pesquisa Alphaliner afirmou que:
“Os navios só podem ser operados de forma lucrativa em negócios onde as taxas de frete são mais altas, e é por isso que a capacidade está mudando, principalmente para os EUA”.
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Tendências de mercado
Tanto os Estados Unidos quanto o Brasil podem perceber que as importações com origem na China, além de mais demoradas que o normal, estão ainda mais caras.
O motivo pelo qual acredita-se existir uma forte tendência de mercado para a chamada interregionalidade, que ocorre quando o comércio internacional se dá dentro de determinadas regiões, da qual Brasil e a América Latina podem se beneficiar com importações provenientes dos Estados Unidos e vice-versa.
As companhias de navegação não preveem uma melhora repentina dos custos de frete, tampouco para a organização da cadeia logística internacional.
É possível perceber que a crise não se limita ao Brasil, mas está presente em todo o cenário mundial. Por esse motivo, é de extrema importância estudar e analisar dados para encontrar alternativas inteligentes para sua importação ou exportação.
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