Transit time é o tempo que demora para uma carga ser transportada

Transit time: O que é? Como reduzi-lo?

O tempo é uma grandeza física onipresente que condiciona a tudo e a todos. No cotidiano podemos ser lentos, rápidos ou equilibrados, apenas não podemos perdê-lo, sobretudo sabendo que tempo é dinheiro. A mesma ideia envolve o transit time no Comércio Exterior.

Em uma corrida de velocidade, o objetivo é percorrer uma distância no menor tempo possível, no entanto, quando se trata de regularidade, o objetivo é a assertividade de transitar por trechos pré-definidos seguindo fielmente roteiros que apresentam a direção, navegação e tempo mínimo e máximo para cada etapa.

Hipoteticamente, para ir do ponto A ao ponto B podemos correr velozmente ou percorrer a distância respeitando premissas anteriormente definidas. O fato é que tempo e velocidade condicionam cada ação que decidimos executar.

No âmbito de supply chain não é diferente: o controle do tempo e o domínio sobre as variáveis que impactam em rapidez nas operações de entregas ou de coletas são essenciais.

Sendo assim, veremos neste artigo qual é a principal diferença entre transit time e lead time, bem como as suas características nas transações mais comuns. Você irá conferir:

Transit time: O que é?

O tempo que um material leva para chegar ao destino a partir do momento em que é aprovado para expedição é chamado de transit time. O termo em inglês significa “tempo de trânsito” e pode ser indicado em horas, dias, semanas ou meses.

Ele é importante para muitas empresas ampararem as tomadas de decisões de suas compras e vendas, podendo aumentar o volume de negócios ou inviabilizá-los, a depender do momento e da urgência necessária.

Não é difícil encontrar casos em que a opção de transit time menor é a mais cara. Contudo, há casos em que o transit time buscado é o maior possível. De forma geral essa premissa é indicada no momento da negociação e da contratação do frete ou da compra, ou no site do transportador.

Sabendo disso, entendemos que transit time significa competitividade e, por isso, ter domínio sobre ele é fundamental, tanto para quem vende como para quem compra.

Transit time x Lead Time: qual a diferença?

Transit time, como falamos, é o tempo esperado para que um material seja entregue ao seu destino a partir do momento da sua expedição.

Outro termo também muito usado, principalmente por empresas que querem manter seus processos enxutos e eliminar ou reduzir desperdícios, é o lead time, originário da filosofia Lean. É um indicador de tempo, porém trata do tempo necessário para realizar todo o processo, desde a demanda de compra até a entrega do material. Dessa forma, o transit time é uma parte do todo que é o lead time.

O lead time é essencial para o planejamento de suprimentos, para acertar os momentos de compra de ressuprimento e manter o estoque girando e saudável. Portanto, transit time mede e indica a parte final do processo e o lead time a totalidade dele.

A seguir, vamos detalhar o transit time, bem como suas particularidades nos modais mais comuns do mercado atualmente.

Transit time: como funciona nos diferentes modais

O tempo de entrega é, naturalmente, distinto entre os diferentes modais, sendo mais rápido ou mais lento conforme o tipo de transporte utilizado. Vejamos suas principais características.

Aéreo

O modal aéreo é comumente o mais rápido. O transit time, normalmente, é mensurado em horas e o que o faz variar, em uma situação normal, são as escalas da rota utilizada.

Como exemplo, um transit time longo pode ser classificado a partir de 10h e um dos mais longos pode chegar até quase 19h diretas de voo sem escalas.

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Marítimo

Marítimo ou marinho é mais lento. Considerando a rota Brasil-Europa, o transit time médio é de 25 a 30 dias de viagem, por exemplo.

Aqui, é preciso ter clara a diferença entre transit time (tempo para que um produto seja entregue ao seu destino a partir do momento que sua expedição é autorizada) e lead time (tempo total para conclusão de um processo, da demanda à entrega do produto, do qual transit time é uma parte).

Mesmo com a média de 25 a 30 dias, o material pode levar até 60 dias para chegar. Considerando todas as peculiaridades que envolvem o processo, dentre as quais estão:

  • Compra;
  • Negociação e formalização do contrato;
  • Produção;
  • Inspeção de qualidade;
  • Expedição;
  • Transporte local e internacional;
  • Procedimentos aduaneiros.

Assim, o tempo de realização de cada uma dessas ações é mensurado pelo lead time.

Rodoviário

Com um transit time que pode ser de um dia ou até mais de 60, o modal rodoviário é muito abrangente comparado aos demais, condicionado à distância e às rotas disponíveis para percorrê-la.

Uma vez que é possível transitar por vias das mais diversas qualidades, pavimentadas e não pavimentadas, a flexibilidade do modal rodoviário permite a intermodalidade e condiciona o seu respectivo transit time, aumentando-o ou diminuindo-o.

Transit time: dicas para reduzi-lo

É possível reduzir ou ajustar o transit time para que esse atenda de fato às necessidades. Há ações específicas para um transportador e para uma empresa que gerencia o transit time de seus materiais comprando ou vendendo.

Em seguida apresentaremos algumas das principais e essenciais iniciativas a serem tomadas para encontrar as possibilidades de redução ou de ajuste do transit time.

Utilização de softwares

Considerando uma empresa compradora ou vendedora, otimizar o transit time consiste em iniciativas gerenciais que forneçam uma base sólida para a tomada de decisão. Por exemplo o investimento em tecnologia, como um software para gerenciamento de grande quantidade de dados com atualizações automáticas que possibilite a construção de cenários com acuracidade.

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Sob a ótica de uma empresa transportadora, é fundamental ter um software de monitoramento de embarques que organize e consolide informações, permite extração de dados, desenvolvimento de relatórios e alertas de follow-up. Isso evita a exposição ao erro de trabalhar com informações diferentes, mas inerentes ao processo, a partir de várias planilhas, o que diminui significativamente a possibilidade de erro humano.

Em paralelo, ações de otimização para simplificar, como ajustes de operação que passam desde mapeamento de distribuição do mix de carga, operação de entrega milk-run e cross docking, até a categorização correta de pedidos e aquisição de uma ferramenta para pagamento de pedágios de forma automática ou antecipada, seguramente revertem em melhoria no controle do transit time.

Capacitação de colaboradores

A capacitação de colaboradores é necessária para que entendam mais profundamente o mercado em que atuam e, com isso, estejam aptos a utilizar a tecnologia e extrair o máximo possível dela.

Ações como essas podem se traduzir em redução considerável de transit time e, como já sabemos, trazer competitividade para a empresa.

Acuracidade dos dados

Um ponto frequentemente esquecido ou parcialmente analisado, independentemente do tipo de negócio em que se atua, é a acuracidade dos dados.

Ter certeza sobre as informações com as quais se está trabalhando é uma das chaves do sucesso. Em muitos casos, todos os processos assim como ferramentas estão calibrados corretamente, porém os números são imputados equivocadamente.

É como realizar uma operação de soma de 2 mais 2 em qualquer calculadora em estado normal de funcionamento, e trabalhar com o resultado dessa soma, que é 4, quando na verdade a operação de soma deveria ser de 2 mais 4.

Desse modo, considerar 4 (resultado da equação com dados errados) ao invés de 6 (resultado obtido com os dados corretos) para a tomada de decisão ou da construção da estratégia é um dos principais problemas e a causa de grandes prejuízos.

Por isso a importância de gastar tempo no planejamento, acessar e esgotar as informações o suficiente para ter a certeza de que se está alimentando todo o processo com dados acurados.

Parece básico, mas o que ocorre é que em grande parte das vezes assumimos que as informações estão corretas quando não estão. Sendo assim, dedicar muita atenção nesse tema é fundamental para o sucesso.